Mudança de atores mostra problemas nas histórias de “A Dona do Pedaço”

“A Dona do Pedaço” pode até ter suas qualidades, mas a trama chegou ao 100º capítulo perdida e sem dar indicações de mudança de direção. As muitas mudanças e inclusões de personagens tem comprometido o andamento do folhetim, que parece em um looping eterno de Maria da Paz ( Juliana Paes ) ganhando e perdendo dinheiro.

O problema é que essas idas e vindas na trama têm gerado muitas histórias paralelas, criando um fenômeno que o autor já fez em “O Outro Lado do Paraíso”: personagens originais mortos ou deixados de lado sem explicação, e a entrada de novos atores para chacoalhar a audiência. No último mês, “ A Dona do Pedaço ” teve quatro novos personagens anunciados, e novos devem vir por ai.

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Histórias abandonadas

É normal, em uma obra aberta, que alguns personagens cresçam ou diminuam de acordo com sua recepção junto ao público, mas essa oscilação não para na novela, afetando inclusive atores principais. Marcos Palmeira, por exemplo, saiu de um dos protagonistas para virar um coadjuvante sem história.

Par romântico de Maria da Paz, ele perdeu espaço, e ainda faz parte de um dos arcos que está recebendo corte de personagens. Uma das técnicas para resolver falhas na história é matar personagens, e Walcyr tem limado muitos. A esposa de Amadeu (Palmeira), Gilda (Heloisa Jorge) morreu, bem como dois outros personagens que entraram sem explicações, só para serem mortos por Josiane ( Agatha Moreira ).

Desde antes da estreia um romance entre os personagens de Malvino Salvador e Caio Castro era anunciado. Depois de quatro meses no ar, porém, nada disso aconteceu. Para compensar, Leandro (Guilherme Leicam) se tornou o interesse amoroso de Agno (Malvino) e Rock (Caio) virou uma peça-chave em várias histórias. Em seu núcleo, outros dois nomes estrearam recentemente: Felipe Tito e Duda Nagle.

O curioso é que nenhum deles entrou para tramas importantes, e fazem parte do núcleo de luta. Não dá, portanto, para entender qual a estratégia empregada nessas adições, a não ser “encher linguiça”, ou seja, aumentar ainda mais as barrigas da novela.

Mais mudanças

Considerando todos os clichês que Walcyr já usou para tentar bombar a novela, troca de bebês faria todo sentido, e tudo indica que o tema será explorado com a chegada de mais uma personagem: Joana (Bruna Hamú). Além de ter um caso com Rock (Caio em modo peça-chave de novo), ela cria um laço com Maria assim que a conhece.

Com uma troca de diálogos digna de novela mexicana (“Essa moça tem uns olhos...uns olhos bons, sabe? Já sei que vamos ser amigas”) elas cruzam caminhos e devem se aproximar, antes de descobrir sua possível ligação.

Com a entrada de Joana e o acréscimo de mais uma história, o autor decidiu incluir mais um personagem. Laura Cardoso, que teria o papel que ficou com Betty Faria, entra para fechar esse ciclo da história. Embora nada esteja confirmado, ela deve ser responsável por desvendar o mistério da origem de Joana.

Salvação

Todas essas mudanças são feitas com o intuito de elevar a audiência da novela e melhorar sua percepção com o público. O problema é que isso deixa muitas pontas abertas que sabemos que não serão fechadas. Além disso, se tornam soluções pobres que não acrescentam nada para a novela.

Assim parece ser a inclusão de ainda mais uma personagem. Elizângela, que brilhou como mãe de Juliana Paes em “A Força do Querer”. Ela se envolverá com a vilã de Agtaha Moreira, mas não se sabe se a personagem será grande, ou se apenas uma participação especial.

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Fato é que as constantes mudanças não pegam bem para “ A Dona do Pedaço ”. Enquanto as barrigas impedem que os personagens se desenvolvam (algo que parece característica comum das últimas novelas de Walcyr), o excesso de personagens cria inúmeras tramas paralelas e diminui ainda mais o interesse dos espectadores.