Depois que oito mulheres formalizaram a denúncia por assédio sexual contra o ex-diretor da Globo, Marcius Melhem, a promotora da Ouvidoria das Mulheres do Conselho Nacional do Ministério Público, Gabriela Mansur vai enviar ao Ministério Público do Rio de Janeiro os depoimentos nos próximos dias. Ela deverá encaminhar também a solicitação da abertura de um inquérito criminal e adoção de medidas cautelares contra o humorista como a proibição de aproximação das mulheres que o acusam e a divulgação das trocas de mensagens com as supostas vítimas. Gabriela quer espera que a investigação corra sob sigilo.
Marcius Melhem é acusado de assédios por ex-colegas de trabalho na Globo desde o final de 2019 na própria emissora, mas as denúncias só vieram à público em outubro do ano passado.
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A coluna procurou a assessoria do ex-diretor do departamento de humor da Globo e o advogado José Luis Oliveira Lima nos enviou uma nota. "O encaminhamento dos relatos ao Ministério Público do Rio de Janeiro é um passo natural dentro do rito judiciário. Essa apuração feita onde deve ser - na justiça - é o que Marcius Melhem pede desde o início. Só lamentamos que isso tenha sido feito a nosso pedido e depois da tentativa de julgamento apenas na opinião pública. Melhem coloca à disposição da justiça toda sua comunicação, telefônica ou digital, periciada e sem restrições. Importante que todos saibam de verdade como as relações se davam e a responsabilidade de cada um. Que tudo seja esclarecido."
Melhem x Gentili
Na sexta-feira (22), a Justiça de São Paulo rejeitou o pedido de censura feito por Melhem contra o humorista Danilo Gentili, que publicou vários posts em suas redes sociais nos criticando e ironizando o ex-diretor da Globo. Por meio de uma liminar, Marcius solicitou que a Justiça obrigasse o humorista a apagar os posts, e proibi-lo o de publicar conteúdos 'ofensivos e depreciativos'. Ele ainda afirmou que estava sofrendo um linchamento público mesmo negando ter cometido crimes. Melhem pedia no final do processo uma indenização de R$ 50 mil, além de publicar uma retratação.
A juíza Carolina de Figueiredo Nogueira, da 38ª Vara Cível de São Paulo, negou o pedido de censura e afirmou que "o direito à liberdade de expressão e de manifestação, assim como o direito à honra, devem coexistir harmoniosamente".