Laís Ribeiro diz que aprende todos os dias com o filho autista
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Laís Ribeiro diz que aprende todos os dias com o filho autista

Sucesso no mundo inteiro como modelo, a top Lais Ribeiro decidiu tornar pública uma história pessoal, como é ser mãe de um adolescente com transtorno do espectro autista. De férias no Brasil com o marido, o jogador de basquete Joakim Noah, ela falou da luta contra o preconceito e da sua participação na campanha Real Love, sobre as diversas formas de amar.

"Embora esteja constantemente nas passarelas e em campanhas publicitárias, sempre fui reservada em relação a minha vida pessoal. Mas com o tempo decidi que seria importante tornar pública uma parte da minha história, para inspirar pessoas que enfrentam condições parecidas. Tenho um filho com transtorno do espectro autista e resolvi participar neste ano da campanha 'Real love', promovida pela marca de lingerie Victoria’s Secret, que fala sobre as diversas formas de amar. Em um vídeo veiculado mundialmente, apareço interagindo com Alexandre, que está com 14 anos. Ainda há muito preconceito e desinformação em torno dessa questão e eu sei quanto é difícil lidar com ela. Apesar de todos os desafios que o Alexandre tem de superar, posso afirmar que, hoje, sou eu quem aprende com ele todos os dias", disse ela em depoimento em primeira pessoa à "Veja".

Laís Ribeiro conta que recebeu tardiamente o diagnóstico do filho. As mudanças de comportamento ficaram mais visíveis depois que Alexandre foi morar com ela em Nova York, aos 5 anos de idade:

"Quando passamos a morar juntos, a primeira coisa que me chamou atenção no seu comportamento foi o fato de confundir o mundo real com o da fantasia. Muitas vezes, vendo desenhos, mergulhando na piscina, ele criava universos paralelos e agia como se fossem de verdade. Quando soube que essa conduta se encaixava no espectro autista, fiquei em choque, me desesperei. Não sabia nada sobre essa condição e precisei sair em busca de reportagens, médicos e terapias. Descobri que nenhum caso é igual a outro, tanto que o símbolo do transtorno é um quebra-cabeça, no qual a gente vai desvendando as particularidades e necessidades de cada um".

A modelo relata ainda que já enfrentou "olhares atravessados e comentários maldosos", frutos, segundo ela, da "grande ignorância sobre o assunto": "Alexandre também foi vítima de bullying em uma escola tradicional e agora frequenta uma instituição especializada em Miami, onde fomos morar durante a pandemia para dar mais espaço à família".

Por causa de sua experiência pessoal, Laís Ribeiro neste momento trabalha para tirar do papel a criação de uma fundação voltada para a área de saúde mental. Para ela, o filho é a "pessoa mais pura e verdadeira" que ela conhece e sua maior inspiração.

"Fui mãe muito cedo, aos 18 anos. Tinha planos de ser enfermeira, mas minha vida mudou completamente quando participei de um concurso de modelos em São Paulo. De uma hora para outra, aquela menina simples, alta e magra (1,84 metro e 66 quilos) de Miguel Alves, interior do Piauí, estava desfilando para marcas como Dior, Jean-Paul Gaultier e Donna Karan. Cheguei a dividir um apartamento de um banheiro com dezessete garotas em São Paulo no início da carreira, mas consegui fazer meu nome nesse universo super-restrito. Hoje, concilio a carreira com os cuidados com o Alexandre", diz a modelo.


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