A atriz Léa Garcia morreu nesta terça-feira (15), aos 90 anos, após sofrer de infarto
Léa Lucas Garcia nasceu na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, em 1933. Quando jovem, queria cursar Letras. Seu destino mudou quando conheceu Abdias Nascimento,com quem teve dois filhos, Henrique Christovão Garcia do Nascimento e Abdias do Nascimento Filho.
Abdias, dramaturgo e ativista, convenceu Léa a subir no palco pela primeira vez, na peça dele Rapsódia Negra, em 1952, pelo Teatro Experimental do Negro. Foi aí que Léa que se apaixonou pelas artes cênicas. Em 1965, teve o terceiro filho, Marcelo Garcia de Aguiar, conhecido como Marcelão Garcia, com Armando Aguiar.
Léa Garcia consolidou a carreira na TV e no cinemas com papéis marcantes, como a Rosa, de "Escrava Isaura", novela que fez com que ela ficasse conhecida entre os telespectadores. A artista quebrou a barreira de personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Assim, ela se tornou uma referência para jovens atores negros.
No teatro, Léa fez Mira em Orfeu da Conceição (1956), de Vinicius de Moraes. A peça virou filme, onde a atriz interpretou Serafina. "Esse personagem me valeu o segundo lugar na Palma de Ouro, em Cannes”, contou Léa em entrevista ao Memória Globo.
A estreia em televisão de Léa foi no Grande Teatro da TV Tupi, na década de 1950. Na emissora, ela ainda participou do programa "Vendem-se Terrenos no Céu", em 1963. Em 1970, ela foi convidada para trabalhar na Globo, no elenco de "Assim na Terra como no Céu", de Dias Gomes. Na trama, ela fazia uma empregada que inventa que era uma princesa de Tobocobucu.Na Globo, Léa também participou do primeiro programa gravado inteiramente em cores no país, "Meu Primeiro Baile, Caso Especial" exibido em 1972.
Além de Escrava Isaura, Léa teve papéis marcantes em novelas de sucesso da Globo como: "Selva de Pedra" (1972), "Fogo Sobre Terra" (1974), "Marina" (1980), "A Viagem" (1994), Xica da Silva (1996), "Anjo Mau" (1997) e O Clone (2001). Ela também atuou em folhetins da a Record, como "Cidadão Brasileiro" (2006), "Luz do Sol" (2007) e "A Lei e o Crime" (2009).
A artista carioca morreu, exatamente, no mesmo dia em que seria homenageada no Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul.