A Islândia está na lista dos sonhos de muitos viajantes. Seja pela sua mística, natureza exuberante ou pelo espetáculo das auroras boreais. Mas sua cultura também impressiona. Mesmo em condições climáticas extremas, longos invernos e o sol da meia-noite, os islandeses parecem resolver todos os problemas relaxando nas mais de cem piscinas termais do país.
O Parque Nacional Thingvellir, a zona de gêiseres em atividade e Gullfoss, uma das cachoeiras mais extraordinárias do planeta, são os pontos principais desta viagem que termina em grande estilo pelas ruas, casas e passeios que partem da efervescente capital Reykjavik.
A rota do ‘Círculo Dourado’ e suas belezas naturais
A melhor maneira de ter um panorama das belezas naturais do país é através da rota chamada ‘Círculo Dourado’. Um percurso que parte da capital e engloba atrações impressionantes. A primeira parada é o Parque Nacional Thingvellir, de grande importância histórica e geológica. São hectares verdes formados por montes, cânions e rios.
Neste parque foi fundado o primeiro parlamento do mundo , assim como a primeira igreja cristã do país. O parque figura como Patrimônio da Humanidade da UNESCO e hoje abriga a casa de campo do Primeiro-ministro da Islândia. Além da parte histórica, Thingvellir também vale a visita por suas curiosidades geológicas.
A principal atração é Almannagjá, um desfiladeiro formado pela separação das placas tectônicas da América do Norte e Eurásia – que seguem separando-se lentamente. Durante a caminhada pelos cânions, é possível observar uma bela cachoeira, que se torna pequena em comparação com as proporções gigantescas do parque.
Uma majestosa cachoeira no coração da Islândia
As paisagens desta região variam amplamente . No verão, é possível ver o sol colorindo o lago Thingvallavatn. Já no inverno, toda a paisagem se veste de branco. A neve alcança também Gullfoss, a cachoeira mais famosa do país. Essa majestosa queda d’água ousa desafiar Foz do Iguaçu e Victoria Falls nos rankings de cachoeiras mais belas do mundo.
Localizada a apenas duas horas da capital, suas águas correm pelo cânion do rio Hvítá. Conhecida também como Cascada Dourada, as duas quedas de Gullfoss somam 32 metros de altura e formam um quadro de natureza no seu estado mais puro. Depois de se molhar com os respingos e com a névoa, a próxima parada é a área geotérmica de Geysir, no vale Haukadalur.
O espetáculo dos gêiseres islandeses
Viajantes e suas câmeras chegam todos os anos com a esperança de presenciar um gêiser em erupção. Mas na Islândia, não é preciso ter muita sorte. Basta posicionar-se ao redor do que parece ser uma poça d’água e esperar menos de 10 minutos. Um forte jato de água fervente brota do gêiser Strokkur, e sua altura, equivalente a um prédio de cinco andares , gera comoção da plateia.
Além do vapor no ar e de pequenos lagos coloridos, o vale está coberto de lupinus, uma vegetação rasteira com pequenas flores lilases que chegam até os arredores da capital do país, Reykjavik. A cidade é pequena e repleta de casas de concreto cobertas por placas coloridas de ferro. Essa estrutura firme garante que as casas atravessem intempéries, o que pode ser interpretado como um reflexo das pessoas que lá habitam.
Cultura, arquitetura e vida urbana
A cultura islandesa é formada por uma história de resiliência. Por sua posição geográfica, a grande ilha vulcânica atravessa largos invernos e verões de sol eterno, o chamado sol da meia-noite. Mas quem nasce nessas terras parece não se abalar com as dificuldades. A capital Reykjavik está equipada com cafés confortáveis para o inverno e múltiplos bares para o verão.
Estes refúgios climáticos transformam-se em extensões das casas, onde os moradores aproveitam para ler um livro, escutar um disco, conversar ou admirar pequenas galerias de arte.
O ateliê fotográfico de Ari Sigvadalson é um deles. Na avenida Skólavörðurholt, que é marcada por um arco-íris pintado no chão, Ari estende suas fotos em um varal na vitrine que chama a atenção de quem passa. São retratos de seu país feitos em pequenas viagens para o interior.
Seguindo a rua do fotógrafo, se chega na igreja luterana Hallgrímskirkja, cartão postal da cidade. Sua arquitetura particular teve geleiras, formações vulcânicas e montanhas do país como fonte de inspiração.
Observação de baleias na baía de Reykjavík
Os olhos acompanham a torre principal por 74 metros, até chegar na campana e seu mirante. Desde cima, é possível observar toda a cidade até o mar e imaginar como é a vida de quem passa pelo porto.
É na baía de Faxaflói que está a estátua do Viajante do Sol, ou Sólfar. Uma escultura de ferro em formato de barco que flutua no ar. A figura criada por Jóngunnar Árnason representa a liberdade e a esperança do povo islandês. Deste mesmo porto, saem os passeios de barco para observação de baleias, um dos grandes atrativos da capital.
Durante o verão, quatro principais espécies podem ser observadas na baía de Reykjavík: a majestosa Jubarte, a Baleia-de-minke, a Harbour Porpoise e o golfinho-de-bico-branco. Esta região costeira serve como ponto de alimentação para elas, e o tour é coordenado por biólogos marinhos que sabem como fazer a observação sem influenciar na rotina dos animais.
Piscinas termais da Islândia são um refúgio relaxante
Após o passeio, voltamos para a terra, mas não por muito tempo. Nosso roteiro termina dentro das piscinas de águas termais ao ar livre tão famosas do país. São mais de cem opções, entre elas, a Blue Lagoon, a escondida Secret Lagoon e a mais recente, Sky Lagoon.
As águas nesta paisagem vulcânica são ricas em minerais e podem chegar aos 40 graus. Passar a tarde com água até o pescoço é parte da cultura do país, e estes balneários converteram-se em pontos de encontro, como nossos bares ou parques.
Por Raquel Cintra Pryzant – Revista Qual Viagem
Jornalista de viagem com mais de seis anos de experiência na criação de conteúdo multiplataforma, produção audiovisual e coordenação de colaboradores. Graduada em São Paulo com mestrado em Barcelona. Compartilho o mundo em publicações internacionais com minhas raízes brasileiras como elemento distintivo. Fundadora também do projeto Sola no mundo, que desde 2017 difunde reportagens e documentários sobre destinos e cultura latino-americana.