A ex-modelo e empresária Luma de Oliveira relembrou a experiência que viveu em meio ao atentado de 11 de setembro, quando dois aviões colidiram contra o World Trade Center, as Torres Gêmeas, em Nova York. O atentado completa duas décadas neste sábado . Ela reviveu os detalhes daquela manhã ao UOL e se lembra de ter sentido cheiros fortes e pânico.
Naquele 11 de setembro de 2001, ela chegou a Nova York por volta das 7 da manhã, poucos antes dos ataques acontecerem. Ela foi acompanhada por seu então marido, o empresário Eike Batista. Ela tomava café da manhã em seu antigo apartamento em Manhattan quando um amigo ligou para falar do atentado.
Luma se lembra de abrir a janela e ver apenas fumaça. "Depois entrou o outro avião. Veio o pânico. Um rolo de fumaça muito grande se deslocou em direção a onde eu estava. Era uma fumaça descomunal", lembra ao portal.
Seu primeiro instinto foi ligar para a casa no Brasil e instruir para que os filhos ficassem em casa e não assistissem à televisão. Luma diz que ela e Eike se mantiveram calmos e saíram do apartamento apenas para comprar comida e água.
"Era um cenário que parecia de guerra. As pessoas caminhando com malas pelas pontes feitas para carros. Mas eu não via pânico. Elas iam arrastando as malas devagar", conta.
Ela também afirma se lembrar do cheiro forte de pessoas carbonizadas que sentiu. "O vento mudou de direção e eu comecei a sentir cheiro de carne queimada. São três coisas que me chocaram muito: o rolo de fumaça enorme, muitos aviões de caça no céu e o cheiro de carne queimada. Era um cheiro forte", afirma.
Esse cheiro, ela conta, ficou gravado em sua memória. "Todo mundo sentiu o cheiro, mas ninguém falava nada. É tão triste, tão pesado, que ninguém falava nada. Não era pelo cheiro, mas pelo que simbolizava. Eram pessoas que tinham morrido carbonizadas."
Para voltar ao Brasil, ela sentiu pânico e chegou a mudar a companhia aérea; antes, ela viajaria com a American Airlines, a mesma que teve os aviões sequestrados. Ela tentou adiantar o retorno, mas os aeroportos estavam fechados após os ataques.
A hora do embarque causou muito pânico e crises de choro. "Pensava que não estava segura. Perguntaram se eu queria ficar e falei, vamos embora. Vai dar certo. Dentro do avião, olho para a comissária se despedindo de alguém em terra. Ela deu um abraço na pessoa. Os dois com os olhos cheios d'água. Passei o voo inteiro acordada, rezando, e só fiquei tranquila quando estava sobrevoando a Floresta Amazônica", relembra.
Perguntada pelo portal se deve visitar alguns dos memoriais em Nova York para as vítimas do 11 de setembro , ela afirma não ter vontade. "Quem vai lá precisa estar com muita paz, rezar muito. Não é um lugar para tirar fotos. É uma tragédia que nunca mais esquecerei."