Mari Antunes, do Babado Novo
Divulgação/Erica Cotta
Mari Antunes, do Babado Novo


"Vai começar meu bloco... Vamos nessa! Vamos nessa!". Salvador (BA) completa 473 anos nesta terça-feira (29) e a terra do Axé Music vai receber outra celebração: a banda Babado Novo, comandada pela cantora Mari Antunes, vai gravar um DVD em comemoração aos 20 anos de história da Babado, de frente para a Baía de Todos os Santos, com convidados de todo o Brasil.

Há 11 anos na banda, Mari Antunes fez um balanço exclusivo da carreira para o iG Gente. Mari, que antes atuava como enfermeira e vocalista da extinta banda Sarypa, ganhou projeção nacional no Babado Novo, que também projetou Claudia Leitte aos holofotes de todo o Brasil. A baiana, de Itabuna, garante que nunca se preocupou com as comparações entre ela e Claudinha.

"São onze anos de Babado Novo. É muito natural que as pessoas façam comparações. Quando assumi a banda, não pensei na responsabilidade do processo. Isso me ajudou, mas não que eu fosse isenta. A banda já era muito bem estruturada, com história, e com uma identidade firmada com a presença de Claudinha. Era um desafio muito grande, mas eu não encarei essa responsabilidade. Isso me ajudou hoje. Eu estava aproveitando a oportunidade e só conseguia ver flores. Eu vim do sul da Bahia, sempre fui fã da banda. Lembro que a todo momento eu nunca quis ser ou tentar parecer com algo, ou alguém", avalia Mari.


A cantora explica que a alternativa às comparações foi apresentar a própria identidade para cativar os fãs, chamados "Grudinhos". Logo no início da trajetória no Babado Novo, Mari Antunes misturou o Axé com Arrochadeira e atraiu novos olhares, ainda que desconfiados.


"No começo, existiu a comparação. Duas mulheres, no mesmo lugar, a mesma história. Mas em pouco tempo as pessoas entenderam que eram personalidades bem diferentes. Eu imprimi a identidade da Mari, que tinha o lance da dança, da arrochadeira. Quem comprasse a ideia e gostasse, viria comigo. Caso não gostasse, poderia acompanhar diversos outros artistas e estilos. Minha trajetória é leve. Nunca quis ser [Claudia Leitte], nem ela e nem ninguém. Ia ser uma farsa. Sempre prezei em ser a Mari. Eu não inventei, não criei personagem. Isso é muito verdadeiro", conta Mari.

Convidados

Responsável por ser a voz dos 20 anos de história do Babado Novo, Mari Antunes cuidou de cada detalhe da gravação do registro audiovisual e escolheu os convidados a dedo. Claudia, por exemplo, foi a primeira pessoa a ser lembrada por Mari para o DVD, mas não poderá estar presente devido a agenda. "A gente trocou uma ideia por telefone e ela vai estar conosco de coração. A gente tem uma relação de muito carinho e abertura. Conversamos sobre Bella [filha de Claudia] e tudo. É de muito carinho e muito saudável", comemora Mari.

Convidado é o que não falta para celebrar os 20 anos de Babado Novo. Mari vai receber Gabi Martins, Durval Lelys, Gabily, Felipe Pezzoni (Banda EVA) e MC Dany no palco do Museu de Arte Moderna da Bahia. "A gente vai passear pela história do Babado. Queria colocar tudo. Mas nós também vamos com o atual. Tem a raiz, tem a história e a novidade. Serão quatro inéditas e 18 faixas. Os feats são inéditos", entrega Mari.

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A baiana prepara um feat especial com Gabi Martins e MC Danny, que deve ser a primeira música de trabalho do projeto. "'Tu gosta do meu toma toma' é o nome da música. Ela é uma mistura do Babado com o que Gabi e Danny vem fazendo. É um 'tri-feat'. Isso já é novo na história do Babado e resolvemos sair da caixinha", explica. Para os amantes do Axé raiz, Mari tranquiliza: vem axezão por aí. "Com Pezzoni e Durval vamos fazer Axé Music raiz! Durval é aquele axé de arrepiar a espinha. Felipe tem o mesmo processo. A música é uma pedrada. Quando eu ouvi a composição de Alexandre Peixe, chamada 'Dendê', pensei imediatamente em Felipe. A gente já vinha ensaiando isso, somos irmãos".


O iG Gente teve acesso ao setlist do DVD. Clássicos da história do Babado Novo também estão confirmados, como "Bola de Sabão", "Descidinha", "Amor Perfeito", "Colou, bateu, ficou", "Namorar", "15 mil por mês", "Uau", "Fulano in Sala" e um pout-pourri com "Eu Fico" e "Me Chama de Amor'". 


Mari também vai misturar Axé com Funk. A carioca Gabily desembarca em Salvador para a gravação da inédita "'Rastando' o short no chão". "É uma música que gravei no Hitmaker, no Rio de Janeiro. Mistura o pop com a Bahia e quando Gabily ouviu, adorou", recorda.

Carreira solo vem aí?

Mari Antunes, hoje, é empresariada por Manoel Castro. Após 11 anos de relação com os empresários, Mari traça uma história diferente do que se vê no mercado baiano. Nos últimos anos, diversos artistas baianos deixaram as respectivas bandas e se aventuraram em carreira solo. Alinne Rosa, Tuca Fernandes, Tomate, Bell Marques, Durval e Saulo Fernandes são alguns exemplos. Porém, Mari acredita que se houver uma mudança será em comum acordo com o empresário e dentro dos projetos que os dois traçam juntos.


"Penso que se acontecer uma carreira solo será naturalmente. Meu empresário até cogitou possibilidades, mas não de partir para carreira solo. A gente vem trabalhando 'Mari e Babado Novo', mas isso acontece de uma forma muito natural nos shows. Não parei para pensar nisso", revela. "Com o Babado, acredito que tenho mais três ou quatro anos de contrato. Mas não me apego a isso, nós temos uma relação ótima. Se a gente decidir que vai virar outra coisa, não tem contrato certo. A nossa conversa é muito transparante. São 11 anos de confiança", pontua.

Entre tantos atritos observados no mercado musical, Mari Antunes foge de polêmicas e mostra gratidão à banda. A cantora confessa ao iG que não se arrepende de nada ao longo dos onze anos de história na Babado Novo. "Tudo caminhou da forma correta. Não me arrependo de nada. Fazendo uma retrospectiva de tudo, entendo que as coisas aconteceram no tempo certo. Só tenho gratidão. Sou privilegiada de fazer parte dessa história de grande sucesso. Amadureci muito no Babado. Me levou para lugares que não imaginei e me fez realizar muitos sonhos", comenta.

Finalizando o balanço, Mari Antunes fala com os pés no chão sobre o sucesso. A baiana de Itabuna se mostra realizada, principalmente por não negociar a paz. "Em toda a minha história, eu nunca negociei os meus princípios. Nunca fui forçada a fazer algo que fosse me ferir. Não vou passar por cima de ninguém para conseguir o que quero. Eu quero gozar cada dia do que estou construindo e vivendo. Sou feliz e muito vitoriosa quando olho para trás e lembro do sonho de ser cantora. Eu vivo disso", finaliza.

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