“A Força do Querer” tem acertos, mas ainda não mostrou a que veio
Trama evolui com a chegada de todos os personagens no Rio de Janeiro, mas protagonistas ainda não têm objetivos claros e alguns ficam “perdidos”
A última semana de “A Força do Querer” marcou a chegada dos principais personagens de Parazinho, Zeca (Marco Pigossi) e Ritinha (Isis Valverde), ao Rio de Janeiro. Em circunstâncias diferentes, ambos embarcaram de vez na baixada. Isso serviu para desenvolver a relação de Zeca e Jeiza ( Paolla Oliveira ), que aos poucos se estreita. A policial, que não tem paciência com “machões” vê graça nas atitudes machistas de Zeca, sem realmente o levar a sério. Mas é possível ver, principalmente no rapaz, um interesse por ela. Se com os dois a situação está indo pra frente, isso acaba gerando um atraso na história de Ritinha. “Escondida” em uma casa por Ruy ( Fiuk ), a personagem se tornou o elo mais fraco de todos os triângulos (Zeca e Jeiza de um lado, Ruy e Cibele de outro).
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Ritinha pode ser comparada a uma bolinha de “ping-pong” em " A Força do Querer ", jogada de um lado para outro. Ruy está fazendo o possível para se livrar do “enrosco” que é a garota, e retomar os planos de casamento com Cibele (Bruna Lizmeyer), que anda cada vez mais desconfiada. Já Zeca ainda não superou o abandono no altar e, mesmo entrando em uma briga com Ruy, também não quer saber da menina.
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Caio (Rodrigo Lombardi) e Bibi ( Juliana Paes ) também mostraram mais evolução, com breves interações entre os dois, e Caio disposto a ajudar a ex-namorada, que enfrenta problemas financeiros com o atual marido. Ainda assim, a novela promete que Bibi se tornará uma criminosa, e em sua boa índole, desejo de estudar e trabalhar honestamente, não é possível ver tal evolução. Por enquanto, vemos somente que sua relação com Caio claramente não ficou no passado.
O sócio de Caio, Eugênio, é um dos maiores destaques. Com boa atuação de Dan Stulbach, vemos um homem esperançoso e feliz ao realizar um antigo sonho, o de abrir seu próprio escritório de advocacia. Ao mesmo tempo, ele se encanta por Irene, interpretada pela ótima Débora Falabella , que oferece a ele tudo o que a esposa se nega, mostrando um triângulo amoroso que pode ser mais interessante que os outros.
Irene é atrativa no seu jeito lisonjeiro de lidar com Eugênio, e não precisou de muito para cair em suas graças. Mas não só isso, ela também tece elogios a sua esposa Joyce (Maria Fernanda Cândido), mostrando que sabe melhor que a maioria o que está fazendo.
Temas polêmicos
A história de Ivana (Carol Duarte) também pouco evoluiu. Ela discute com a mãe sobre usar vestidos e sapatos de salto e só. Não existe um aprofundamento na questão de identidade de gênero . Ela chegou a ter uma conversa franca com o pai Eugênio, que a incentivou a “ser o que quiser”. Mas isso ainda está longe de gerar um debate honesto sobre o tema.
Sendo assim, o destaque absoluto é Silvana ( Lilia Cabral ) e a sua jogatina. Personagem mais bem desenvolvida até agora, ela se mostra a mais sensata, tentando apaziguar a situação entre todos, se mantendo fiel a cunhada, ao marido, dedicada ao trabalho. É como se o vício em jogos fosse uma personalidade completamente distinta, e também bem explorada. Percebida por Caio, que mostra indícios de ajuda-la, ela rejeita completamente a ideia de que é viciada, e acaba as voltas em desculpas e explicações para o dinheiro que perde.
A novela começa a caminhar, mais ainda não é claro os objetivos e motivações de cada personagem. “A Força do Querer” acerta com um elenco mais enxuto e boas atuações, mas ainda não mostrou a que veio.
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