Marcelo Serrado fala de crise de pânico em avião que o impediu de embarcar em avião
Reprodução/Instagram
Marcelo Serrado fala de crise de pânico em avião que o impediu de embarcar em avião

O ator Marcelo Serrado usou suas redes sociais nesta terça-feira (4) para agradecer o apoio dos fãs após sofrer uma nova crise de pânico. Ele saiu de férias com a família para uma viagem aos Estados Unidos e, na ida, relatou ter sofrido com uma crise de pânico. Na hora de voltar ao Brasil, o ator enfrentou novamente o problema. 

"Meu coração foi na boca na hora de embarcar, chamei minha mulher no canto e contei que algo dentro de mim estava se passando. Mas agora tá tudo bem. Muito obrigado pelo suporte de vocês com as centenas de mensagens que recebi de quando estava no auge da crise de pânico nessa viagem. Reli cada mensagem e me foquei nelas para seguir em frente quando me vi, por exemplo, sozinho no aeroporto. Vocês ajudaram na minha vulnerabilidade", disse em vídeo.

"Depois de dez dias de férias, achei que estava bem e não estava. Ela embarcou com a família e fiquei sozinho no aeroporto. O que me ajudou foi as mensagens de vocês, li cada uma e vi que não estava só. Peguei um voo hoje de manhã, liguei para um médico e consegui chegar no Brasil, graças a Deus, são e salvo. Agora, é me tratar, isso tem tratamento", contou Serrado. "A internet não é só nociva, ela também nos ajuda nesses momentos assim. Ela é feita para brincadeira, para se divertir, tem esses momentos pesados, mas também tem momentos de muito amor", concluiu ele.

O que é a crise de pânico

Segundo o psicólogo Alexander Bez, esse tipo de manifestação não precisa ser necessariamente uma síndrome do pânico. "Ele pode ter tido sintomas de pânico relativos ao pânico, e nesse caso, chamamos de uma fobia neurótica específica, uma neurose fóbica. Isso é muito importante. O pânico é uma manifestação da conduta neurótica dele em relação a um espaço fechado", explica.

"Isso vale para túnel, para elevador, é a mesma segmentação mental. No caso de avião, é adicionado um perigo real, como possíveis turbulências. Então, o que acontece é que ele realmente manifesta uma fobia claustrofóbica. Quando a porta fecha, ele se sente preso e não consegue viajar. Mas ele não é portador de síndrome do pânico. A síndrome do pânico tem duas manifestações: uma que pode ocorrer a qualquer momento, sem estímulo, e outra que ocorre quando a pessoa sai de casa, chamada de agorafobia", detalha Bez. 

A manifestação dele, de acordo com o terapeuta, é muito específica em relação ao avião. "Além de ser uma neurose fóbica específica, essa fobia é uma claustrofobia, o medo de ficar em lugares fechados, independentemente do perigo real do avião. Mas ele vai ter que tratar isso. E como se trata? Fundamentalmente com psicoterapia e ansiolíticos. Para pessoas com essas manifestações, é obrigatório o uso de ansiolíticos quando viajarem. Ansiolíticos, não antidepressivos, que não funcionam nesse caso. Ele terá que fazer terapia para baixar o nível de ansiedade e sempre tomar um remédio ansiolítico", recomenda Bez.

Como um avião automaticamente eleva a pressão arterial de qualquer pessoa, ele também pode ter uma pequena taquicardia devido à elevação da pressão arterial. "É importante tomar um beta-bloqueador antes para que ele fique organicamente protegido e psicologicamente também protegido com o ansiolítico, além da proteção psicoterápica das sessões de terapia", sugere o especialista.

Quando se tem uma manifestação psicológica, os sintomas são muito parecidos. "É específico porque ele tem isso ao entrar no avião. Para tratar dessa claustrofobia, a conduta mais adequada é conscientizar-se do problema e tratá-lo com psicoterapia e medicação ansiolítica, que ele deve ter à mão, e também um beta-bloqueador para controlar a pressão e os batimentos cardíacos, proporcionando um conforto fisiológico e cardiológico melhor. Quanto mais protegido fisiológica e psicologicamente, mais eficaz será a terapia", diz.

A abordagem de tratamento deve ser complexa, envolvendo medicação ansiolítica, psicoterapia e beta-bloqueadores para controlar a pressão e os batimentos cardíacos provocados pela ansiedade decorrente da claustrofobia.

Fica claro que, se ele não conseguir decolar quando a porta fecha, é o mesmo conceito para quem não anda de elevador ou em túnel. Tem gente que não consegue andar de metrô, mesmo tendo facilidade para isso, por causa da claustrofobia. Ela é difícil de tratar, mas é tratável e curável. Contudo, a cura pode levar anos de terapia, pelo menos três a quatro anos de tratamento contínuo.



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