3 cidades turísticas para visitar na Polônia

Destinos oferecem experiências fascinantes envolvendo história, cultura e natureza

3 cidades turísticas para visitar na Polônia
Foto: Varsóvia é a capital e a maior cidade do país (Imagem: fotorince | Shutterstock)
3 cidades turísticas para visitar na Polônia

Imagine um lindo país medieval com natureza abundante, museus, monumentos históricos, gastronomia de alto nível e atrações para todas as idades, tudo isso com um câmbio superfavorável para os brasileiros. Essa é a encantadora Polônia!

Desde a moderna capital Varsóvia a cidade medieval de Cracóvia, o país oferece muitas experiências fascinantes para os visitantes. Visitamos as 3 principais cidades turísticas para descobrir o que torna a Polônia um destino tão especial. Varsóvia, Cracóvia e Breslávia possuem muita história, castelos, cultura, natureza e bons hotéis e restaurantes com preços convidativos.

1. Varsóvia

Capital e maior cidade do país, é intensa. A tradição e o novo convivem em perfeita harmonia. A cidade foi duramente castigada durante a Segunda Guerra Mundial, precisando passar por uma grande reconstrução, que tornou o seu centro histórico o mais jovem do mundo e listado como Patrimônio Mundial da Humanidade. 

A primeira vez que visitamos um lugar é importante fazer um city tour para nos localizarmos. Em Varsóvia, a nossa dica é conhecer os pontos principais na exclusiva Nysa 522, uma minivan retrô que vai te mostrar pontos turísticos relacionados à época do regime comunista.

A igreja de Santa Cruz, no centro antigo, é parada obrigatória para os fãs de música clássica, pois é onde repousa o coração do pianista Frédéric Chopin. Considerado um dos poloneses mais ilustres de todos os tempos, o músico também foi homenageado com um museu que leva o seu nome.

O vasto acervo de objetos pessoais e material musical do compositor somam mais de 7.000 objetos, sendo uma das maiores coleções do mundo dedicadas a um artista, a maioria dos itens foram coletados e doados pelos familiares e alunos próximos de Chopin.

Museus imperdíveis na capital polonesa

Uma das melhores maneiras de conhecer a história recente da cidade é visitando o Museu do Levante de Varsóvia, que ocorreu em 1° de agosto de 1944. Com recursos multimídias e mais de 30 exposições, o museu apresenta a história da resistência polonesa, que lutou contra o nazismo, além de mostrar armas, fotos, cartas, objetos e filmes da época da guerra.

Já o Museu Nacional de Varsóvia, originalmente fundado em 1862, é atualmente um dos museus de arte mais antigos do país, sua coleção possui cerca de 830.000 obras de arte da Polónia e do estrangeiro, desde os tempos antigos até ao presente, incluindo pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, fotografias, moedas, bem como objetos utilitários e de design.

Palácio, vodka e cultura em uma mistura fascinante

Outra atração importante é o Palácio da Cultura e Ciência, o prédio imponente, porém controverso, é uma herança do domínio soviético, deixada por Stalin, que no início não agradou muito os poloneses, mas hoje é visto como um símbolo da capital. Além de ponto turístico, atualmente o Palácio abriga, cinema, museus e teatros. No 30º andar fica o mirante de onde é possível desfrutar de uma vista panorâmica da cidade.

Cada país tem uma bebida que define o espírito local, na Escócia é o whisky, na França o conhaque, na Itália é a grappa e na Polônia é a vodka. A vodka faz parte da história e do espírito polonês desde a idade média e é consumida no mundo todo até os dias atuais. O Museu da Vodka é o lugar ideal para conhecer o processo de produção, a história e, também, degustar diferentes tipos da bebida. Depois da visita, vá até o bar e experimente alguns dos saborosos drinks e petiscos. Garanto que você vai gostar.

Considerada um destino turístico cosmopolita para muitos visitantes internacionais, Varsóvia mistura arquitetura moderna e antiga, oferecendo uma visão única da história polonesa.

2. Cracóvia

A cidade mais visitada da Polônia foi também a capital do país e sede da família real de 1038 a 1596. Localizada no sul da Polônia, pertinho da fronteira com a República Tcheca, era a preferida do Papa João Paulo II, que dizia que “Cracóvia era a cidade da sua vida”, afinal foi lá que aconteceu boa parte do seu sacerdócio. Atualmente é uma metrópole com uma intensa vida cultural, todo ano são realizados mais de 100 festivais e eventos internacionais. 

