A industrial musical sempre foi repleta de polêmicas, principalmente quando um artista lança uma música que desafia as convenções. Mc Diguinho tornou-se o mais novo patrono desse choque entre música e comportamento com seu mais recente funk. A música Só Surubinha de Leve tem como trecho princial a expressão “Só um surubinha de leve/surubinha de leve, com essas filha da put*/Taca a bebida/depois taca a pica e abandona na rua” . O artista recebeu diversas críticas sobre a letra que faz apologia estupro.
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A música que chegou a alcançar o topo da playlist “As 50 mais virais do Brasil”, da plataforma de streaming Spotify , também estava na lista de hits para o Carnaval 2018. Além do funk do Mc Doguinho, músicas como Me Lambe (Raimundos), Blurred Lines (Robin Thicke), Assédio (Martinho da Vila) e Animals (Marron 5) também são puro assédio.
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Veja abaixo dez músicas que são puro assédio:
Me Lambe (Raimundos)
Lançada em 1999 no álbum “Só no Forevis”, a música Me Lambe foi um dos hits da virada do século. Porém, a história por trás da canção é de um homem apaixonado por uma adolescente de 17 anos e seu desejo sexual por ela (mesmo sabendo que é crime): “O quê? O que que essa criança tá fazendo aí toda mocinha?/Vê, já sabe rebolar, e hoje em dia quem não sabe?” . Ele continua questionando a idade da menina e com ideia firme de fazer sexo com a adolescente: “Quantos anos você tem?/Eu acho que com a sua idade já dá pra brincar de fazer neném”. Assim, ele leva a adolescente a um parque de diversão onde diz que ela “virou mulher”: “Como a vista é linda da roda gigante, é tão grande./ Acho que ela viajou que eu era um picolé, me lambe./ No parque de diversões foi que ela virou mulher, das fortes”.
Como se não fosse o suficiente, o guarda que flagra a situação dos dois no parque de diversão, também diz que faria o mesmo: “O homem de cassetete disse, quando me algemou/Que ela só tinha dezessete, que o pai dela era doutor/E que se fosse eu ainda faria igual/Se fosse no ano que vem ia ser normal...”.
Blurred Lines (Robin Thicke)
Robin Thicke lançou o clipe Blurred Lines em 2013 junto com a participação de Pharrell Williams e o rapper T.I e causou muita polêmica. O clipe Blurred Lines foi acusado de objetificar as mulheres, comparando com animais. O clipe também mostra as mulheres semi-nuas brincando com diversos objetos e animais e os homens vestidos e dispostos a seduzi-las: “Mas você é um animal/Querida, está na sua natureza/Apenas me deixe libertar você (hey, hey, hey)/Você não precisa de nenhum documento (hey, hey, hey)/Aquele homem não é o seu par/E por isso eu vou levar comigo uma boa garota". Além disso, a canção também incita a violência e menospreza a figura feminina: “Sim, eu tive uma vadia, mas ela não era tão má quanto você”.
3. Animals (Maroon 5)
Em Animals (álbum “V”), o drama da história gira em torno de um personagem obcecado (Adam Levine) por uma jovem que vê em seu trabalho (personagem vivida pela mulher do vocalista, a modelo Behati Prinsloo). O homem persegue secretamente a jovem, coleciona fotos da moça, invade a casa para fotografá-la dormindo e fantasia ter sexo com ela em uma cena repleta de sangue.
A música Animals também compara a figura de uma mulher com um animal e a do homem, com um caçador: “Querida, estou caçando você hoje à noite./Te persigo, para te comer viva/Como animais, animais”. Em outro trecho, ele diz que ela pode tentar correr, se esconder, mas que ela não vai poder ficar longe dele: “Talvez você ache que pode se esconder./Posso sentir seu cheiro de longe.../Você pode recomeçar e correr livremente/Você pode achar outros peixes no mar/Você pode fingir que está destinada/Mas não pode ficar longe de mim”.
