“Carcereiros” é mais uma prova da qualidade das séries nacionais

As séries vêm sofrendo muitas transformações nos últimos anos e o Brasil mostra que consegue acompanhar com bem-vindas mudanças estéticas

Sabemos que as produções nacionais de séries têm qualidade. A HBO investe no formato há anos e, tanto a TV aberta quanto a fechada também têm mostrado qualidade nas produções. Apoiados por produtoras terceirizadas, os canais sempre tentam emplacar novos títulos. A Rede Globo também sempre manteve boas séries em suas programações, mas o que temos visto nos últimos anos é uma mudança estética nas séries da emissora.

Foto: Divulgação/TV Globo
Com nova estética, séries nacionais impressionam pela qualidade visual

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Minisséries já recebiam esse tratamento. Com cinco episódios, “ Hoje é Dia de Maria ” impressionou pela história e pela cenografia. “Amorteamo” e “Dois Imãos” também mostram o investimento em produções mais refinadas. Mas, com a entrada de Guel Arraes como diretor do núcleo de dramaturgia semanal, a ideia era realmente modificar esse modelo. A prática ficou bem evidente em “ Vade Retro ”. A série vem decepcionando pelo texto, que não faz rir, mas é visível a dedicação na estética. Fotografia, direção artística e até colorização são aspectos bem explorados no programa.

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Com “ Carcereiros ”, que estreou no Globo Play na última quinta-feira (08), essas características ficam ainda mais evidentes. A série tem co-produção da Spray Filmes e da Gullane, responsável pelo produção de filmes como “Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo” e “ Que Horas Ela Volta ”.

Nem o Projac , nem outros estúdios foram usados na gravação, priorizando cenários reais. Nas cenas de presídio, foi utilizada uma cadeia real. A equipe utilizou um prédio do presídio feminino de Votorantim, interior de São Paulo, ainda em construção. Claudia Calabi ficou a frente da direção de arte, e criou com sucesso o que ela chama de “Inferno de Dante”, onde “quanto mais se entra, mais difícil fica de sair”.

Acerto

Foto: Divulgação/TV Globo
Séries nacionais apostam em nova estética para acompanhar mercado internacional

Boa parte da equipe de “Carcereiros” atuou junta em outras produções da emissora, também inclusas no gênero policial. Os autores foram responsáveis por “Força Tarefa”, “O Caçador” e, mais recentemente, “ Supermax ”. A diferença entre a produção atual é a qualidade. Diferente de “Supermax”, “Carcereiros” empolga desde o primeiro episódio e deixa o espectador interessado em seguir assistindo.

Com estreia na TV prevista apenas para abril de 2018, a série já vem colhendo os frutos de sua qualidade. Em abril deste ano, “Carcereiros” foi premiada no MIPDrama Screenings, evento que marca a abertura do MIPTV, feira do mercado de televisão que acontece em Cannes , na França.

A questão não é apenas mostrar que as produções nacionais conseguem acompanhar as tendências internacionais. Mas, ao aproximar esses dois mercados, é possível também aproximar os dois públicos. Os brasileiros que assistem séries ainda tem grande resistência nas produções nacionais e esse investimento estético permite que ele se identifique mais e inclua essas séries na sua lista.

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