A última temporada de “Malhação: Viva a Diferença” chegou ao fim, mas deixou muitas lições. Com média geral de 20 pontos em São Paulo e 23 no Rio, a temporada que tinha como subtítulo exaltar as diferentes personalidades, fez jus ao que propôs desde o início: abordar temas que ainda são tratados como tabu na sociedade e reiterar assuntos que muitas vezes passam despercebidos ao nosso olhos.

Leia também: “Malhação” não foge de temas polêmicos e devolve relevância para a novela

Veja dez lições deixadas pela temporada de
Globo/Sergio Zalis
Veja dez lições deixadas pela temporada de "Malhação Viva a Diferença"






A temporada "Malhação: Viva a Diferença"  apresentou temas como preconceito racial e econômico, empoderamento feminino, sororidade, vícios, assédio sexual e psicológico, bullying, liberdade de expressão e amizade. 

Leia também: Camila Morgado é o fio condutor da nova temporada de “Malhação”

O iG Gente listou 10 lições deixadas pela temporada de "Malhação Viva a Diferença”:

1 . Empoderamento feminino

As "five" (Keyla, Ellen, Lica, Benê e Tina) deram uma lição a todos quando o assunto foi empoderamento feminino. As personagens fizeram questão de levantar essa bandeira em diversas situações. 

Da esquerda para a direita: Ellen, Keyla, Benê, Tina e Lica, personagens principais de
Gshow/Divulgação
Da esquerda para a direita: Ellen, Keyla, Benê, Tina e Lica, personagens principais de "Malhação Viva a Diferença"





Keyla (Gabriela Medvedovski), em diversas ocasiões, fez questão de mostrar confiança em discussões sobre os padrões estéticos impostos na sociedade e jovens que são mães na adolescência, mostrando garra e maturidade para enfrentar os desafios. Ellen (Heslaine Vieira), a jovem negra da periferia enfrentou situações dificílimas de preconceito e agressão, mas, desafiou a si mesma para conquistar um espaço não só entre os homens, mas também na sociedade.

Tina (Ana Hikari) deixou claro que as meninas são donas do seu corpo, tem vontade própria e não precisam depender do sexo oposto para conquistar seus objetivos. Lica (Manoela Aliperti) levantou a bandeira do empoderamento feminino por onde passou, mostrando que as mulheres também tem a opção de escolher com quem querem ficar. Já Benê (Daphne Bosaski), mostrou que mesmo com sua dificuldade de interagir com outras pessoas, as mulheres são sensíveis e fortes. As "five" mostraram que as mulheres, desde jovens, são fortes e inteligentes o suficiente para conquistar o seu espaço seja aonde for. 

2 . Racismo

Mais uma vez, o racismo foi tema de uma das vertentes da trama. Os personagens Ellen, Anderson (Juan Paiva) e Fio (Lucas Penteado) lutaram contra o preconceito racial e econômico durante toda a novela. Os personagens mostraram que muitos jovens, principalmente os de periferia, sofrem constantemente preconceito racial na escola, na rua ou no seu lugar de trabalho. Outro ponto apresentado sobre esse assunto foi à volta por cima dos personagens, que tiveram o incentivo de amigos e familiares para conquistar os seus objetivos, mostrando que a cor da sua pele não resume quem eles verdadeiramente são.

Personagem Anderson que sofreu preconceito pela família da namorada por ser negro e pobre
Gshow/Divulgação
Personagem Anderson que sofreu preconceito pela família da namorada por ser negro e pobre



3. Edução brasileira

“Malhação Viva a Diferença” fez questão de mostrar o abismo que ainda habita na educação brasileira entre escolas públicas e privadas. Os jovens de escola pública enfrentavam problemas como a ausência de recursos e incentivo público, falta de material e estrutura precária. Já os jovens da escola particular tinham o oposto, porém sofriam com o autoritarismo e falta de liberdade de expressão.

Os alunos do Colégio Grupo em manifestação contra os abusos da direção
Gshow / TV Globo
Os alunos do Colégio Grupo em manifestação contra os abusos da direção


Claro, a trama não apresentou só o lado negativo da escola pública, também apresentou pessoas dispostas a ajudar a fazer a diferença, a comunidade integrada com os alunos e professores, e boas ideias para que todos pudessem conviver em um ambiente melhor. A trama também mostrou a união dos alunos das duas escolas, criando projetos que beneficiavam os dois lados.

A diretora Dóris (Ana Flavia Cavalcanti) foi um exemplo de como um educador por lutar por uma educação pública melhor
Gshow / TV Globo
A diretora Dóris (Ana Flavia Cavalcanti) foi um exemplo de como um educador por lutar por uma educação pública melhor














4. Assédio

O assédio sexual e psicológico foi um dos temas mais delicados dessa temporada. A personagem K1 (Talita Younan) passou por um episódio de assédio sexual que mostrou a realidade de muitas meninas brasileiras. A personagem procurou a diretora do seu colégio para contar sobre o assédio que sofria do padrasto, contou como os episódios de assédios progrediram e no meio, chega a pedir desculpa pelo ocorrido.