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Assédio (Martinho da Vila)
A canção Assédio (“O Pai da Alegria”) de Martinho da Vila tem diversos trechos que chamam atenção por enfatizar não só o assédio como também a violência física e sexual contra a mulher. Na canção, Martinho da Vila diz que a mulher tem prazer de provocar e esnobar, mas na sequência, diz que “qualquer dia vai se invocar”: “Com prazer me provoca/Põe água na boca, me dá esperança./Na sequência me esnoba e volta o assédio, parece criança./Qualquer dia me invoco/Lhe pego na raça/Tal qual Mike Tyson/Vai gritar, vai gemer/Vai chorar de prazer/E depois me acusar/O que posso fazer? (O que posso fazer?)/O que eu vou fazer com o meu coração insano?/Humano também pode ser tirano”.
Rabetão (Mc Lan)
No clipe da música Rabetão , o funkeiro Mc Lan e diversos homens tratam a mulher como um “pedaço de carne” e novamente, demonstra o homem como um caçador. O trecho “Eu vou fazer uma serenata/Só pra te ver dançar pelada” é repetido diversas vezes. Em diversas cenas do clipe, enquanto as mulheres passam na rua, os homens praticam o assédio.
Puxa, agarra e beija (Turma do Pagode)
A música Puxa, agarra e beija é a música que incentiva a insistência de atitudes após receber um “não”: “Hoje eu vou te puxar/Vou te agarrar/Vou te beijar”. De primeiro momento, a letra da música pode não demonstrar nada maldoso, porém, ela afirma que após receber “um sinal”, a atitude deve ser “puxar, agarrar e beijar”.
7. Secretária (Amado Batista)
A música Secretária de Amado Batista fala sobre o relacionamento de um chefe com sua secretária, que tem atração e desejo por ela. A música começa descrevendo os olhares do chefe em cima das atividades realizadas pela secretária: “Ela chega tão meiga e tão bela/Puxa as cortinas e abre a janela/Sempre com a mesma delicadeza/E depois na sua sala ao lado/Atende o telefone e anota os recados/E coloca sobre minha mesa”.
O chefe enfatiza e diz que “está correndo um grande perigo de ir parar no tribunal” se chegar perto da secretária: “Estou correndo um grande perigo/De ir parar no tribunal/ Secretária, às vezes penso em falar contigo/Mas tenho medo de ser confundido/Por um assédio sexual”. Ele tenta esclarecer dizendo que sabe que as tarefas que ela realiza é um dever do seu ofício, mas mesmo assim, segue com a ideia de chegar perto da secretária.
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Eu Vou Pegar Você e Tãe (Munhoz e Mariano)
A dupla sertaneja Munhoz e Mariano segue na linha de músicas com letras que incentivam a insistência de atitudes após receber um “não”. A música fala sobre um cara que esta “alucinado” e “louquinho de tesão” pela mulher, e que se ele conseguir chegar “bem perto” dela, ele não vai deixar a oportunidade passar: “Mas se um dia você vacilar/E eu chegar bem perto de você/Vou prender você na minha rede/Você vai ver o que é que eu vou fazer". A música segue com trechos de “ataques” sem o consentimento da mulher: “Eu vou pegar você e tãe, tãe, tãe, tãe/Eu vou morder você todinha/ Eu vou pegar você e tãe, tãe, tãe, tãe/Vou dá tapinha na bundinha".
Ai Se Eu Te Pego (Michel Teló)
A música do sertanejo Michael Teló Ai Se Eu Te Pego fez sucesso não só nas rádios brasileiras, como também no exterior. Quem não se lembra do jogador de futebol Cristiano Ronaldo (Real Madri) dançando após marcar um gol?!
A música ficou mundialmente conhecida, porém, a letra incentiva atitudes de assédio contra as mulheres: “Sábado na balada/A galera começou a dançar/E passou a menina mais linda/Tomei coragem e comecei a falar/Nossa, nossa/Assim você me mata/Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego/Delícia, delícia/Assim você me mata/Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego”.
Vidinha de Balada (Henrique e Juliano)
A música Vidinha de Balada deixa explicita a atitude machista e autoritária do homem em cima da mulher. O assédio moral começa logo no começo com a frase “Tô afim de você e se não tiver cê vai ter que ficar” . No refrão, a música segue com o homem tomando as atitudes pela mulher e impondo não só o namoro, mas também o casamento, no qual ela é obrigada a aceitar: “Vai namorar comigo sim/Vai por mim igual nós dois não tem/Se reclamar "cê" vai casar também, com comunhão de bens/Seu coração é meu e o meu é seu também/Vai namorar comigo sim”.