
A brasileira Ana Catharina, foi eliminada do reality show “Big Brother Verão” , em Portugal , na segunda-feira (21), após se envolver em um conflito com a portuguesa Catarina Miranda, que debochou do seu sotaque . Em vídeo postado nas redes sociais, a brasileira denunciou atos de xenofobia após sua saída.
O episódio ganhou repercussão, principalmente devido à reação de Ana, que subiu em uma cadeira e exigiu que a colega repetisse a zombaria. O público do programa apoiou Catarina e votou pela eliminação da brasileira.
Desde sua saída, Ana Catharina afirma estar sendo alvo de mensagens xenofóbicas , tanto nas redes sociais quanto nas ruas. Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, onde tem cerca de 100 mil seguidores.
“ Desde então tenho recebido inúmeras mensagens xenofóbicas. A principal mensagem é ‘volta para a tua terra’. E também relativizando o que aconteceu ”, disse.
Ela também criticou a falta de consequências para a participante portuguesa envolvida. “ A concorrente que fez isso comigo não recebeu nenhum tipo de sanção e o resultado foi que, quando as imagens vieram à tona, eu fui expulsa pelo público que paga para votar ”, relatou a brasileira.
Discriminação banalizada
A brasileira também rebateu comentários que tentam minimizar o episódio. “ É muito fácil para quem não é brasileiro e vive em Portugal relativizar uma situação tão grave como a gozação do sotaque. A discriminação muitas vezes aparece de forma muito sutil ”, afirmou.
Segundo Ana, muitos brasileiros que vivem no país europeu não têm liberdade para se manifestar. “ Infelizmente, a liberdade de expressão ainda é um privilégio, apesar de ser um direito, e muitos brasileiros que vivem subjugados em empregos com chefes abusivos não podem falar ”, pontuou.
Na legenda do vídeo, Ana destacou que a legislação portuguesa classifica esse tipo de atitude como crime. Ela citou o Artigo 240.º do Código Penal de Portugal, que trata de discriminação e incitamento ao ódio e à violência.
Segundo o texto legal, ações como mandar alguém “voltar pra sua terra” ou imitar sotaques com tom de humilhação podem levar a penas de até 5 anos de prisão, ou até 8 anos em casos mais graves, como incitação pública à violência .
“ Discriminação é crime. Não é brincadeira. Não é opinião. É crime ”, escreveu Ana, que finalizou a postagem incentivando outros brasileiros a denunciarem situações semelhantes.
“ Se te ferem por ser quem és, não te cales. Denuncia. Resiste. Reage. A tua história importa. E a lei está do teu lado ”, finaliza a brasileira.