O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar) irá avaliar o sistema de cotas da faculdade a partir da abertura de um processo interno para que casos como o de Matteus Alegrete, finalista do BBB 24, não aconteçam mais.
Na última quinta (13), veio à tona a informação de que o ex-reality teria utilizado a cota racial para entrar no universo superior. Na sexta (14), o IFFar confirmou que Alegrete ingressou à universidade por meio do sistema de cotas para pessoas autodeclaradas pretas.
Por isso, o IFFar decidiu abrir um processo interno para reavaliar os critérios de contemplação de estudantes para as cotas raciais. "'Após tomar conhecimento do caso envolvendo o ex-estudante do IFFar Matteus Amaral Vargas pelos veículos de imprensa, a instituição determinou a abertura de processo administrativo interno, com objetivo de identificar as situações que envolvem a participação dele no certame. Outras situações de mesma temática, que venham a ser apresentadas, terão o mesmo tratamento", disse o instituto em nota.
"Assim como em outras instituições federais de ensino, não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato. Nos editais consta a informação de que, 'a constatação de qualquer tipo de fraude na realização do processo sujeita o candidato à perda da vaga e às penalidades da Lei, em qualquer época, mesmo após a matrícula'", afirmou o IFFar.
Na época em que Matteus Alegrete ingressou ao ensino superior, a autodeclaração era a única forma de avaliação para entrada no IFFar através do sistema de cotas. A partir de 2022, o local passou a adotar a heteroidentificação a fim de confirmar a autodeclaração dos candidatos.
Resposta atravessada da mãe do ex-BBB deu o que falar
Após surgirem as primeiras notícias de que teria fraudado cotas, Matteus Alegrete gravou um story e sua mãe aparece ao fundo do vídeo minimizando o sistema de cotas. “Já soube que isso aí não dá nada. É só esquecer, isso aí não vai dar nada. Se eu me declarei negra, eu sou negra”, argumentou ela.
Matteus se pronunciou na última sexta (14) sobre ingresso em universidade
Segundo o finalista do BBB 24, a inscrição feita para a cota racial teria sido feita por um terceiro. "A inscrição foi realizada por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial sem meu consentimento ou conhecimento prévio", justificou ele.
"Entendo a importância fundamental das políticas de cotas no Brasil. Por isso, lamento profundamente qualquer impressão de que eu teria buscado beneficiar-me indevidamente dessa política, o que nunca foi minha intenção", prosseguiu.
"Reafirmo meu arrependimento por quaisquer transtornos causados e meu compromisso continuo em ser um defensor ativo da igualdade racial e social. Agradeço a oportunidade de esclarecer este assunto e peço desculpas por qualquer mal-entendido que possa ter ocorrido", concluiu ele.
No entanto, no mesmo dia, um tweet feito por Alegrete no X, antigo Twitter, veio à tona. "Matrícula da facul feita. Agora é a hora", publicou ele em 2014, quando entrou no IFFar.
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