Os tambores do bloco afro Ilê Aiyê, o mais antigo do Brasil, irão tocar forte no peito de africanos, alemães, portugueses, irlandeses, escoceses, holandeses, ingleses, espanhóis e italianos entre os dias 24 de junho e 31 de julho, quando o mais belo dos belos faz turnê internacional comemorativa aos seus 50 anos pela África e Europa, num total de 14 shows.
Para pedir bênçãos e garantir caminhos abertos do outro lado do Atlântico, a primeira parada é aos pés da Mãe África. Duas apresentações em Marrocos (24 e 28/06), na cidade de Essaouira – localizada na costa sudoeste de Marrocos – abrem a turnê do Ilê Aiyê. Os shows acontecem no tradicional festival de música local, o Gnaoua World Music Festival, e a expectativa é de uma celebração musical embalada pelo clima de reverência ao continente-mãe, fonte de inspiração, onde tudo começou.
"O público de fora é muito receptivo, porque a música é universal. É gratificante ver as pessoas cantando junto com a gente em espaços lotados, nos reconhecendo na rua e nos cumprimentando. É sempre uma experiência muito gratificante, ainda mais nessa turnê, em que o Ilê é o grande aniversariante do ano", comenta o presidente da entidade, Antônio Carlos Vovô.
Depois da África, o grupo segue para Portugal. O show de música e beleza do negão do Curuzu será no dia 30 de junho, no Festival Pé na Terra, na Vila da Fuseta, em Faro. Trata-se de um evento que acontece há 12 anos e celebra a cultura lusófona em pleno verão europeu. É lá que o Ilê Aiyê vai chegar em seu esplendor para mostrar seu canto alegre e combatente.
Na sequência, 4 de julho, será a vez dos irlandeses treinarem o gingado ao som do samba afro da Band’Aiyê. A apresentação será no icônico clube de música ao vivo de Dublin, o Button Factory, local que já recebeu grandes nomes da música local e internacional.
De lá, o destino é a subversiva Amsterdã (05/07), na Holanda, onde o show do Ilê acontece no Psicotrópicos Festival, evento que consagra a potência da música brasileira na Europa, com atrações que desafiam as disparidades sociais, de gênero e políticas.
Já no dia 6 de julho, a apresentação revolucionária da pérola negra do Brasil será na apreciada e belíssima Paris, na França, na famosa casa de shows Pan Piper. No dia seguinte, 7 de julho, será em Berlim que os alemães assistirão ao espetáculo cênico-musical do bloco afro no House of World Cultures, centro nacional para a apresentação e discussão de artes contemporâneas internacionais.
Ainda na Alemanha, no dia 12 de julho, o icônico bloco antirracista é atração no maior festival de samba fora do Brasil, o Festival Internacional de Samba em Coburgo, que atrai cerca de 200.000 visitantes todo ano. Nesta edição, o festival dedica o Prêmio Humano ao presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô.
Nos castelos da Escócia - A parada seguinte vai fazer a percussão do Ilê retumbar e estremecer os castelos da Escócia, onde a Band’Aiyê se apresenta no Festival de Carnaval de Edimburgo no dia 14 de julho. De volta a Portugal, no dia 20 de julho, a apresentação será no Mimo Festival, na cidade de Amarante. E no dia 25 de julho, será em Lisboa que o Ilê Aiyê vai contaminar a todos com sua vibração musical única no Clube Oriental de Lisboa.
O famoso centro de arte Barbican Centre, em Londres, é onde o Ilê Aiyê mostra seu show de música, dança e luta social aos britânicos no dia 26 de julho. E no dia seguinte, 27, já na Espanha, o cinquentão é atração dos concertos de música brasileira do Nits de Brasil em Barcelona.
A última parada é na barulhenta, calorosa e alegre Itália, na cidade portuária de Bari, no sul do país. É lá que acontece o Festambiente Festival, que une música, cinema e exposições num dos festivais italianos mais esperados do verão. Nesse clima de celebração, no dia 31 de julho, o Ilê Aiyê sobe ao palco para revelar como chegou aos 50 anos em pleno vigor, pronto para mais 50 anos de luta pela libertação e empoderamento do povo negro.