Com boa audiência, "Verão 90" sofre com furos no desenvolvimento da trama
Novela de Izabel de Oliveira e Paula Amaral tem uma série de eventos a esclarecer antes de terminar seu tempo na grade de programação da Globo
Por iG São Paulo |
Decolando a audiência da Globo , “Verão 90” está rendendo mais do que suas antecessoras, “O Tempo Não Para” e “Deus Salve o Rei”, quando o assunto é número. Mergulhando os telespectadores em nostalgia, o elenco têm suas fraquezas, mas é na estória escrita por Izabel de Oliveira e Paula Amaral que se encontram os furos, as lacunas não preenchidas.
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Prestes a completar cinco meses no ar, “ Verão 90 ” já mostrou muitos desfechos que, em outras tramas da Globo , só poderiam ser vistos no final. A exemplo do casamento de Quinzinho e Dandara, que passaram meses lutando contra o preconceito e tentando fazer o romance acontecer. Porém, ainda têm desfalques no roteiro que precisam ser respondidos.
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A começar por Manuela Renata, interpretada por Isabelle Drummond. A celebridade sempre teve a onipresença da mãe, Lidiane, orbitando ao seu redor. Após um salto no tempo, o convívio da loira em sua residência tornou-se mais frequente e Jofre, seu mascote nos tempos da Patotinha Mágica, se viu presente.
O ex-mascote vive em um limbo, onde ele não tem relação amorosa com Lidiane nem laços sanguíneos com a ex-Patotinha. Ele apenas mora com a família, o que coloca em xeque uma questão: onde está e, melhor, quem é o pai de Manu?
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Para piorar, os irmãos Guerreiro, Jerônimo e João, também protagonistas, nunca tiveram a paternidade explicada. Desde o início, quando os personagens ainda eram crianças, nos anos 80, a figura paterna já era substituída por uma mãe, literalmente, “Guerreira”.
Falando na falta de laços e lacunas a serem respondidas, Vanessa, personagem de Camila Queiroz, neste quesito, é a ponta mais fraca. Em destaque na novela , tudo que se sabe é que ela surgiu, inicialmente, como a melhor amiga pobre de Larissa, uma ricaça mimada.
Sua história é desconhecida, seus laços inexistentes e sua ligação com o clã mais rico da trama é nulo sem a amizade com Larissa, o que faz com que ela caia, literalmente, de paraquedas na trama, fique avulsa. Por sorte, ela vem brilhando em sua posição.
Já Galdino, é o ponto sem nó da trama de Izabel de Oliveira e Paula Amaral. O personagem é um trambiqueiro que chantageava Jerônimo, para não expôr suas falcatruas, no início de tudo. Com o bad boy consolidado em seu cargo na PopTV e na sociedade elitista, um pequeno burburinho não trincaria sua imagem, principalmente, porque os donos da emissora, os Ferreira Lima, sabem de seu passado. O que coloca a presença dele, totalmente obsoleta e desnecessária.
Com a ascensão de Jerônimo, o personagem virou um assessório de Vanessa, uma espécie de ajudante que não interfere na novela, não interage com outros personagens e não sai da mesma posição desde que a produção começou. Afinal, por que ele ainda está ali?
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Por fim, o mais previsível dos furos, porém, o com maior possibilidade de ser preenchido é: a inocência de João, vivido por Rafael Vitti. O personagem foi condenado por um assassinato que não cometeu há meses. Sem aparente luta para contornar a situação, parece que ele se conformou nesta posição e não pretende mudá-la, todavia, ele prometeu a Manu que só voltaria com ela quando resolvesse essa situação, o que deve acontecer no fim de “ Verão 90 ”.