No ar como Betina, em "Amor de Mãe", Isis Valverde tem se dividido entre dar conta de sua atribulada agenda profissional e ser sua melhor versão: mãe de primeira viagem. Na entrevista abaixo, a atriz de 32 anos conta seus planos para o Natal, sua relação com seu bebê Rael e ainda relembra sua infância no interior de Minas Gerais.

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Isis Valverde
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Isis Valverde também fala da recente polêmica sobre amamentação em que viu seu nome envolvido e comenta sua atual fase na carreira de atriz. Ela ainda entrega o plano B que tinha em mente caso a vida como atriz não deslanchasse.

A Ana do Veú foi o seu primeiro personagem há 13 anos na Globo. Qual é a primeira lembrança que você tem desse início de carreira?

Foi uma época muito especial. A Ana do Véu foi quase uma confirmação de que eu estava no caminho certo. Eu tinha voltado para Minas porque estava difícil ficar aqui e meu pai, na época, não apoiava muito. Mas aí recebi a ligação para participar de “Sinhá Moça” e voltei (risos). De lá para cá, não parei mais. A novela teve uma ótima repercussão. A personagem fez muito sucesso. Ela era misteriosa e o público queria saber quem ela era, como ela era... Além disso, tive a oportunidade de contracenar com atores tão respeitados e generosos. Foi um começo com o pé direito.

De lá pra cá, você emendou vários trabalhos e, praticamente, foi uma novela por ano. Sempre com personagens sensuais. Você lida bem com isso ou já te incomodou ser chamada para viver essas mocinhas lindas, disputadas e gostosas?

Acho que não concordo muito com essa afirmação de que eram todas personagens sensuais (risos). Vivi mulheres diversas na minha carreira. A Ana do Véu, por exemplo, trazia um mistério. A Camila, de “Caminho das Índias”, era muito romântica. A Marcela, de “Tititi”, era uma personagem com uma história mais dramática, não era sensual. Nem a Sandra, de “Boogie Oogie”, que era uma mocinha mais tradicional.

Betina é a sua personagem mais adulta e também a mais sofrida?

Eu nunca tive um perfil de personagem. Minhas personagens sempre foram diversas, com nuances diferentes. E Betina acompanha isso. Ela é uma mulher de uma força enorme, que, ao mesmo tempo, sofre com um dor muito grande. Trazer o tema do relacionamento abusivo ainda é muito delicado. É um tema intenso, profundo e é importante falarmos sobre isso, mostrar para as vítimas que elas não estão sozinhas.

Menos de um mês no ar, a novela 'Amor de Mãe' recebe elogios pelo texto e as tramas bem construídas. O que você acha da trama como atriz?

Isis Valverde
TV Globo/João Cotta
Betina (Isis Valverde) e Magno (Juliano Cazarré)

A novela está incrível. Manuela Dias está construindo uma trama com temas que conversam com o dia a dia do público, com histórias que vemos acontecer conosco, com o vizinho, que vemos nos jornais... É algo muito atual. Além disso, ela propõe várias reviravoltas e isso prende a atenção do público. A direção do (José Luiz) Villamarim casa muito bem com o texto ao aproximar o máximo do real, há um realismo na direção dele. E o público se identifica com isso também, eu acredito.

O que mudou em você com a chegada do Rael?

Quando nasce um filho, nasce uma mãe e a transformação é tão intensa, que nasce também uma nova mulher. A maternidade acordou outras coisas em mim. Mas percebo que elas vieram somar à pessoa que eu sou. É engraçado porque ao mesmo tempo que me vejo diferente, sei que ainda mantenho muito de quem eu era.

Pensa em ter mais filhos, já que você foi filha única e revelou em algumas entrevistas que gostaria de ter irmãos. É verdade?

Por enquanto, estou focada no trabalho novo. Ainda não pensei sobre ter um segundo filho. Além disso, o Rael acabou de completar 1 ano e é muito gostoso curtir essa fase junto dele. Acho que quando você cresce filha única é natural pedir irmãos, querer mais gente para brincar... eu não tive irmãos, mas tenho primos e primas que são como irmãos para mim e preencheram minha infância de brincadeiras, de parceria e somos unidos até hoje.

Recentemente, aconteceu um fato muito delicado por conta de uma foto sua amamentando o Rael. Mas, a situação acabou criando um movimento em favor da amamentação em lugares públicos. O que achou de toda essa polêmica?

Não pensei que uma foto que retrata a amamentação como ela é, um ato de doação e de conexão, pudesse ser distorcida. É muito triste pensar que algo tão natural ainda seja um tabu. Mas, o lado bom de tudo isso foi perceber que não estamos mais tolerando esse tipo de postura. Me senti abraçada pelas mulheres que se uniram e mostraram que o ato de amamentar é algo para ser celebrado, não para se ter vergonha.

Estamos vendo uma Isis Valverde mais digital influencer nas redes sociais nos últimos tempos? Por quê?

As mídias sociais abriram um canal de comunicação mais direto com os fãs, por exemplo. Isso é muito gostoso porque me sinto mais próxima deles. Ali temos uma troca muito bonita. Agora com a novela no ar, então, é muito legal porque tenho um termômetro sobre a novela quase que instantâneo.

Me fala do livro 'Camélias em Mim'. Você sempre gostou de escrever e por que resolveu fazer esse projeto?

O livro “Camélias em mim” surgiu da minha vontade de compartilhar com o público a minha visão de mundo, minhas percepções e interpretações, como era ver o mundo pelos meus olhos na infância... Escrevo há muitos anos. Para mim, essa era uma forma de elaborar meus pensamentos, minhas percepções... Começar a escrever foi um processo natural.

Pensa em escrever outro livro? Seria de poesia?

Eu continuo escrevendo. Esse é um processo meu e importante para mim. Se virará outro livro, ainda não sei. Por enquanto, o que me move a escrever é o dia a dia.

Você alguma vez imaginou trabalhar em outra profissão. O que você seria?

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Acho que se eu não fosse atriz, seria veterinária. Adoraria trabalhar com animais selvagens.

O que você ler ou gosta de estudar?

Gosto de ler Lya Luft, Camões, Vinicius de Moraes, Florbela Espanca, Clarice Lispector, Gustave Flaubert, Carlos Drummond de Andrade.

Você costuma assistir os seus trabalhos? É uma pessoa crítica?

Quando está passando, eu vejo sim. É engraçado se ver na cena. O trabalho do ator é sempre estudar, buscar fazer diferente, melhor... Então, é normal pensar que se fosse hoje abordaria tal coisa diferente. Sem sofrer por isso.

Como e onde vai ser o seu Natal?

Ainda não defini o lugar. Como estou gravando, não sei se vai dar para viajar. Mas independentemente de onde seja, será com a família reunida.

Qual é a lembrança mais marcante dessa época do ano em Aiuruoca?

Minha família reunida ao redor do fogão a lenha na casa de minha avó.

Não é o primeiro Natal do Rael, mas ele está maior e entendendo mais as coisas. Como vai ser a festa em sua casa? Vai ser no Rio?

Como estou gravando, não sei se vamos conseguir viajar. Então, ainda preciso saber como estará o roteiro para decidirmos onde ficaremos este ano.

Vocês trocam presentes em amigo secreto? Tem algum ritual?

Normalmente ficamos livres para presentearmos quem quisermos.

O que não pode faltar na sua ceia?

Farofa de ovo da minha avó.

O que você pediria ao Papai Noel?

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Eu não pediria nada material. Acho que pediria que trouxesse mais esperança, empatia, compaixão e amor. É o que acredito ser importante.

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