Ana Hickmann
Reprodução/Instagram
Ana Hickmann

Modelo de sucesso internacional, Ana Hickamann largou as passarelas há 15 anos, migrou para a televisão e virou apresentadora de prestígio. Ela ainda se tornou dona de um império com marcas que vão desde óculos a uma grife de relógios, passando por produtos de beleza, sapatos, bolsas e acessórios femininos. Até um instituto de educação profissionalizante Ana criou.

"Todas as vezes que eu termino de realizar um sonho, eu vou em busca de novos sonhos. Acho que isso me faz renovar todos os dias, buscar coisas novas, me faz ter mais força e ser diferente". Aos 40 anos, casada há 23 anos com Alexandre Correa, Ana Lúcia abre o coração sobre fé, críticas, esperança, haters, planos e carreira. Confira.

Em 2005, você foi eleita uma das mulheres mais bonitas. Imaginou um dia que isso fosse acontecer?

O ano de 2005 foi muito importante na minha vida. Primeiro porque foi o ano que eu estreei como apresentadora. Ali, eu ainda tinha o meu pezinho fora do Brasil, fazia ainda viagens internacionais como modelo. Estava começando a me desconectar do mundo da moda e me dedicava cada vez mais como apresentadora. Porém, aconteceram coisas boas, como por exemplo, o título da 'GQ' italiana, de uma das dez mulheres mais lindas do mundo. Foi um presente. Aparecer em uma lista como essa soma pra caramba como profissional porque é um meio de comunicação importante. Depois, como mulher, porque todo mundo tem um pouco de vaidade e a gente fica feliz. Hoje, voltando no tempo é muito legal ter toda essa história que eu pude construir.

Muita gente está migrando para plataformas de streaming. Você não tem curiosidade de ir para uma delas? Aceitaria o convite?

O mundo digital e as plataformas de streaming são novidades que crescem a cada dia e eu já faço parte com meu canal de Youtube há uns quatro anos. Cada vez mais a gente vem experimentando, a curiosidade vai aumentando e o mundo digital me trouxe muitas possibilidades Quando falo de mundo digital, eu falo de Youtube, TiK Tok, Twitter, Facebook e outros lugares que vem crescendo muito. Ao mesmo tempo, eu sou da opinião que a televisão não vai acabar. Ela vem se reinventando. Eu sou muito feliz fazendo as duas coisas. Nunca recebi convite de nenhum outro lugar, mas se um dia a RecordTV tiver planos que me encaixem lá, por que não?

O que você assiste na TV?

Eu sou noveleira e acabei influenciando o meu filho. Como ao longo do dia a gente passa muito tempo trabalhando e fazendo outras as coisas, as refeições em casa são sagradas: café da manhã, almoço e jantar. Durante o jantar, eu e o meu filho ficamos naquele momento de transitar entre a novela e o desenho animado. A gente tem essa brincadeira porque a gente tem os desenhos animados que a gente curte muito assistir juntos e algumas novelas também. Algumas séries eu comecei assistir e estou um pouco atrasada por conta da rotina que eu tenho de dormir muito cedo. Mas quando dá, eu e o Alê gostamos de maratonar e eu cobro isso dele para assistirmos os dois juntos.

Você e sua família já estão vacinados?

Graças a Deus! Eu já tomei a primeira dose. Na minha família, já tomamos eu, as minhas duas irmãs, o meu marido tomou muito antes de mim por questões clínicas que ele passou e por conta também da idade. O meu irmão caçula, que é autista, já tomou porque faz parte do grupo de comorbidades, o meu avô também já tomou as duas doses. Enfim. A família toda. Estamos todos atentos aos calendários e a forma do mundo poder se defender contra a Covid-19. Eu sou uma pessoa que falo para todo mundo: tem que tomar a vacina e vacina boa é vacina no braço.

Como está a sua rotina em tempos de pandemia?

No começo foi assustador como acredito que para todas as pessoas. Mudanças, tudo fechado, pânico em não se contaminar e proteger a família. Agora, quase um ano depois de tudo isso, eu vejo que a gente conseguiu criar uma defesa psicológica maior. A gente está se acostumando e entendendo melhor o que acontece ao nosso redor e como esse vírus se comporta. Claro que ainda faltam informações, mas a gente está entendendo um pouco melhor para poder voltar à nossa rotina. Eu continuo trabalhando muito, porém mudou muita coisa. Antes, eu participava bastante de eventos presenciais e gravações externas. Hoje, não viajo mais tanto e quando viajo, vou de carro.

A moda é de procedimentos estéticos. Você gosta? Fez algum?

Você viu?

A minha vida toda eu sempre fui muito ligada à área da beleza por conta da minha carreira de modelo. Primeiro por conta de manter as medidas, que fazem parte das regras da profissão e depois com a televisão. Por trabalhar com publicidade, a pele e o cabelo sempre foram itens que tinham que ser bem cuidados e hoje, eu vejo a questão da beleza como reflexo da saúde. A prioridade é cuidar da saúde e tendo isso muito bem feito reflete na qualidade no resto do corpo. Com relação aos procedimentos, eu sempre gostei muito dos tratamentos estéticos e desde os meus 15 anos eu faço drenagem linfática, que também é bom para os homens. Faço também alguns aparelhos, que eu gosto muito e eu sou apaixonada por laser (risos). Nunca fiz nenhum tipo de aplicação nem preenchimento porque nunca senti necessidade. Busquei tratamento para manter os traços do meu rosto da forma mais natural possível.

