O Grupo Menos é Mais dominou o Brasil durante o ápice da pandemia da covid-19. Antes do sucesso, os artistas afirmam que enfrentaram preconceito tanto pela origem quanto pelo som escolhido. Duzão, vocalista do grupo, também relembrou episódios de gordofobia.
Duzão, Jorge, Ramon e Gustavo Goes relembraram a escalada até o auge em entrevista exclusiva para o iG Gente. Para Goes, a rejeição é algo que já existe desde as origens. "Existe de uma forma muito velada, porque você vê que as portas não se abrem, que não tem a mesma abertura que artistas de São Paulo. A distância acaba contribuindo para isso. Então, a gente sente que por ser de Brasília, por ser um grupo de pagode, de jovens, mas que tocam músicas que fizeram sucesso nos anos 90 ou até antes, existe esse preconceito", pondera.
Já Gustavo acredita que o grupo tem responsabilidade por outros artistas fora do eixo Rio-São Paulo, já que a formação conseguiu atingir o topo das paradas musicais. "O Menos é Mais tem um papel importantíssimo na quebra desse preconceito também, porque a partir do momento que as pessoas viram a gente tocando para uma multidão, viram que o que a gente fazia na internet é de verdade, que funciona", explica.
Duzão relembra gordofobia em antigo grupo
Eduardo Caetano, o Duzão, é vocalista e caçula do grupo. Mesmo com 24 anos, ele já esteve em outras bandas antes de chegar no Menos é Mais. Segundo ele, logo na adolescência foi vítima de preconceito por conta do peso, sendo deixado de lado em um grupo.
"Isso aí é direto. Eu já tive um grupo de pagode e eu sofri um preconceito, porque a rapaziada era todo mundo 'bonitinho', do biotipo 'pagodeiro' [padrão], e eles não aceitavam o meu estilo. Eles não me deixavam cantar", lamenta.
As voltas que o mundo dá
Essas questões não afetaram o grupo na trajetória para o sucesso. O Pot-Pourri de 'Melhor Eu Ir/ Ligando Os Fatos/ Sonho de Amor/ Deixa Eu Te Querer', trabalho que lançou os meninos ao nível nacional, é o vídeo de pagode mais assistido do YouTube Brasil. Com 745 milhões de visualizações, eles garantem que jamais imaginaram chegar no topo em pouco tempo.
"Nem nos nossos maiores sonhos. A gente sempre foi muito confiante no nosso potencial, mesmo quando só tocava em Brasília, mas eu acho que nenhum artista tem essa proporção de 'vou entregar um trabalho e ele vai ser o mais visto da história'. E, depois de três anos, ele ainda é muito querido", garante Jorge.
A escolha do repertório desse bloco no Churrasquinho também gera diversas comparações do "Menos é Mais" com os cantores das respectivas músicas. Para eles, a rivalidade não tem fundamento.
"Não tem como ficar chateado com a comparação, pelo contrário, a gente vê como uma homenagem", comenta Jorge. Ele também relembra que faz parte do gênero esses tipos de regravação. "É natural cantor de pagode fazer regravações de músicas e artistas que estão em um lugar de referência. Até porque você é um artista pequeno, não tem condições de simplesmente lançar uma música nova e achar que ela pode explodir pelo Brasil e você é o novo artista nacional", reflete Jorge.
Agora, o grupo Menos é Mais lança a segunda parte do DVD Ao Vivo 'Confia', com mais nove músicas que se juntam às outras nove já lançadas no primeiro compilado. Com 18 faixas, o projeto contou com as participações especiais de Raça Negra, João Gomes, Dilsinho, Matheus Fernandes, Ferrugem e Hugo & Guilherme, e conta a história de cada um dos cinco integrantes do grupo.
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