"Alto astral": é assim que Eli Ferreira, que interpreta Laura em "Mar do Sertão", define os bastidores da novela das seis da TV Globo. Em entrevista ao iG Gente, a carioca conta que o elenco e a produção costumam fazer festas animadas frequentemente. Em outro momento da conversa, ela ainda defendeu a personagem, tida como uma das vilãs do folhetim.
A atriz celebra a troca com os colegas de set e elogia o "clima leve" dos bastidores. Segundo ela, o ambiente de confraternização é fruto de festas e brincadeiras que o elenco e a produção fazem mensalmente. As reuniões são pensadas por Allan Fiterman, diretor artístico de "Mar Do Sertão", que também trabalhou em "Quanto Mais Vida, Melhor!".
"A gente tem altas festas, tenho até dificuldade de acompanhar, o elenco está sempre se reunindo. Tem uma coisa tradicional nos trabalhos dele [Allan Fiterman], ele faz uma festa mensal, onde a gente vota pelo 'bofe' e a bofa' do mês, geralmente, é a galera da equipe técnica e figurino. Como se fosse o funcionário do mês. Eles fazem a chapa deles e a gente vota. Eles são nomeados, recebem faixa e tem fotos no nosso estúdio", conta Eli.
A atriz explica que mesmo trabalhando com arte às vezes as demandas são pesadas e tais brincadeiras ajudam o trabalho a "fluir melhor": "Por mais que trabalhemos com o artístico, [a Globo] é uma empresa capitalista com demandas. Então, a gente precisa entregar e o trabalho, às vezes, fica pesado. Essas coisas são ótimas, deixam tudo mais leve e fazem com que o clima seja muito agradável nos bastidores".
Laura foge dos 'esteriótipos do preto' em 'Mar do Sertão'
Eli Ferreira também fala da personagem Laura, considerada uma das vilãs de "Mar Do Sertão". Segundo a artista, na trama, Laura é mais uma mulher negra revindicando um lugar que é dela por direito.
Na novela, a personagem consegue o cargo de CEO da multinacional que trabalha, tirando Zé Paulino (Sérgui Guizé) da posição. A personagem acredita ser uma das que mais se esforça na empresa e quer mais reconhecimento por isso. Deste modo, com a ajuda de Tertulinho (Renato Góes), que vira amante dela, ela contou mentiras sobre o pai de Manduca (Enzo Diniz), que até então era amigo e a grande paixão de Laura, para tomar o lugar dele na corporação.
"Ela está em um lugar de uma profissional não valorizada que tem um amor platônico pelo amigo. As pessoas comentam muito, nas redes sociais, que só a Laura trabalha na empresa, enquanto Maruan e José [que deveriam comandar a corporação] têm outros focos", pontua.
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Além disso, segundo a atriz, Laura traz ainda mais representatividade para a produção de Mário Teixeira. "É um projeto diverso, onde temos um das novelas com os perfis de atores mais diversificados, com muitos nordestinos. Sem dúvidas, um marco na televisão brasileira. Dentro disso, além dos nordestinos, temos negros", diz Eli, que complementa:
"A Laura tem o lugar de mulher estudada, financeiramente resolvida, com uma profissão e com uma carreira. Isso diferencia ela, faz ela ser retratada fora dos estereótipos que a gente conheceu e acreditou ser a realidade do preto".
Amizade e reconhecimento entre o elenco
Deste modo, Eli cita outros atores que também têm o papel de representar personagens negros na novela, como Heloísa Jorge, que faz a pastora Dagmar, Ju Colombo, que interpreta Quintilha, e Cosme dos Santos, que fez o papel de Janjão, dono do bar de Canta Pedra.
"Eu lembro de crescer vendo o trabalho dele. Encontro o Cosme do Santos e reverencio por ser um artista preto de anos na estrada, batalhando", celebra Eli, sobre a arte de Cosme dos Santos.
A atriz também comemora o encontro com Ju Colombo, que além de inspiração, virou uma grande amiga. "Eu e a Ju Colombo ficamos muito próximas. Temos muitas trocas de papo e de conselhos. Ela é uma artista que está aí há décadas. Uma mulher super serena, espiritualizada e tranquila. Dá opinião e está sempre trocando conosco", lembra a carioca, com carinho.
"É uma sorte muito grande. Essa galera que faz isso há muitos anos sempre vem com conselhos bons para a gente ir passando pelas etapas da melhor forma possível", conclui Eli.
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