Personagem K1 relata sobre o assédio sexual que sofria do seu padrasto
Gshow / TV Globo
Personagem K1 relata sobre o assédio sexual que sofria do seu padrasto










O desenrolar da história mostrou o que também acontece com frequência na vida de muitas jovens que são abusadas: a mãe, mesmo após a denúncia, se recusar a se separar do abusador ou acreditar que ele seria capaz de fazer algo do tipo e acaba expulsando a filha de casa. A trama mostrou a importância do apoio da família e de outras mulheres, mostrando que a vítima não deve se sentir culpada.

Leia também: Violência e sexo provocam mudança na classificação etária de "Deus Salve o Rei"

5. Bullying

Em diversos momentos da trama, os jovens tinham que lutar contra o bullying praticado dentro e fora da sala de aula. "Malhação Viva a Diferença" trouxe personagens que representam o dia a dia de muitos adolescentes e jovens, que lutam contra os padrões impostos pela sociedade. A novela mostrou como os jovens devem se impor diante dessa situação e não revidar na mesma moeda. 

Keyla confronta Dogão (Giovanni Galo) que está praticando bullying contra os alunos
Gshow / TV Globo
Keyla confronta Dogão (Giovanni Galo) que está praticando bullying contra os alunos










6. Opção sexual 

As personagens Lica e Samantha (Giovanna Grigio) e Gabriel (Luis Galves) lutaram contra o preconceito, reafirmando que toda a forma de amor é aceita, não importando qual é sua opção sexual. 

Lica e Samantha (Giovanna Grigio) se beijando
Reprodução/TV Globo
Lica e Samantha (Giovanna Grigio) se beijando



Gabriel lutou contra o preconceito constantemente por ser um jovem gay. A novela teen representou o que acontece com muitos gays: bullying, agressão psicológica e física! O apoio da família e dos amigos foi fundamental para lutar contra o preconceito e ensinar quem está a sua volta, respeitar as diferenças. 

Personagem Gabriel que sofreu agressão física e psicológica por ser gay
Reproduçao TV Globo
Personagem Gabriel que sofreu agressão física e psicológica por ser gay





7. Sororidade

Essa foi a palavra para definir o relacionamento das "fives". As amigas se apoiavam a todo o momento e enfrentavam juntas diversos problemas. Um dos temas que levou as amigas a praticarem a sororidade foi a convivência com Benê, a personagem tinha Síndrome de Asperger e levava o rótulo de "esquisita". As amigas ajudavam Benê a enfrentar situações simples, mas que aos seus olhos, eram extremamente difíceis. 

As
Reproduçao TV Globo
As "five", no último capítulo de "Malhação - Viva a Diferença"




A sororidade entre as meninas foi mais uma das formas de demonstrar a importância das mulheres se apoiarem e lutarem juntas contra o machismo e preconceito. 

8. Liberdade de expressão 

"Malhação: Viva a Diferença" apresentou a importância da voz dos jovens na sociedade! Os jovens também são formadores de opinião e tem ideias que podem contribuir em diversas áreas. A novela fez questão de ressaltar a relevância de ouvir e incluir os adolescentes e jovens em debates, principalmente na educação. A liberdade de expressão foi apresentada em forma de protestos pacíficos, textos e conversas, em que os jovens defendiam sua posição perante a situação. 

Divulgação/TV Globo
"Malhação Viva a Diferença" apresentou a importância da sociedade ouvir os jovens














9. Conviver com as diferenças

O ponto central da novela foi celebrar as diferenças e particularidades entre os personagens, ressaltando que cada jovem pensa e age diferente diante as situações, tem vidas completamente opostas, mas convivem com harmonia, respeito e carinho. Conviver com seus defeitos e qualidades, e conviver com os defeitos e qualidades dos outros, é conviver respeitando a diferença e o limite de cada um. A abertura da novela também fez questão de ressaltar a diferença:  Negro, branco, rico, pobre/ O sangue é da mesma cor/ Somos todos iguais/ Sentimos calor, alegria e dor  ("Bate a Poeira", Karol Conka). 

Divulgação/GShow
"Malhação Viva a Diferença" ressalta a diferença entre as personagens e a convivência entre as personagens













10. Amizade 

A última e não tão menos importante lição deixada por "Malhação Viva a Diferença" é a amizade. Amizade entre pessoas de diferentes mundos, com vidas economicas extremamente diferente, opção sexual, cor, pensamentos, nada disso impede que pessoas possam construir uma amizade baseada em respeito mutuo, carinho e admiração!

Divulgação/GShow
"Malhação Viva a Diferença" mostra a relacionamento e amizade de pessoas de diferentes mundos


Nova temporada

As expectativas para a próxima temporada de "Malhação: Vidas Brasileiras" é que ela siga com a mesma influência e força que "Malhação: Viva a Diferença", apresentando temas fortes e necessários para o debate na sociedade, que os jovens sintam-se representados pelos personagens e que possam novamente ressaltar assuntos que são tratados como tabus ou  esquecidos.

Leia também: Com nude, violência e corrupção "Malhação: Vidas Brasileiras" estreia com tudo

Novos personagens de
Divulgação/GShow
Novos personagens de "Malhação Vidas Brasileiras"


    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!