Marieta Severo defende a democracia em participação no 'Altas Horas'
Reprodução/TV Globo
Marieta Severo defende a democracia em participação no 'Altas Horas'

No sábado (25), a atriz Marieta Severo, no ar como Noca, em “Um Lugar ao Sol”, participou do “Altas Horas” e comentou sobre as dificuldades que ela e o então marido, Chico Buarque, enfrentaram ao viver o período da ditadura brasileira, que durou de 1965 a 1984.  


Serginho Groisman questiona de um momento em que a atriz citou que não gostaria de fazer televisão. "Era na época da ditadura, essa época terrível que a gente espera que não volte nada semelhante. Existia uma censura e uma impossibilidade de Chico se apresentar na televisão. Eu achava que não era justo eu me apresentar com ele sendo censurado, então, foi por isso”, explicou. 


"Eu estreei no teatro, no cinema e na televisão. Eu comecei nos três. Então, eu fiquei uns dez anos sem fazer televisão e o motivo foi esse. Não foi nenhuma opção profissional. Eu adoro fazer os três. Muitas vezes fiz os três ao mesmo tempo, mas o motivo de eu não ter feito, já que você tocou nisso, foi só esse", contou.


O apresentador então relembrou que em 1968, o AI-5, ato mais duro de toda a ditadura, começou a valer. "Eu tinha acabado de fazer Roda Viva no Rio de Janeiro e estava grávida. Nós saímos do Brasil em janeiro de 1969 para ficar 20 dias e voltar, mas aí teve toda a história, Caetano foi preso, Gil foi preso. A gente recebia muito recado de que se Chico voltasse ele ia ser preso. Eu estava com um barrigão, aí a gente falou que não íamos voltar e Silvinha nasceu na Itália por causa disso", disse. 


Severo relembrou também que no período do exílio, ela e Chico Buarque ficaram morando na Itália por mais de um ano e ressaltou a importância da democracia. "Esse período tenebroso que alguns aí clamam de volta, mas eu com a minha experiência, a minha vivência de ter passado por esses períodos todos, eu digo que não tem nada pior. É insuportável você não ter liberdade. É insuportável viver sem democracia", completou.


Marieta aproveitou o momento para desejar um bom Ano Novo e alfinetar quem propaga discursos de ódio. "Que o ano que vai entrar seja o ano em que nós brasileiros possamos lidar com coisas mais alegres, positivas, construtivas, resgatar toda a alegria e positividade que o nosso povo tem. Sem esse discurso tão ruim  de violência, de arma, de ódio, de estímulo à briga entre nós. A gente não é assim, não quer ser assim e não seremos assim no ano que vem", terminou.

Presentes no programa também estavam Juliana Paes, Heloísa Périssé, Gkay, Baby do Brasil, Zabelê e Os Barões da Pisadinha. Internautas relembraram que  Juliana Paes e Baby do Brasil já fizeram publicações favoráveis ao governo de Jair Bolsonaro, que defende o regime da ditadura. No Twitter, alguns deles comemoraram as falas de Marieta e criticaram as duas artistas.








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