Hungria Hip Hop fala sobre preconceito no rap: "Sofri mais que muito preto"
Em entrevista à coluna, o rapper falou sobre novidades na carreira, fé, preconceito e projetos futuros. Além disso, a coluna Bastidores traz detalhes da vinda de ator de "Riverdale" ao Brasil e espetáculo sobre universo trans
Por iG Gente |
Detentor de números grandiosos no Youtube e nas plataformas de streaming, Hungria Hip Hop é a sensação do trap nacional. Na última terça (09) o cantor lançou a canção Um Pedido, aproveitando o momento, ao iG Gente , ele falou sobre sua jornada no underground nacional, visibilidade, fé e seus projetos futuros.
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Sem um processo de composição específico, Hungria Hip Hop assume que sua nova canção surgiu enquanto ele estava em um quarto de hotel. “Comecei a escrever na hora, parece que Deus mandou essa música, que fala de amor e não desistir”.
Alguns projetos do rapper, como Lembranças e Bolo Doido , unem a realidade da periferia com o luxo da ostentação e da sensualidade. Questionado sobre o motivo de mostrar e mesclar esses elementos em seus clipes, Hungria não pestaneja.
“Têm os dois lados da parada, aí … o lado do moleque da periferia e o da sensualidade. São dois fatores, não existe só alegria, mas um caminho, então eu mostro do sofrimento até chegar na alegria (ostentação e luxo)”, declara o cantor e produtor musical.
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Nas redes sociais do músico é possível encontrar legendas sobre Deus, ele cantando gospel e mais. Indagado sobre sua conexão com a religião, o rapper se embala.
“Minha fé é algo de extrema de importância, porque eu só tinha ela. Não tinha dinheiro para comprar tênis, para gravar em estúdio”, diz ele, que em seguida fala sobre como orienta sua filha religiosamente: “Todo mundo que vai à minha casa ouve Deus, não tem como eu impor a religião para ela, mas têm como eu orientar, mostrar meu temor a ele”.
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Intolerância religiosa e preconceito
Sobre o título de “referência ou sensação do trap nacional”, o músico se define abençoado, mas mantém os pés no chão. “Acho comum também porque, não melhor que ninguém, mas existia esse propósito meu, disso acontecer”.
Questionado se já sofreu algum tipo de preconceito ou desmerecimento por cantar rap e ser branco, Hungria não se esquiva. “Não, não aconteceu isso... até porque eu sofri mais que muito preto. Não sei quem foi o doido que inventou essa parada de cor, mas somos cria de um pai só. Classe social, cor, outros aspectos não diferencia ninguém. Até porque o rap não têm uma faixa dizendo: ‘têm que ser negro para cantar rap’, a gente têm que cantar o que têm no nosso coração, ou seja, a música é sem fronteiras”.
Ao falar sobre seus projetos futuros, Hungria Hip Hop demonstra animação: “Em novembro têm mais uma faixa e quero gravar meu DVD ano que vem. Vai ser uma realização na minha vida”, finalizou.
*Com reportagem de Reginaldo Junior
Ator de "Riverdale" no Brasil
Os fãs de “Riverdale” podem comemorar porque um conhecido ator da série transmitida pela Warner Channel vem ao Brasil participar da HORROR EXPO 2019. O canadense Lochlyn Munro viveu o antagonista Hal Cooper nessa que é uma das séries jovens de maior sucesso do momento. O ator também esteve no elenco de outros sucessos como “Freddy Vs Jason”, “Todo Mundo em Pânico” e “As Branquelas”.
O evento que Lochlyn participará acontece entre os dias 18 e 20 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo. Ele estará presente no dia 19 de outubro em um painel no qual falará da sua carreira e também responderá perguntas do público.
Universo trans no teatro
Explorando o universo trans no Brasil, o projeto Travestis Itinerantes, apresentado pelo Coletivo Artístico As Travestidas, chega a São Paulo para realizar duas interessantes ações no Itaú Cultural. Nos dias 21 e 22 de setembro, será apresentado o espetáculo “ Quem Tem Medo de Travesti ”, e, no dia 20 de setembro, acontecerá uma oficina de montação de drag – as inscrições para participar já estão abertas.
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Esse projeto usa a linguagem teatral como um instrumento de questionamento e transformação social. O espetáculo conta com uma equipe composta por atores, cantores, transformistas e bailarinos, sendo que todos são nordestinos. A peça evidencia questões que ainda assombram o universo trans como invisibilidade, exclusão e preconceito. Resumindo, a arte é usada para fazer o público refletir.