Leonardo Assad veio diretamente de Rio Branco, capital do Acre, para acompanhar a programação completa do dia dedicado ao metal
Agência O Globo
Leonardo Assad veio diretamente de Rio Branco, capital do Acre, para acompanhar a programação completa do dia dedicado ao metal



"Amor, eu to no meio do show do Sepultura, não tem como atender o telefone!". Essa foi a frase que Leonardo Assad disparou depois de receber algumas ligações de sua esposa durante o show de abertura do Palco Mundo nesta sexta-feira (4). O médico de 45 anos veio diretamente de Rio Branco, capital do Acre, para acompanhar ao lado de cinco amigos a programação completa do dia dedicado ao metal no Rock in Rio .

Acompanhamos Assad durante 4h30 seguidas de programação entre o Palco Mundo e o Palco Sunset e comprovamos: metaleiro que é metaleiro encara com bravura essa programação intensa.

Eram 14h50 e Leonardo já estava devidamente posicionado em frente ao Sunset para acompanhar a banda que abriu o palco, Nervosa . Primeiro entre os amigos a chegar ao festival, conferiu o show sozinho, mas com animação suficiente para as cinco pessoas que aguardava — amigos da infância em Niterói, todos igualmente apaixonados por rock pesado.

Como deixar de ver um show não era uma opção, acabou não sobrando muito tempo para a comida. A brecha apareceu entre a apresentação da Nervosa e do Torture Squad. Nos poucos minutos que separam uma apresentação da outra, ele colocou alguns copinhos de água na bolsa, comeu um sanduíche e voltou para o Palco Sunset para garantir o seu lugar para as próximas apresentações. A ida ao banheiro precisou ficar para o final do dia —- às 20h13, avisou ele em uma mensagem, aliviado.

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Sonho de metal

Há cerca de um ano, Leo comprou uma guitarra e decidiu realizar o seu desejo de aprender a tocar o instrumento. E até que ele foi um aluno bem dedicado. Depois de algumas aulas, já sabia fazer um som. Mesmo levando à loucura os moradores de sua casa, as noites de ensaio são frequentes na sua rotina.

"Olha como o cara toca a guitarra, ele bate na corda com força. Eu estou tentando aprender a fazer isso, mas é difícil — comentou durante o show do Torture Squad, e ainda arriscou uma crítica musical. — Testament (convidados da apresentação) é diferente , repara como eles têm mais melodia do que os outros".

Às 16h25 era hora de correr para o Palco Mundo para o show do Sepultura , já na companhia de alguns amigos. Num clima "Refuse/Resist", o grupo cedeu e foi à procura de uma cerveja — mas sem tirar os olhos do telão.

"Melhor dia do festival! Isso aqui vai afundar na hora do Slayer, espera só! Estão pendurando as guitarras, né", disse, comentando o fato da banda estar fazendo sua turnê de despedida .


Homenagem a um amigo

No meio da curtição, o dia também foi de homenagem. Com uma camisa escrita "Rock Karliga in Rio", o grupo de metaleiros relembrou um amigo ausente da turma de Niterói. Karliga faleceu em um acidente de trânsito em maio deste ano — um ônibus atingiu sua moto no Túnel Rebouças. Ele estava com o ingresso comprado para o festival.

O grupo confeccionou a camisa em homenagem ao Karliga. "Era pra ele estar aqui no Rock in Rio",  conta Assad. "Minha mulher chegou a separar as minhas camisas do Iron Maiden quando eu estava fazendo a mala, mas eu disse que não precisava, ia homenagear o meu amigo com o grupo".

* Sob a supervisão de Emiliano Urbim

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