Você passou por momentos difíceis, como o caso do fã que invadiu o hotel que você estava e agora a doença do seu marido. Como você lida com tudo isso?

Passei por bastante coisas na vida, algumas que foram públicas como a história do meu atentado e depois a doença do meu marido. Graças a Deus, com relação ao Alê, ele está bem e assim como disse o médico: 'vencemos essa primeira fase'. De tempos em tempos, ele continua fazendo todos os exames de verificação, que faz parte de todo o processo. Só daqui a pouco menos de cinco anos é que teremos a alta 100%. Enquanto isso, a gente fica na torcida que continue tudo bem e o Alê se cuidando. O Alê sempre foi uma pessoa muito forte de cabeça e positivo com tudo. Ele enfrentou tudo de uma forma incrível e eu não sei de onde ele tirou tanta força. Isso, com certeza, acabou contagiando todo mundo dentro de casa.

Você tem alguma religião? Como exercita a sua fé?

Eu sou uma pessoa que sempre tentei trabalhar o lado bom da vida. Em tudo. Nas maiores dificuldades, sempre me peguei a Deus e isso não é de hoje. Sempre me apeguei à fé e foi algo construído dentro da minha casa, dentro da minha família. Os meus avós sempre foram muito religiosos. Nos momentos difíceis, com certeza, é algo que te traz força e ao mesmo tempo te traz um pouco de conforto para você buscar algumas respostas.

Muita gente te criticou na época da doença do Alexandre, de estar capitalizando com o momento, porque você falava sobre ele em seu canal no Youtube. O que você tem a dizer sobre isso?

Tanto pelas nossas redes sociais quanto pelo meu canal do Youtube, nas ruas, por cartas, mensagens e e-mails que nós recebemos e ainda recebemos até hoje, todas as manifestações foram de carinho, apoio e de fé das pessoas. Eu não tive nada de ruim. Pelo contrário. As pessoas torceram muito. O Alê tomou a posição tão logo teve a confirmação do câncer de expor publicamente e foi uma decisão tomada por ele. Até porque, ele que estava vivenciando a situação e eu não poderia influenciar em momento algum. Ele falou, bom, como as pessoas vão me ver no hospital, porque foram quase dois meses de tratamento, em algum momento alguém falaria algo e então antes que mentiras fossem criadas, ele tomou a decisão de contar e usou as suas próprias redes sociais. Usou as redes sociais em diversos momentos para mostrar o tratamento e acabou usando as nossas redes sociais, que é o meu canal no Youtube. Nós não capitalizamos nada em cima disso. Pelo contrário. Aliás, muito maldoso de quem pensar algo do gênero. Nós fizemos com uma dor imensa. Nós estávamos sofrendo dentro de casa, dentro da nossa família, mas fizemos para motivar as pessoas a ajudarem o próximo. Essa é a missão que o Alexandre incorporou na vida dele como promessa feita a Deus e ele vem fazendo isso de uma forma linda. Ele ajudou muitas pessoas, continua ajudando e isso só está começando.

Como você lida com as críticas?

Críticas fazem parte da vida do ser humano. Desde que a pessoa nasce até o dia que vai dar o último suspiro. Eu sempre lido muito bem e ainda mais quando você passa por algumas situações e as críticas vieram para melhorar a performance, a vida, o trabalho e o casamento. Essas são super bem-vindas. Eu acabo ignorando e bloqueando, literalmente, da minha vida são as pessoas que hoje ganhou uma nova nomenclatura que se chama hater. Crítica faz parte da construção e evolução do ser humano. Agora hater, eu acho bem chato e desnecessário. Haters são pessoas infelizes ou que não tem muito o que fazer.

Você tem várias empresas, marcas. Você acompanha tudo ou delega poderes para os outros?

Hoje , o universo da empresa Ana Hickmann que se transformou em uma marca, não é só uma única pessoa, mas diferentes empresas e ela é gerenciada por um grupo de pessoas. Cada uma com a sua função determinada e eu acompanho tudo. Não posso dizer 100%, mas 99% de todas as coisas. Se não sou eu, é o meu marido, que é meu sócio desde o começo de tudo, construímos a nossa vida juntos e desde o zero. Eu tenho o prazer de falar que eu tenho um time que me ajuda demais. Nós começamos há alguns anos a delegar funções e isso é necessário se você quer crescer e abraçar vertentes porque sozinho você não faz nada e eu fui cercada de um time maravilhoso. Eu estou sempre em busca de novas pessoas para poder aumentar ainda mais a equipe e chegar ainda mais longe.

O que ainda te falta?

Falar que ainda falta alguma coisa na minha vida seria muito egoísta. Faltar, faltar... não falta nada. Mas, eu tenho a licença de contar uma história e eu sou uma eterna sonhadora. Todas as vezes que eu termino de realizar um sonho, vou em busca de novos sonhos. Acho que isso me faz renovar todos os dias, buscar coisas novas, me faz ter mais força e ser diferente. Eu acho sonhar uma das coisas mais incríveis da vida e eu sou daquelas pessoas que sonham e colocam em prática.

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