Familiares das vítimas da Boate Kiss comentam sobre a série da Netflix
Guilherme Leporace/Netflix
Familiares das vítimas da Boate Kiss comentam sobre a série da Netflix

A associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria emitiu uma nota nas redes sociais sobre a nova produção da Netflix que retrata a tragédia na Boate Kiss , em 2013.

Após diversos rumores circularem na web, eles negaram que estejam processando a plataforma de streaming pela obra.


"Nós estávamos cientes que a produção estava sendo realizada com base nos personagens do livro Todo Dia a Mesma Noite, de Daniela Arbex, e sente-se representada por ela bem como pelo livro da autora. A produção não retrata de forma individual os 242 jovens assassinados, mas um recorte das quatro da famílias de pais que foram processados. Todos os familiares de vítimas e sobreviventes retratados por personagens da obra estavam cientes e em concordância", garantiram.

O comunicado cita que a produção deu esperança para a busca pela justiça após o incêndio. "Reiteramos que não estamos movendo nenhum processo contra as produções, nem pretendemos, por acreditarmos na potência das produções na luta por justiça e a luta por memória. Recontar essa história significa denunciar inúmeras negligencias e tentativas de silenciamento que encontramos pelo caminho, além de auxiliar na prevenção para que esse tipo de tragédia não aconteça com mais nenhuma família", disseram.

Por fim, eles concordaram que a produção de obras sobre o ocorrido traz visibilidade para a história e para o sistema judiciário falho. "Mostrar o que aconteceu na Kiss faz com que a morte de nossos filhos e filhas, irmãos e irmãs, pais e mães, amigos e amigas não tenha sido em vão. Mostrar a morosidade, a burocracia e como é o sistema judiciário brasileiro serve como denúncia e como protesto. É preciso falar, debater, produzir materiais sobre o que aconteceu naquela trágica noite, pois só assim conseguiremos que as pessoas entendam o que a ganância, a negligência e a omissão são capazes de fazer. (...) Não há nenhum valor sendo pago a nós com a produção e o que ganhamos é a crença no fortalecimento, na luta por justiça e pela memória. Para que não se repita", concluíram.


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