Cracóvia pode ser facilmente considerada uma das mais belas cidades européias . Começando pelo coração da cidade, a charmosa Praça do Mercado é onde os visitantes encontram lojas de souvenires, restaurantes, bares, prédios e monumentos históricos muito bem preservados, além da suntuosa Basílica de Santa Maria, com duas torres de alturas diferentes, uma é mais alta do que a outra.

Da torre mais alta soa de hora em hora uma trombeta, esse som é uma homenagem a um trompetista que morreu tentando avisar ao povo que a cidade seria invadida. É possível participar de uma visita guiada ou simplesmente entrar para admirar a beleza desta igreja histórica.

O encanto do Castelo de Wawel

Saindo da praça e com menos de 15 minutos caminhando, você chega ao Castelo de Wawel. Situado no alto da colina de mesmo nome, a majestosa construção é considerada um símbolo nacional e já foi a residência dos reis poloneses por vários séculos. 

Atualmente é um importante ponto turístico e cultural do país. Este complexo abriga diversas exposições de arte e artefatos que datam desde a Idade Média até os tempos modernos e a impressionante Catedral de Wawel construída no século XIV.

Uma lenda impressionante

Como todo castelo, esse também está associado a uma lenda. Nesse caso, diz a lenda, que um Dragão ameaçou Cracóvia na ocasião em que foi fundada. O dragão atacava pessoas e animais e se escondia em uma caverna no pé do morro de Wawel. Todos os cavaleiros que tentaram matá-lo acabaram morrendo.

Quem finalmente conseguiu vencer o dragão foi um humilde sapateiro. O dragão vencido acabou se tornando um símbolo do Castelo e da cidade e está impresso em muitas lembranças que os visitantes levam para casa, como chaveiros, camisetas etc.

Doce favorito do Papa João Paulo II

Ao final da sua visita passe no café do castelo e prove o doce favorito do Papa João Paulo II, o Kremówka Papieska ou “doce de creme do Papa”, preparado com massa folhada recheada com creme. É muito gostoso! 

Explorando a alma judaica de Cracóvia

O Kazimierz é o principal bairro judeu de Cracóvia. É uma região boêmia, com lojas, bares e restaurantes com música ao vivo, mas que ainda guarda monumentos da cultura judaica. Vale o destaque para a antiga Sinagoga do século XVI e para o cemitério Remuh, com algumas lápides que foram danificadas durante a Segunda Guerra e diversas ruas que serviram de cenário para filmes como A Lista de Schindler . Além de tudo disso, nos arredores da cidade há ainda outras atrações mundialmente conhecidas.

Você já visitou uma mina de sal?

A mina de Sal Wieliczka é um passeio bem curioso e próximo a Cracóvia. O sal vem sendo extraído desta mina desde o século XIII. Ela possui 9 níveis, sendo que o mais profundo fica a 327m debaixo da terra. São 350km de passagens subterrâneas. Mas, por questão de segurança, os turistas só podem percorrer 2km. 

Nesse percurso é possível observar lagos , capelas e esculturas feitas de sal. Curiosamente, lá embaixo há um restaurante e um cinema e, em algumas câmaras, são montadas peças de teatro, concertos e até bailes. Vale a pena conferir.

A história que não pode ser esquecida

Uma visita fundamental durante sua passagem pela Polônia são os campos de concentração de  Auschwitz-Birkenau. Considerado o maior complexo de campos de prisioneiros estabelecido pelos alemães, é um lugar repleto de lembranças que nos fazem refletir. 

Quem tiver interesse em visitar, deve ser movido pelo interesse histórico e não por diversão, porque foi aqui que as tropas nazistas exterminaram mais de um milhão de pessoas. Logo na entrada passa-se por um longo corredor onde se ouve, através do sistema de som, o nome das vítimas do local.

Testemunhando as memórias de Auschwitz

O campo é dividido em 3 partes. A visita guiada passa pelo primeiro campo, tem vários prédios de tijolos aparentes e árvores secas, sem folhas. Parece uma vila residencial, porém é uma paisagem muito árida . Um dos prédios abriga uma exposição de fotos e pertences dos prisioneiros, como malas, milhares de calçados, óculos e até cabelos.

Os judeus não foram os únicos a serem capturados, também morreram nos campos de concentração ciganos, soviéticos, poloneses e qualquer um que se atrevesse a se posicionar contra o regime nazista.

O prédio da câmara de gás guarda toda tristeza e crueldade a que os prisioneiros foram submetidos. Sem dúvida, é onde se concentra a energia mais pesada. Tudo é muito impactante, por essa razão não é recomendada a visita para menores de 14 anos e, em muitos ambientes, é proibido tirar fotos em respeito às vítimas. Só o que posso dizer é que você não voltará o mesmo depois de passar por Auschwitz.

