A obra de Benedito Ruy Barbosa estreou em 1996 e colocou importantes debates sociais em pauta
"Rei do Gado" foi dividida em duas fases. A primeira durou sete capítulos e mostrou a história de duas famílias de imigrantes italianos que são inimigas. Essa parte da obra mostra o declínio do ciclo do café no Brasil e conta a história de dois jovens apaixonados apesar de as famílias serem rivais. É desse amor que nasce o protagonista Bruno Berdinazi Mezenga.
A segunda fase começa com Bruno Berdinazi Mezenga (Antonio Fagundes) já adulto. Ele é um poderoso dono de terras e conhecido por todos como "Rei do Gado". Porém, se apaixona pela boia-fria Luana (Patrícia Pillar). O núcleo principal gira em torno o relacionamento deles.
Não dá para falar de "Rei do Gado" sem citar a memorável abertura da novela. Os capítulos começavam com as cenas de Antonio Fagundes dourado andando e rodopiando em um cavalo, enquanto tudo o que toca vira ouro.
A novela também retrata a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). A obra acabou colocando essas reivindicações tão importantes no debate público e jogou luz sob o assunto.
Letícia Spiller viveu Giovanna na primeira fase de "Rei do Gado". Ela ficou dois meses em mato grosso para a preparação e gravações dos capítulos e na época estava grávida do filho, Pedro Novaes.
Um dos personagens mais marcantes foi o senador Roberto Caxias (Carlos Vereza). Ele esteve em cenas marcantes, como um discurso no Senado sobre os sem-terra, mas com apenas três senados no plenário e nenhum prestando atenção ao que era dito. Na trama, o personagem é assassinado e o ator dormiu enquanto estava no caixão durante as cenas do velório.
Além de dormir em um cachão, Carlos Vereza contou que teve uma experiência com extraterrestres durante a gravação de "Rei do Gado". O ator conta que viu um disco voador um dia quando estava na varanda do hotel.
O maior sufoco durante a produção de "Rei do Gado" não foi com os muito atores do elenco ou por conta das críticas políticas. A maior dificuldade teria sido causada pelo próprio autor, Benedito Ruy Barbosa, que não conseguia escrever os capítulos porque estava com muita dor nas costas.
Na novela, Leila Lopes viveu a marcante Suzane, amante de Ralf (Oscar Magrini). Ela virou uma estrela e foi considera símbolo sexual, mas o futuro não foi nada gentil com a atriz. Ela nunca mais alcançou o mesmo sucesso, estrelou filmes pornográficos em 2008 e se matou no ano seguinte.