No início dos anos 2000, a cantora Marina Elali ficou muito famosa por cantar mais de 20 temas de novelas. É ela a dona da voz da canção “Eu Vou Seguir”, tema da personagem de Gabriela Duarte em “Sete Pecados”, lançada em 2007. Quase 15 anos após o sucesso da música, Elali conta exclusivamente ao iG Gente que a canção se tornou importante para pessoas com depressão.
“Meio que virou um hino. Na época recebi inúmeras cartas de pessoas que disseram que saíram da depressão escutando a música. Até hoje as pessoas me agradecem”, diz. Os recados também apontam melhoras na recuperação de pessoas com síndrome do pânico e até câncer.
Marina atribui esse efeito à positividade da letra. Na época, ela não esperava esse tipo de resposta. “Eu tinha vinte e poucos anos e, na minha cabeça, estava só gravando um tema de novela. Não imaginava o alcance daquele poder para ajudar as pessoas. A partir daquele momento, a chave virou e comecei a entender que não era só sobre cantar, mas que minha missão era ajudar as pessoas”, afirma.
Após dois anos afastada dos palcos, tanto pela maternidade como pela pandemia, Marina Elali se prepara para lançar um álbum de canções de ninar. Com ele, ela segue esse mesmo desejo de ajudar com foco em famílias com crianças pequenas.
“Sou uma artista que gosta sempre de fazer as coisas de forma verdadeira, então pensei que o que eu mais estava vivendo no momento era 100% a maternidade. Quis compartilhar com outras mães que estão grávidas ou que querem ser mães”, explica.
O novo trabalho é inspirado em sua relação com a filha, Luna, de dois anos. O primeiro single do álbum, chamado “Dorme Em Paz”. Todas as canções cantadas no álbum são cantadas no dia a dia de sua filha. Antes do projeto nascer, ela chegou a compartilhar um vídeo cantando um trecho da canção nas redes sociais. Nos comentários, diversos fãs pediram para ouvir mais a canção, o que também a impulsionou a gravar o projeto.
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A grande intenção do projeto é levar um acalento às famílias, principalmente às mães. Por isso, as composições do projeto vão além da maternidade, mas falam também sobre fé e possuem letras positivas. A ideia é que as canções possam ter efeito terapêutico e dar suporte a outras mães. “Quero ajudar de alguma forma, seja para o bebê dormir, para a mãe se sentir melhor ou para acalmar o ambiente.”
Parcerias com Claudia Leitte e Padre Fábio de Melo
O projeto conta ainda com canções ao lado de Padre Fábio de Melo e Claudia Leitte. Elali conta que as duas canções foram gravadas de maneira especial e estão diretamente ligadas a experiências deles.
A cantora explica que o convite da canção foi feito para Fábio pouco antes do falecimento da mãe, vítima da Covid-19 . “Quando ouvi a voz dele me emocionei porque tem uma hora da letra que diz: ‘Alguém no céu olha por mim’. Ele deve ter cantado para a mãezinha dele porque sabe que ela está no céu cuidando dele agora”, lembra Marina.
Claudia Leitte, que é mãe de dois meninos e uma menina, Bela, participa da faixa “Mãe de Menina”. O convite surgiu tanto pela letra como pelo desejo dos fãs. Marina explica que uma parceria com Claudia era bastante requisitada nas redes sociais.
“Pela experiência que ela estava vivendo com a filha, tinha certeza que ela cantaria de uma forma linda. A voz dela ficou linda justamente por esse sentimento que ela transmite, de que está cantando para a princesa dela”, afirma.
Maternidade real e saudade dos palcos
Em 2019, Marina ficou grávida de Luna e deixou os palcos para se dedicar à gravidez e aos primeiros meses de vida da filha. No início de 2020, a cantora potiguar radicada em Miami chegou a fazer alguns shows no Brasil, mas o restante da agenda foi interrompida devido à pandemia.
Ao se ausentar dos palcos, ela explica que teve o lado positivo de poder conviver 24 horas com a filha na primeira fase da vida dela. Por outro lado, ela não nega que essa jornada possa ser cansativa. Sem babás e com a família longe, ela e o marido, o produtor musical Juan Carlos Salvatierra, vivem a mesma realidade que muitos pais estão vivendo no Brasil e no mundo.
“Não é como se a gente precisasse ter uma babá, é claro. É que desde que ela nasceu nós não temos outras pessoas, como amiga, avó e tia para ajudar a dar comida, dar um banho... somos só eu e o pai”, explica a cantora. Ela usa esse gancho também para se comunicar com os fãs e mostrar que vive uma maternidade real.
Sobre se ausentar dos palcos, Marina Elali conta que foi uma sensação muito diferente. “Nunca fiquei tanto tempo assim e estou com saudade. Eu sou uma pessoa que gosta de gente, de receber pessoas no camarim, abraçar e tirar fotos. A internet aproxima um pouco, mas é muito diferente. Não tem nada como um abraço dos fãs”, diz.