Gilberto Gil critica Bolsonaro em entrevista ao 'The Guardian'

Ministro da Cultura entre 2003 e 2008, ele teceu críticas ao presidente Bolsonaro, o chamando de retrógrado

Foto: Alexandre Cassiano
Gilberto Gil toma posse na Academia Brasileira de Letras


Em turnê pela Europa comemorando seus 80 anos, Gilberto Gil aproveitou para dar uma extensa entrevista ao jornal inglês "The Guardian". Ministro da Cultura entre 2003 e 2008, ele teceu críticas ao presidente Bolsonaro, o chamando de retrógrado, citando, entre outras coisas, que ele prefere abrir um clube de tiro do que uma biblioteca. O artista ainda manifestou indignação pelo caso Dom Philips e Bruno Pereira. Confira abaixo os principais trechos.

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"O retrocesso a que fomos submetidos é impressionante. Mas o que esperar de uma pessoa que prefere abrir um clube de tiro do que uma livraria? É uma visão de mundo retrógrada, reacionária, que demonstra uma oposição a qualquer tipo de avanço, que não quer viver na agilidade do futuro e os desafios permanentes que isso implica".


Crime bárbaro

O cantor afirmou que o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips no mês passado foi “um crime bárbaro”.

"Eles eram dois importantes agentes na luta pela preservação de nossas riquezas naturais e pela viabilização de um futuro de relações ambientais mais justas e equilibradas. Mas um sentimento de luto fortalece a luta.”

Amazônia

O baiano também comentou sobre o desmatamento da Amazônia. "É uma enorme depreciação da imagem do Brasil para o mundo. É como se estivéssemos nos descivilizando.”

Documentário

Gil ainda falou sobre o documentário que está disponível no Amazon Prime Vídeo, "Em casa com os Gil", que mostra o retrato da família multifacetada do cantor.

"Ser filmado com toda a família, com meus filhos e netos, foi uma novidade. Acima de tudo, esta série serve como um documento para que eu possa, em algum momento da minha vida, voltar e ver minhas duas netas crescendo".

Música

Aos 80, Gil garante que ainda encontra beleza na criação musical. “O artista que se inspira na poesia e no desafio criativo da palavra cantada tem sempre algo a dizer. E eu gosto desse bordado – gosto de costurar palavras no tecido da música.

Assim, até que desapareçam as forças que proporcionam este trabalho, continuarei atendendo ao pedido daquele jovem cantor que quer uma colaboração, ou daquele novo autor que pede letras. Como diz o ditado: enquanto há bambu, há flecha.”

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