Aos 15 anos, o paulistano Caio Ronconi utilizou do talento inusitado para realizar um sonho. Foi furando a fila de uma atração no parque da Disney que o tiktoker percebeu que poderia fazer sucesso com a dublagem. Conhecido como "Pato Donald brasileiro", o influenciador já coleciona mais de 2 milhões de seguidores e viralizou nas redes com a atuação.
O tiktoker dubla o personagem da Disney desde os 7 anos, mas só percebeu que poderia ficar famoso com o talento quando encontrou Pato Donald cara a cara. Em entrevista ao iG Gente, Caio explica como planejou a estratégia arriscada para conseguir encontrar o boneco de Pato durante uma visita ao Magic Kindom, parque da Disney, em Orlando.
"Eu fiquei 11 dias e não encontrava o Pato Donald. Não via graça na Disney, minha passagem estava comprada, família toda indo e eu só queria ir para ver o pato. Estava na saída, indo embora, quando vi uma fila gigantesca. Falei 'meu Deus, que brinquedo é esse que eu não participei?', fui olhar e era o bendito pato. Pensei 'não vou pegar essa fila'. Eu não sabia falar inglês até então. Era mais novinho peguei e pensei assim, 'olha, eu vou furar essa fila imitando o Pato Donald, se ele entender, ok. Se ele não entender, perfeito', mas deu certo. Furei a fila imitando o Pato Donald e ele me abraçou, gravou comigo, tirei foto com ele e foi quando realmente vi o meu valor também", revela.
No TikTok, Caio tem quase dois milhões de fãs e números que impressionam a cada publicação. A princípio, Caio entrega que não gostava da plataforma e admite que tinha um certo "preconceito" com a rede social. No entanto, foi uma 'trend' no aplicativo que o fez viralizar. O primeiro vídeo que viralizou no TikTok foi justamente um em que Caio dubla o Pato. O influenciador ficou surpreso com a explosão de seguidores e visualizações que aconteceram de um dia para o outro.
"Eu não utilizava essa plataforma de vídeos até que um dia eu vi uma trend e achei muito interessante participar. A trend era 'Fale algum personagem que você imita e acha ruim, mas a galera acha muito legal'. E foi onde eu fiz um vídeo intercalando, 'Pô, às vezes eu sou o Caio, às vezes eu sou o pato, não sei. Vocês me chamam do que quiserem', só que eu intercalei as 2 vozes e segurando o personagem", relembra.
"Esse vídeo me rendeu 300 mil visualizações de um dia para o outro. Eu postei e deixei, até porque eu não utilizava a plataforma e gerou mais de 70 mil seguidores. Foi quando eu comecei a investir na plataforma e a postar 15 vídeos no TikTok por dia".
Dilema
Apesar de ser bem-visto pelo público e ficar fora de polêmicas, Caio lida com um dilema pessoal.
Os vídeos postados pelo tiktoker muitas vezes têm uma linguagem pejorativa e maliciosa, com palavrões e insinuações de cunho sexual. Questionado sobre ter essas ações com a voz de um personagem infantil, Caio revela que já repensou a linguagem do próprio humor.
"Eu vejo muito problema, até porque eu tenho irmãos mais novos do que eu, inclusive crianças, e sempre quando eu vejo eles fazendo algo de errado, eu mesmo repreendo. Só que quando eu estou no meu personagem, nos vídeos, é sempre na categoria de humor. Eu vejo como uma crítica para mim mesmo. Eu penso, 'Será que eu estou influenciando as crianças a falarem a palavrão e tudo mais?'", pondera.
"Porém, teve um dia que eu abri uma live, tinha mais de 2,5 mil pessoas e eu estava convidando a galera aleatoriamente para aparecer junto comigo e eu convidei uma moça, uma mulher e ela subiu com a filha dela ao lado e falou 'Nossa! Eu sou muito sua fã, eu vejo os teus vídeos, e você falando palavrão e dublando, a minha filha adora'. Respondi 'Mas a sua filha fala palavrão? Me desculpa', e ela respondeu 'Não, minha filha não fala palavrão, mas ela adora os seus vídeos'".
"Então, assim, de certa forma, me sinto culpado por fazer algo que foge do personagem, mas eu faço algo que as pessoas prestam mais atenção no que eu estou passando e na risada do que na palavra em si", avalia o tiktoker.
Influência e profissão
Atualmente, Caio já monetiza os canais de redes sociais, como o TikTok e o Instagram. O influenciador já fez parceria com diversas marcas de grande porte, como a "Americanas".
Em busca do crescimento profissional, Caio Ronconi vem adotando estratégias diversas. Na plataforma do YouTube, o influenciador promete abrir espaço para compartilhar mais da rotina do trabalho com a internet, como vlogs e viagens.
Além disso, Caio está promovendo um curso para profissionalizar pessoas que queiram trabalhar com o TikTok. Para realizar o projeto, o influenciador conta com a mesma equipe de um dos maiores youtubers do Brasil, o humorista Whindersson Nunes.
Games e E-sports
Durante o ensino médio, Caio não escondia preferir os jogos às aulas. O influenciador conta que durante as atividades escolares utilizava o celular para jogar FreeFire com os colegas. O que ele não imaginava é que anos depois o jogo seria um vínculo profissional.
Com o aprimoramento no jogo virtual, Caio transformou um hobby em trabalho. O influenciador se tornou um dos nomes principais quando o assunto é FreeFire. Caio é um dos 120 influenciadores oficiais do jogo no Brasil. Como colega de firma, Caio divide o posto com os skatistas profissionais Kelvin Hoefler e Pâmela Rosa.
"Um mês depois que eu terminei a escola, recebi a minha primeira proposta de contato profissional com o Free Fire, que foi através da INTZ, uma organização de e-sports e aí por diante começou a minha carreira. Eu passei por diversos times, INTZ, Black Dragons, Flamengo Los grandes e outras. E foi onde gerou o próprio interesse do jogo Free Fire em me procurar como influenciador devido aos números que estava gerando", explica. "Há um ano e meio recebi oficialmente a Bandeira angelical e o verificado, comprovando a minha autenticidade de influenciador do jogo", acrescentou.
Com o FreeFire, Caio realiza diversos eventos e estampa as novidades comerciais da marca. O contrato com a empresa fez o influenciador realizar o sonho de conhecer Pâmela Rosa. "Ela é muito gente boa. É uma menina muito esforçada. Merece todo esse reconhecimento que ela tem no skate e essa bandeira feminina que ela carrega lá no esporte. É muito bacana e eu fiquei muito feliz de ter conhecido ela, porque até então eu era fã. Quando eu recebi o convite da Los grandes para estar do lado dela, não acreditei. E, quando eu tive meu primeiro contato com ela, a gente conversou bastante e trocamos várias ideias e viramos amigos hoje", finaliza.