10 expressões racistas que devem ser substituídas no vocabulário

Veja a importância da comunicação humanizada e inclusiva no combate ao racismo

10 expressões racistas que devem ser substituídas no vocabulário
Foto: Combater o racismo é uma responsabilidade coletiva que também se manifesta na linguagem (Imagem: Art Now | Shutterstock)
10 expressões racistas que devem ser substituídas no vocabulário

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data importante para refletir sobre o impacto do racismo estrutural em nossa sociedade e o papel de cada um na promoção de uma comunicação mais inclusiva.

Em um país onde mais da metade da população é composta por pessoas negras, combater o racismo é uma responsabilidade coletiva, que se manifesta também em nossa linguagem. A comunicação humanizada e inclusiva é uma ferramenta poderosa para construir espaços respeitosos e acolhedores, em que a diversidade é valorizada.

Ser antirracista significa evitar atitudes ou expressões ofensivas e adotar uma postura ativa que visa desmantelar preconceitos, promovendo respeito e empatia. Um dos passos para isso é eliminar de nosso vocabulário expressões que carregam um histórico de racismo.

Com a orientação da consultoria BlackID (empresa de comunicação focada em valorizar identidade plural), liderada por Renata Camargo, aqui estão 10 dicas de substituições de linguagem que ajudam a evitar termos que perpetuam estereótipos raciais e promovem uma comunicação mais inclusiva.

1 . “A coisa tá preta”  “A situação está complicada”

Substituir essa expressão evita a associação negativa com o termo “preta”. A alternativa transmite o mesmo sentido de forma neutra.

2. “Denegrir”  “Difamar” ou “Prejudicar”

Termo que carrega conotações racistas ao associar “escurecer” a algo negativo. Alternativas como “difamar” ou “prejudicar” transmitem a mesma ideia sem reforçar estereótipos.

3 .  “Mercado negro”  “Mercado ilegal”

Em vez de associar “negro” a algo ilícito, prefira “ilegal” para evitar conotações raciais negativas.

4 .  “Lista negra”  “Lista de bloqueio” ou “Lista de restrições”

Esta substituição evita a associação de “negro” com algo indesejável ou proibido, utilizando um termo mais neutro.

5 . “Serviço de branco” “Trabalho bem-feito”

A expressão sugere que apenas pessoas brancas fazem trabalhos de qualidade, o que perpetua estereótipos raciais. Usar “trabalho bem-feito” comunica qualidade sem preconceitos.

6 . “Inveja branca”  “Inveja leve” ou “Inveja saudável”

A expressão associa a cor branca a algo positivo, reforçando estereótipos. Termos como “leve” ou “saudável” expressam a mesma ideia de forma inclusiva.

7 . “Colocar preto no branco”  “Documentar por escrito” ou “Formalizar”

Essa expressão pode ser substituída por “documentar” ou “formalizar”, focando na ação sem associação racial.

8 .  “Trabalho de escravo”  “Carga de trabalho excessiva”

A escravidão não deve ser usada como metáfora para a carga de trabalho. Prefira termos como “carga de trabalho excessiva” ou “volume de trabalho elevado”.

9 .  “Cabelo ruim”  “Cabelo crespo” ou “Cabelo afro”

O termo “ruim” traz uma carga negativa. Usar “cabelo crespo” ou “cabelo afro” descreve a característica de maneira respeitosa.

10.  “Escravo da moda”  “Vítima da moda”

Banalizar a escravidão ao usá-la como metáfora para algo trivial é desrespeitoso. Prefira “vítima da moda”, que traz a mesma ideia sem alusão ao sofrimento histórico.

Essas substituições representam pequenas mudanças que, somadas, têm grande impacto na construção de uma cultura organizacional e social mais humanizada e inclusiva. “Adotar uma comunicação inclusiva é um convite ao respeito. Quando uma empresa e seus colaboradores valorizam a identidade de cada pessoa, criamos um ambiente onde todos se sentem representados e acolhidos “, afirma Renata Camargo, da BlackID.

Por Taís Lopes