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'Gabriela' foi a minissérie da Rede Globo que começou a ousar nas cenas de sexo
Considerada bastante ousada, "Gabriela" exibiu uma grande quantidade de artistas famosos da emissora em cenas de sexo
, cada vez mais explícitas
- se comparadas ao que era exibido anteriormente. E, a partir dessa produção, as demais séries exibidas na faixa das 23h ficaram cada vez mais desinibidas.
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Inclusive, para muitos atores, uma das cenas mais explícitas da minissérie inspirada no livro "Gabriela, Cravo e Canela", do escritor brasileiro Jorge Amado, foi a relação entre a jovem Gabriela e Seu Nacib
, em que a moça foi retratada literalmente em cima do patrão. De acordo com Gláuber Cândido, ator de teatro, "essa foi uma cena revolucionária na televisão. Nunca tínhamos visto o sexo retratado desse ângulo".
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Para a sexóloga do C-date, Carla Cecarello, essa postura está intimamente ligada à quebra do tabu da sexualidade. "Eu vejo também como um reflexo de que a sociedade está se desprendendo desses tabus antigos. As novelas e séries têm como proposta chamar a atenção das pessoas sobre o que está acontecendo e também alertar para que possam ir mais em busca de informações e orientações, pois, essa é a realidade atual", explicou.
Priscila Junqueira, também sexóloga, comentou sobre a importância da retratação do sexo nas produções audiovisuais. "Além do desprendimento aos tabus, acredito, também, que trazer os assuntos ligados à sexualidade como algo natural, que faz parte da nossa vida traz audiência e isso é importante para a emissora. Não adianta abordar apenas assuntos que não retraram a realidade e não são polêmicos", afirmou.
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Guilhermina Guinle em ''Verdades Secretas''
Outra série que usou e abusou das cenas com alto teor sexual foi "Verdades Secretas", que mostrou diversas atrizes globais nuas pela primeira vez. E ela também está entre as produções com mais carga erótica e que chocaram os espectadores. E, para Carla, essa desinibição na telinha é um ponto positivo por estimular o diálogo sobre o tema - que não é muito comum nas famílias brasileiras.
"Eu vejo como positivo porque a Rede Globo é uma emissora de grande porte sendo uma das mais vistas. De alguma forma ela contribui para alertar as pessoas dos assuntos que estão surgindo, ela choca em alguns momentos porque muitos acreditam que esses assuntos ainda devam ser reservados no ambiente familiar de cada um. Eu enxergo que a Globo está cumprindo um dever e prestações de serviços à sociedade", avaliou.
Cândido também vê essa representação com bons olhos. Para ele, trata-se de uma importante evolução da emissora, que acompanha os interesses do público. "Eu acredito que essa mudança é benéfica para a sociedade porque as visões de mundo estão mudando. Representar homossexuais nas novelas, duas lésbicas dando selinho, dois homens gays na cama, transsexuais e sua transformação em busca de si mesmo - como em 'A Força do Querer'. É uma mudança benéfica porque coloca como 'sim, isso é normal' exatamente porque sexo é normal", pontuou.
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Porém, Carla discorda que esse tipo de cena seja um bom produto de entretenimento. Isso porque, por mais que fomentem o debate em torno dessa questão - que ficou restrita aos consultórios médicos por muitos anos -, não o faz de forma realística, podendo levar muitas pessoas a idealizarem situações que não existem de fato.
"Acho que algumas das cenas de sexo que são exibidas, principalmente nas novelas, muitas vezes não retratam o dia a dia do casal, pois, sempre mostra os casais com muito erotismo e sexualidade. Exemplo: a mulher sempre muito pronta para o sexo, coisas que a gente vê que não é a realidade. Eu vejo que os pontos são abordados de uma forma muito direta, talvez procurar mostrar isso de uma forma mais realística, como é o dia a dia das pessoas pode ajudar ainda mais, porque as pessoas vão se identificar com o que está sendo retratado naquela novela ou série", finalizou.