A cantora discursou ao receber o prêmio Mário Lago no Domingão do Faustão
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A cantora discursou ao receber o prêmio Mário Lago no Domingão do Faustão


No último Domingão do Faustão do ano, a cantora Ivete Sangalo foi premiada com o troféu Mário Lago, como reconhecimento aos 25 anos de carreira, a contribuição artística e a conexão com o público brasileiro. Durante o discurso, Ivete não segurou a emoção e aproveitou o momento para relembrar discursar sobre pandemia, racismo, homofobia e igualdade de direitos.


"Tão difícil isso tudo que estamos passando na pandemia. Essa expectativa, essa ansiedade de que tudo se resolva logo (...). Embora seja um momento muito difícil, acho que alguma coisa aprendemos nessa pandemia e acho que a maior dela é perceber o outro. Não há como passar por isso e chegar num resultado positivo se a gente não olhar para o prisma do outro, a vida do outro e se colocar no lugar do outro", disse Ivete.

A cantora também lembrou da violência sofrida pelas minorias. "O nosso país é o que mais mata homossexuais no mundo. O Brasil é um país racista, homofóbico, de feminicídio e de ataques às minorias, que não são minorias", afirmou.

Ela prossegue: "Cada um de nós tem uma personalidade, uma maneira de ser, viver, gostos...mas nos direitos nós somos iguais. Cabe a nós nos olharmos para que a gente continue vibrando essa alegria que estamos aqui, para que tenha notícia boa, mas consciente de que os indivíduos têm que ser respeitados de forma igual. É isso o que a gente quer".

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Mostrando estar por dentro do debate, a diva não deixou de falar dos próprios privilégios. "Agradeço muito pelo fato de ser uma pessoa reconhecida, famosa, mas sou mãe. E o meu filho pode correr na rua sem camisa. Para mim seria terrível não deixar meu filho andar na rua porque poderia ser alvejado por uma bala ou um filho meu ser homossexual e não poder ser feliz, simplesmente por isso".

Ivete também fez referências ao machismo e à violência contra a mulher, que cresceu durante a pandemia. "Esse mundo que usou o argumento da pandemia para aumentar o número de mulheres assassinadas, sob o argumento de que homens não tinham entretenimento. Todo argumento é viável para quele que não respeita, para aquele que não se coloca, que se sente inferior a mulher e desconta nela esse poder de ódio".

Ela finalizou contando um pouco da educação dos filhos. "Não ensino às minhas filhas, ensino ao meu filho, ensino que ele tem que entender seu próprio poder, mas ele precisa respeitar o poder de iniciativa, criatividade, existência do outro. Seja mulher, homem, quem quer que seja", disse.

Veja o discurso completo:




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