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Samara Felippo usou as redes sociais para compartilhar uma situação de racismo vivida pela filha, Alicia Barbosa, fruto do relacionamento dela com Leandrinho, jogador brasileiro de basquete. A garota sofreu com xingamentos em uma festa de formatura.

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Samara Felippo
Reprodução Instagram
Samara Felippo

No começo do texto de Samara, ela cita um trecho de sua peça, ‘Mulheres Que Nascem Com Os Filhos’: “Ser mãe de duas meninas negras me abriu pra um mundo onde eu descobri que não sabia nada. Nao sabia sequer enxergar a dor do outro. Onde eu enxerguei privilégios por ser uma mulher branca numa sociedade tão racista”.

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“Eu sempre falo, escrevo mas nunca tinha passado com minhas filhas por uma situação de racismo. E pela primeira vez me deparei diretamente com o que muitos passam diariamente”, seguiu Samara no seu longo texto.

“Estávamos na festa de formatura da Alícia, enquanto os pais conversavam no salão de festas as crianças brincavam no parquinho ao lado. [Foi] quando uma delas veio até a mãe: ‘Mae, tem dois adolescentes zoando e implicando com a gente’. Eu imediatamente levantei e fui a passos largos”, continuou.

“As crianças relatavam: ‘Aqueles três, puxaram o cabelo do fulano, zoaram com a ciclana’. Meu sangue começou a entrar em ebulição, fui que nem um bicho pra cima dos moleques e falei tudo que tenho vontade pra racistas, mesmo os ainda nem sabem que são. Garotos brancos de 14 anos, classe média de m*rda, com a camisa verde e amarela, que descobri que um deles é filho de miliciano”, relatou.

“Os xingamentos para minha filha eram: marrenta, neguinha e cabelo ruim. O clássico do racismo naturalizado. Agradeço ao que me fez sair da minha bolha branca e ter desde cedo esclarecido minha filha, enaltecido sua esperteza, beleza, coragem, seu cabelo, sua pele, suas raízes… e feito ela sair dessa situação de cabeça erguida e fortalecida”, comemorou.

“Agora eu te pergunto: se eu, como mulher branca, cheia de privilégios, minhas filhas negras, mas ainda sim com seus privilégios, seja por classe social ou tom de pele (sim, tom de pele conta nesse país! Quanto mais preta a pele, mais preconceito sofre-se, leia sobre colorismo) passamos por isso, imagina quantas meninas pretas passam todos os dias?”, disse, mostrando saber que essa não será nem a primeira, nem a última vez que a filha passará por isso.

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“Te pergunto: se eu, mulher branca, estou até agora chorando sozinha, com ódio e raiva, querendo esfolar a cara daqueles moleques e os pais deles, como não validar e enxergar a raiva e ódio de séculos de humilhação e violência? Acordem!”, completou.

Confira o post de Samara abaixo:

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“Ser mãe de duas meninas negras me abriu pra um mundo eu onde eu descobri que não sabia nada. Nao sabia sequer enxergar a dor do outro. Onde eu enxerguei privilégios por ser uma mulher branca numa sociedade tão racista.” Esse é um trecho de uma fala minha na peça @mulheresquenascemcomosfilhos, que num dia de ensaio me veio aos prantos. Eu sempre falo, escrevo mas nunca tinha passado com minhas filhas por uma situação de racismo. E pela primeira vez me deparei diretamente com o que muitos passam DIARIAMENTE. Estávamos na festa de formatura da Alícia, enquanto os pais conversavam no salão de festas as crianças brincavam no parquinho ao lado. Quando uma delas veio até a mãe: “Mae, tem dois adolescentes zoando e implicando com a gente” Eu imediatamente levantei e fui a passos largos. As crianças relatavam: “Aqueles três, puxaram o cabelo do fulano, zoaram com a ciclana” Meu sangue começou a entrar em ebulição, fui que nem um bicho pra cima dos moleques e falei tudo que tenho vontade pra racistas, mesmo os ainda nem sabem que são. Garotos brancos de 14 anos, classe média de merda, com a camisa verde e amarela, que descobri que um deles é filho de miliciano. Os xingamentos para minha filha eram: marrenta, neguinha e cabelo ruim. O clássico do racismo naturalizado. Agradeço ao que me fez sair da minha bolha branca e ter desde cedo esclarecido minha filha, enaltecido sua esperteza, beleza, coragem, seu cabelo, sua pele, suas raizes…e feito ela sair dessa situação de cabeça erguida e fortalecida. E assim continuo fazendo. Sei que não será a primeira e nem última vez que ela passará por isso. Agora eu te pergunto: se eu como mulher branca, cheia de privilégios, minhas filhas negras mas ainda sim com seus privilégios, seja por classe social ou tom de pele( Sim, tom de pele conta nesse país!!Quanto mais preta a pele mais preconceito sofre-se, leia sobre Colorismo)passamos por isso, imagina quantas meninas pretas passam todos os dias? Te pergunto: se eu mulher branca estou até agora chorando sozinha, com ódio e raiva, querendo esfolar a cara daqueles moleques e os pais deles, como não validar e enxergar a raiva e ódio de SÉCULOS de humilhação e violência? Acordem!

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