Quando a pandemia do novo coronavírus (Sars-coV-2) estava chegando ao Brasil, em meados de março de 2020, Claudia Leitte foi uma das primeiras artistas a cancelar apresentações . Em 8 de março ela parou oficialmente. Após nove meses, nesta quinta-feira (10), às 20h00, a cantora "dará à luz" ao seu novo EP, o “Sol a Sol”.
Com cinco faixas, todas com doses cavalares de axé e empoderamento, a cantora explica que compor não foi tão fácil, principalmente porque a sua fonte de inspiração, o público, estava fora de alcance. “Tivemos que criar um disco de axé altamente interessante e fervoroso sem ir para o carnaval, que é onde tudo acontece”, inicia Claudia Leitte.
Cumprindo o isolamento social, ela acabou encontrando inspiração dentro de casa, na sua infância. “Aconteceu do Sol nascer dentro do meu estúdio. Eu, que sou artista de palco, voltei para a minha infância, quando imaginava cantar para multidões. Então compus, de fato, pensando no dia que eu pudesse cantar essas músicas para o público”, explica.
Ao falar sobre o título do EP, Leitte reflete: “O Sol é uma figura feminina enorme. É um símbolo de esperança, toda vez que nasce um novo dia é mais uma oportunidade que a vida nos dá”.
As músicas de “Sol a Sol” são empoderadas, agitadas e contagiantes. Questionada sobre o motivo de lançar algo do gênero durante uma pandemia, Claudia fala sobre o amor dos fãs. “Acho que os meus fãs merecem isso de mim, receber esse meu carinho, espero levar alegria para a casa das pessoas, que elas sintam-se no carnaval, mesmo em casa”.
Mulheres poderosas & Wesley Safadão
Ao todo o projeto é composto por cinco faixas, Desembaça, Rodou ft Wesley Safadão , Mulherão e Afrontosa ft Dadá Boladão. A quinta música é a versão em espanhol do single Desembaça. Além da intérprete, todas as músicas têm uma coisa em comum: o tom de protagonismo feminino. De frente ao fato, a artista relembra o processo de composição.
“Eu vinha em uma vibe muito feminina [na quarentena], focada em mulheres fortes que ilustraram minha vida e meu carnaval, histórias de mulheres que me trouxeram coisas bonitas e valiosas em questão de aprendizado”, disserta.
Você viu?
“Todas as músicas do EP falam de mulheres, de força, de autoestima. Aliás, desde antigamente já rolava uma coisa bem espontânea de eu fazer música empoderada, mas acho que apenas estou consciente disso agora”, segue.
Assim como Anitta e Cardi B, Claudia Leitte protagonizou um clipe com Wesley Safadão sem a presença do próprio, tudo gravado à distância. “Ele foi massa, topou logo de cara. Foi o clipe mais rápido que fiz na minha vida. Só tinha uma pessoa no set comigo”, diz ela, que reforçou que seguiu todos os protocolos de segurança.
No vídeo de Rodou, em um certo momento, Safadão e Claudia chegam a interagir. Sobre esse momento, que foi possível graças a magia da computação, ela brinca: “Nesse encontro do clipe, eu acredito que realmente toquei ele”.
Apesar de obter um saldo positivo com a música, a cantora não esconde. “Eu curti o processo e tal, mas eu sinto falta de ter uma galera no set, todo mundo falando, agradeço a Deus por ter feito o trabalho, mas quero a vida normal de novo, poder abraçar todo mundo”.
A saudade do palco & futuro
Longe da estrada, a saudade do público é algo que mexe com a intérprete de Mulherão. “Nunca fiquei tanto tempo fora dos palcos, não vejo a hora de cantar essas músicas ao vivo. O tête-à-tête jamais será substituído”.
A agenda dela, que estava fechada até 2021, ainda segue sem previsões. “Acho que só iremos voltar, quando, de fato, for seguro para todos. É como dirigir um carro, você não dirige só para você. É um momento de colocar em prática o amor ao próximo”, analisa.
Por fim, Claudia Leitte não descarta uma turnê do novo projeto. “A vontade é grande, e não estou sozinha, meus fãs estão ali. A hora que a cancela abrir a gente passa com tudo”, finalizou.