No ar como Jeiza em "A Força do Querer" , Paolla Oliveira vive uma policial que pratica MMA e sonha em ser uma lutadora profissional. A atriz, que já é veterana em novelas, deu entrevista para a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo e contou que, por enquanto, ainda não teve grande volume de textos para a trama. "Mas o meu físico já está um pouco cansado".
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Descrita pela Globo como "uma policia linda, mas durona e cheia de garra que quer mostrar que mulher pode fazer o que quiser e não aceita domínio de namorado", a personagem de Paolla Oliveira está andando paralelamente com os tempos atuais de empoderamento feminino, mas a atriz não se diz feminista assim tão facilmente.
"Tenho um pouco de dificuldade porque agora tudo virou: é feminista ou é machista. É ficar enquadrando as pessoas e colocando elas em apenas um lugar. A Jeiza, assim como eu, é mulher. Prefiro falar da palavra igualdade. A Jeiza quer ser mulher e não quer estar abaixo de ninguém, seja homem ou mulher. Quer só ser respeitada igualmente", explica a atriz.
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Aliás, Paolla se juntou com as colegas da Globo que se organizaram após a acusação de assédio sexual contra o ator José Mayer feita por uma figurinista. Ela usou as redes sociais para aderir ao lema da campanha: "Mexeu com uma, mexeu com todas". Além disso, assim como milhares de mulheres, ela também se sentiu constrangida com a fala do presidente Michel Temer no dia Internacional da Mulher, quando associou o sexo feminino com tarefas do lar.
"Ao se desprender de quem ele mostra (ser) e falar dele, ele foi para onde sabe. É uma questão entranhada não só naquele homem, em outros também. Ele nem quis agredir. Foi natural. A batalha ainda é grande, mas acho legal olhar para trás e ver o que a gente conquistou. Ficar só no lugar da insatisfação é ruim", dispara a atriz.
Ficção
Quando o assunto é ficção, as batalhas de Jeiza e Paolla andam bem próximas. A atriz começou a treinar luta em outubro e ficou mais torneada. "Faria parte do meu trabalho e eu não estaria errada se usasse dublê", opina ela, que mesmo antes da personagem já estava acostumada a correr e praticar ioga.
Paolla Oliveira também se viu obrigada a ter voz de comando para se aproximar de cachorros treinados pela PM já que na trama ela é do Batalhão de Ações com Cães. "Dei banho, levei para fazer xixi e cocô e aí fiz amizade", conta sobre os dois pastores alemães que se revezam nas cenas. O papel fez com que a atriz voltasse à infância, porque seu pai, coronel reformado, já trabalhou no canil da PM de São Paulo.
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O papel da filha vem deixando José Everardo muito feliz e, inclusive, ele deu dicas para a atriz. "Toda instituição tem pontos questionáveis, seja a polícia, o casamento, o governo", mas a lembrança que ela tem do trabalho do pai é de que ela não sabia se ele voltaria vivo do trabalho. "O outro lado, o lado negro, existe, mas não foi o que eu convivi. Vi o lado de alguém
que precisava trabalhar na polícia e em outro lugar para conseguir dar conta dos três
filhos e que saiu da polícia depois de 30 anos falando isso".
Vida pessoal
Aos 35 anos, Paolla Oliveira faz questão de separar a realidade da fantasia e fica inibida quando questionada sobre o namoro com o diretor artístico de "A Força do Querer", Rogério Gomes, o Papinha (com quem ela se envolveu em 2015, durante a novela "Além do Tempo", também comandada por ele). "As pessoas estão sempre querendo ver [notícias da vida amorosa], mas não vai mudar em nada a vida delas. Eu até entendo que vá mudar saber como eu malho, o que eu como, sei lá, 'vou fazer igual'. Mas essa parte aqui (aperta as duas mãos no peito) ninguém vai poder fazer nada igual. Então não interessa a ninguém", finaliza.