A noite de domingo (11) marcou a estreia dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Sem atrasos e com tempo favorável, a Marquês de Sapucaí serviu de palco para enredos que exaltam Yanomamis, onças, Portugal e ciganos. A atual campeã Imperatriz Leopoldinense e a Grande Rio integram os destaques do primeiro dia.
Os desfiles iniciaram com a escola de samba Porto da Pedra, que celebra o retorno ao Grupo Especial depois de 11 anos. Beija-Flor, Salgueiro, Grande Rio, Unidos da Tijuca e a atual campeã, Imperatriz Leopoldinense, se apresentaram na sequência.
Porto da Pedra
Sob o enredo de "Lunário Perpétuo: a profética do saber popular", a escola de São Gonçalo explorou a relação do místico e o terreno do Lunário Perpétuo, livro trazido ao Brasil com os portugueses durante a colonização.
O desfile contou com elementos de alto custo como a ala das baianas adornadas com led nas saias. Apesar disso, a escola teve problemas de estrutura, com uma estátua do abre-alas caindo, e evolução, com um buraco formado na avenida.
Beija-Flor
O enredo "Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila" ilustrou o elo da cultura alagoana com a África. A escola preparou uma homenagem a Benedito dos Santos, personalidade do início do século passado que se dizia descendente do trono etíope. Sob a alcunha de Rás Gonguila, tornou-se líder de um dos maiores blocos, o Cavaleiro dos Montes, em Maceió.
Giovanna Lancelotti, Benedito dos Santos (filho de Rás Gonguila), Brunna Gonçalves e Cafu passaram pela avenida defendendo a escola de Nilópolis.
Salgueiro
Com o tema “A queda do céu - palavras de um xamã yanomami", o Salgueiro levou para a Marquês de Sapucaí um enredo forte de exaltação aos povos originários e com críticas sociais ao antigo governo de Jair Bolsonaro e a sociedade que não respeita as tradições indígenas.
MC Rebecca, Tati Barbieri, a Rainha Viviane Araújo, Rafaella Santos e Cacau Protásio passaram representando a escola.
Grande Rio
Também exaltando os povos originários, a Acadêmicos do Grande Rio levou para a avenida o mito Tupinamba, ilustrado no livro "Nosso destino é ser onça". O enredo registra a história das nações indígenas, onde a onça é o símbolo da busca de identidade.
O desfile contou com um show das arquibancadas devido à escola ter distribuído pulseiras de Led que iluminavam durante os apagões. A agremiação ainda teve que lidar com um problema no carro alegórico que levava o cantor Xamã, precisando empurrar o automóvel.
Unidos da Tijuca
Com o enredo "O conto de fados", a escola de samba levou a literatura portuguesa para a avenida com inspirações em "Os lusíadas", de Luís de Camões, e as gregas "Ilíada" e "Odisseia", de Homero. A Unidos da Tijuca também exaltou José Saramago, notório escritor português, além de retratar a história de Lisboa.
No desfile, a escola apresentou carros bem estruturados e luxuosos. A cantora Lexa foi destaque como rainha de bateria.
Imperatriz Leopoldinense
De enredo "Com a sorte virada para a Lua segundo o testamento da cigana Esmeralda", a atual campeã representou o obra do paraibano Leandro Gomes de Barros que passeia pela mística cigana reinterpretada no cenário nordestino.
A última apresentação se destacou pelo uso de elementos cenográficos aéreos, como o balão a 10 metros do chão. Fernanda Lima, Rafa Kalimann, Arícia Silva e a rainha Maria Mariá defenderam a escola.