Czestochow

Ainda falando de turismo religioso, Czestochow é uma cidade a 100 km de Cracóvia e o maior centro de peregrinação da Polônia. Milhões de peregrinos vão até lá todos os anos para ver de perto o Santuário da Virgem Maria, localizado na colina de Jasna Góra.

O Santuário de Czestochowa é um templo sagrado tão importante para a Polônia quanto o Santuário de Aparecida é para o Brasil. No altar da capela está a venerada imagem da padroeira do país, a Nossa Senhora de Czestochow, um dos tesouros do mosteiro e a quem são atribuídos diversos milagres. O mosteiro foi fundado em 1382 e, entre o seu acervo, encontra-se a medalha do Prêmio Nobel da Paz recebida pelo ex-presidente polonês Lech Walesa, em 1983.

3. Breslávia

Conhecida como a cidade dos gnomos, a histórica capital da Silésia fica às margens do Rio Oder. Caminhar por essa região é bastante agradável, tanto de dia quanto de noite. Vale dizer que a Polônia, no geral, é um país bem seguro. Aliás, ver as pontes iluminadas à noite proporciona um momento mágico. 

Essa cidade encantadora tem uma longa história. Fundada no século 10, pertenceu à Polônia até o século 14. Depois, foi dominada pelo Reino da Boêmia até meados do século 16 e ao Império Austro-Húngaro até o século 18. Somente em 1945, após o final da Segunda Guerra Mundial, voltou a fazer parte da Polônia.

Os “habitantes mágicos” da Breslávia

A quarta cidade mais populosa do país tem como um grande diferencial, os gnomos. São mais de 400 “habitantes mágicos” espalhados por todos os cantos, um mais bonitinho do que o outro. Mas não se engane, pois essa tradição começou durante o domínio soviético, quando o povo protestava contra o comunismo pichando mensagens. Daí o governo pintava as paredes e o povo pintava um gnomo laranja no local onde a mensagem tinha sido apagada. Em 2005, o gnomo passou a ser o símbolo da Breslávia e virou uma atração muito divertida para crianças e adultos. Hoje tem até um aplicativo para “caçar” os gnomos. 

Encantos e cores da Breslávia

A Praça do Mercado, no Centro Histórico, é muito charmosa e bem cuidada, as construções são coloridas dando um ar alegre ao local. Tem lojas, cafés, bares, restaurantes e barracas vendendo artesanato e comida típica. Alguns artistas também se apresentam ao ar livre para centenas de pessoas, que circulam pela praça todos os dias. A vida cultural da cidade é muito rica, com produções que vão de festivais de música a peças de teatro. A noite também oferece agito e diversão, com uma profusão de clubes e bares.

A Catedral de São João Batista é um grande edifício de estilo gótico, erguido em várias etapas. É um dos melhores exemplos deste estilo. Outra curiosidade interessante deste bairro, considerado o mais antigo da cidade, é que a iluminação conta com diversas lanternas a gás que são acesas e apagadas diariamente pelo faroleiro, um homem todo vestido de preto com uma tocha na mão, uma figura única que dá ares de conto de fadas à viagem.

Universidade de Breslávia: um legado de excelência e beleza

O prédio principal da Universidade de Breslávia também vale uma visita. Fundada em 1702, a instituição formou 11 vencedores do Prêmio Nobel, entre eles: Theodor Mommsen, Philipp Lenard, Eduard Buchner, Paul Ehrlich, Fritz Haber, Friedrich Bergius, Erwin Schrödinger, Otto Stern e Max Born. 

Durante o tour, é possível conhecer o belíssimo Leopoldinum Hall, que tem um salão barroco elaboradamente decorado, a Aula Leopoldina e seu teto de afrescos, estuque dourado e querubins esculpidos e um museu.

Uma jornada gastronômica e cultural pelas delícias polonesas

Por fim, a gastronomia de Breslávia é uma atração à parte, com uma série de restaurantes e bares locais que oferecem uma ampla variedade de pratos poloneses e europeus. A cidade é particularmente conhecida por seus pierogis, um tipo de pastel recheado com batatas e queijo, mas também oferece excelentes opções de carne, frutos do mar e vegetarianas.

A Breslávia ou Wroclaw é um destino turístico imperdível para quem busca uma experiência autêntica e rica em história e cultura. Com sua bela arquitetura, cena cultural ativa e gastronomia deliciosa, a cidade tem muito a oferecer para todas as idades e interesses.

Por Camila Karan Revista Qual Viagem