Escalação de Maria Beltrão para comando do Oscar gera polêmica

Pai da jornalista foi um dos signatários do AI-5, que promoveu censura, tortura e morte durante a ditadura; justamente o tema de “Ainda Estou Aqui”


A jornalista Maria Beltrão foi escalada para comandar a transmissão do Oscar
Foto: Reprodução/ Redes Sociais
A jornalista Maria Beltrão foi escalada para comandar a transmissão do Oscar


A escalação de Maria Beltrão para o comando da transmissão do Oscar 2025 , na noite do próximo dia 2 de março, tem gerado muita polêmica nas redes sociais e ataques à jornalista.

Diante da expectativa e da possibilidade do longa brasileiro Ainda Estou Aqui sair vitorioso na premiação, principalmente com a indicação de Fernanda Torres para Melhor Atriz, além do filme concorrer e Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Filme, a TV Globo investiu na compra dos direitos de transmissão do evento e está com a equipe escalada para a transmissão.

O que levantou o debate e muitas manifestações contrárias ao comando de Maria Beltrão, que já tem experiência com transmissão do Oscar, é que o filme trata dos horrores da ditadura e o impacto na vida de uma família de classe média. 



O problema é que Maria Beltrão é filha de Hélio Beltrão, um ministro do ditador Costa e Silva (1899-1969) que foi um dos signatários do Ato Institucional número 5 (AI-5) , que promoveu censura, tortura e a morte de opositores durante a ditadura. Enquanto isso, o filme Ainda Estou Aqui fala sobre o ex-deputado Rubens Paiva, pai de Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme. O político foi torturado e morto durante o regime, deixando viúva Eunice Paiva, protagonista do filme e personagem de Fernanda Torres.

Por isso, nas redes, muitos comentários consideram a escalação desrespeitosa . Internautas ainda apontam que os familiares da apresentadora continuam se posicionando a favor da extrema-direita, que promoveu a ditadura. A emissora ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.