O Poderoso Chefão: a história do envolvimento da máfia com o filme

Livro publicado nesta semana revela os bastidores polêmicos da obra de Francis Ford Coppola.

'O Poderoso Chefão' é um marco na história das produções de Hollywood. O longa de Francis Ford Coppola coleciona três estatuetas do Oscar, incluindo Melhor Filme. Entretanto, o sucesso do filme carrega detalhes surpreendentes dos bastidores. Confira!

Nesta semana, foi lançado nos EUA o livro ‘The Life We Chose: William ‘Big Billy’ D’Elia and The Last Secrets of America’s Most Powerful Mafia Family’, do jornalista investigativo Matt Birkbeck. Na obra, ele revela a influência da máfia nos filmes da saga.

Os protagonistas

Para dar vida a Don Vito Corleone, Marlon Brando entrou em contato com Russell Bufalino, um mafioso da época. Na ocasião, o ator ligou para Russell, mas quem atendeu foi William “Big Billy” D’Elia, o homem de confiança do criminoso. Ao ficar sabendo da ligação surpresa, o próprio Russell passou a conversar Marlon Brando.

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Pré-produção caótica

Em 1970, dois anos antes do lançamento, Joe Colombo, integrante de uma das cinco principais famílias da máfia, fundou a Liga Ítalo-Americana de Direitos Civis. Essa tinha como objetivo erradicar o preconceito contra italianos, principalmente através da mídia. No entanto, o grupo utilizava a violência para que fosse respeitado.

O grupo promoveu diversos momentos de caos na cidade de Nova York, e claro, chegou a interferir na produção do diretor Francis Ford Coppola.

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Exigências

O livro de Mario Puzo, que originou 'O Poderoso Chefão', já havia gerado repercussões negativas entre a comunidade italiana. Para garantir que não fosse desrespeitado, o grupo promoveu uma série de ameças contra os executivos do estúdio e atrapalhou o andamento da produção.

Contrato

Para acalmar a animosidade dos mafiosos, o produtor aceitou ceder. No livro, Big Billy revelou condições para que as filmagens começassem. "Ruddy afirmou que removeria a palavra ‘Máfia’ do filme, daria um milhão de dólares à liga, pararia de vender um jogo de tabuleiro do filme e faria uma première em Nova York".

Amizade conflituosa

O produtor Ruddy resolveu o impasse com os criminosos e ganhou a confiança de Russell, que passou a defender a produção. A relação se estreitou e eles ficaram amigos. O produtor chegou a participar de uma reunião ao lado do líder da liga italo-americana e acabou sendo demitido. A Paramount não apoiava o envolvimento da máfia com a produção.

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Ator emprestado da máfia

Um dos casos inusitado dos bastidores é a participação de integrantes ligados à máfia no elenco de 'O Poderoso Chefão'. Lenny Montana, o guarda-costas de Andy Russo, garantiu uma vaga ao roubar uma câmera da produção.

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“Russell viu aquilo e gritou: ‘Que p*rra você está fazendo? Devolva! Devolva imediatamente, seu idiota de m*rda. Não quero ver ou ouvir falar sobre você roubando qualquer outra coisa de lá!’ Montana era um cara grande, e eu nunca o vi se mexer tão rápido”, Billy relata.

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Papel preenchido

A atitude chamou atenção do diretor Francis Coppola, que precisava de alguém daquele porte físico para interpretar Luca Brasi, um dos mais temidos executores e guarda-costas de Vito Corleone. “Ele não precisava falar muito, mas quando precisou, estragou tudo em uma cena com Brando no escritório dele. Mas pareceu tão real que mantiveram no filme. Ele saiu de lá dizendo para todos que era uma estrela de cinema”.

Além de Montana, o cantor Al Martino, que viveu Johnny Fontane no filme, contou com uma indicação de Russell. Ele ficou com o papel após Vic Damone deixar o projeto.

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Parceria selada

Até o fim de todos os projetos, Marlon Brando e Russell mantiveram contato. Sempre que o ator tinha dúvidas ele ligava para a fonte de inspiração. "Russell mostrou os caminhos para ele, como falar, as manias e seu jeito quieto, que Brando usou no filme", relata Blilly, no livro.

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