Faltando menos de um mês para o Carnaval 2020, Renata Spallicci está a todo vapor. A loira, que é autora, atleta, colunista e modelo, desfilará pela primeira vez como Rainha de Bateria da Barroca Zona Sul, escola de samba de São Paulo. Ao Portal iG
ela falou sobre o assunto.
Leia também: Musa fitness, Renata Spallicci exibe corpão e revela dieta empoderada
“A ansiedade está a mil, estou super empolgada por vários motivos”, iniciou Renata Spallicci , que completou. “Primeiro: é meu primeiro ano como Rainha então eu estou muito feliz, era um sonho. E segundo: porque a escola está evoluindo absurdamente. Até falei com o presidente de como é lindo ver o quanto ela está crescendo semana a semana”.
Leia também: Núbia Óliiver e outras musas revelam por que não aceitaram desfilar no carnaval
Questionada sobre o preparo para desfilar no Sambódromo do Anhembi, a Rainha não esconde que há muito suor e trabalho até o grande dia. “Está sendo intenso. Eu tenho uma coach de samba e ela me acompanha desde desde o ano passado, além disso, tenho ido a muitas apresentações da escola… claro, também têm toda a preparação física que envolve toda a parte de musculação e a preparação estética”.
Este ano a Barroca Zona Sul homenageará Tereza Benguela, uma líder quilombola que lutou contra a escravidão. Convidada a refletir sobre como uma mulher branca se conecta com a história de uma líder negra e da escola de samba, Renata não se esquiva.
“Tem muito da questão da luta, da batalha, a Barroca ficou 15 anos no grupo de acesso, acabou de subir para o grupo especial, a minha história têm uma parcela muito grande de determinação, de nunca desistir do sonho… e também tenho uma questão muito forte relacionada ao protagonismo e empoderamento feminino, então quando soube que o enredo ia ser embasado em Tereza eu fiquei muito feliz”, disse ela sobre sua conexão com a agremiação.
Ao dissertar sobre a conexão com Tereza, ela assume tom militante: “As mulheres trazem a ancestralidade, independente da raça, relacionada a questão do aprisionamento, de ser oprimida. Tereza lutou para ser uma líder em uma época mais machista, nesse aspecto me identifico... e apesar de não ser negra, respeito muito toda a ancestralidade africana”.
Em continuidade, ela diz: “Para eu estar a frente da bateria hoje, usar uma roupa que mostra muito o corpo e ser respeitada têm muito a ver com a luta das mulheres que vieram antes, das gerações anteriores que sofreram muito para eu estar aqui … e como mulher luto para que as próximas gerações tenham mais liberdade que eu’.
Apesar da maneira respeitosa com a qual falou sobre a conexão com Tereza Benguela, musa inspiradora da escola na qual reina, Spallicci envolveu-se em uma polêmica recentemente ao usar uma máscara de flanders, utilizada para impedir que negros escravizados comessem e bebessem, durante ensaio técnico no Anhembi. Nas redes sociais, um coletivo negro criticou o fato dela ser uma mulher branca com símbolo escravista.
“O adorno não é bijuteria de grife. A máscara tem um significado cruel carregado por inúmeras mulheres ainda hoje. Significa a via crúcis de toda mulher negra escravizada, estuprada e humilhada pelas mãos da tirania escravocrata patriarcal. E este exemplo só poderia ser replicado para educar, conscientizar, e jamais pra 'lacrar'(...) É preciso o mínimo de discernimento e, principalmente, respeito à história para evitar o papel ridículo. Tortura não é brincadeira", diz o texto do coletivo.
Em nota oficial, divulgada após a realização desta entrevista, a Rainha de Bateria declarou: “em nenhum momento tentei me colocar no lugar de fala dos negros. Todos as críticas, negativas e positivas, foram escutadas e serviram de aprendizado”.
Leia também: Pabllo Vittar escolhe look para o Carnaval e web opina: "Gostosa"
Para finalizar, em tom animado, Renata Spallicci fala sobre o aspecto que mais chamará atenção do público para sua pessoa no grande dia. “Minha energia, minha alegria... espero que a fantasia chame atenção, que meu corpo chame atenção, mas estarei com uma vibração muito alta e quero que ela seja notada na Avenida”.