A
ntes da menarca, Larissa Manoela desejava muito ter sua primeira menstruação , por acreditar que seria uma virada de chave na sua vida, seu corpo ia amadurecer e tudo ia mudar. “Nosso corpo, realmente, passa por mudanças, mas criamos uma expectativa muito grande por algo que, na verdade, não sabemos como vai ser”, diz em entrevista à CAPRICHO.
Conversamos com a atriz durante evento da Always, em que ela foi apresentada como Head de Influência da marca, na última quarta-feira (6). “ Eu menstruei com 12 anos, e hoje, aos 24, estou muito feliz de estar aqui assumindo esse cargo e trazendo esses assuntos cheios de tabu para nova geração”, comemorou.
Como já discutimos aqui CAPRICHO, a sociedade ainda vê a primeira menstruação como uma emancipação e usa eufemismo para tratar do tema – e isso impacta muito as garotas, que se sentem pressionadas e, muitas vezes, não sabem lidar com o que está acontecendo. Por isso é tão importante falar sobre o tema abertamente entre a nossa galera e trocar experiências.
Larissa diz que 12 anos atrás, quando idealizava a menstruação, ela não fazia ideia do que viria pela frente, de como seria seu o fluxo, se teria cólica ou não. “No meu caso, anos depois, quando eu tinha 19, descobri a endometriose “, conta. Trata-se de uma doença inflamatória crônica provocada pelo refluxo do sangue menstrual com migração de tecido endometrial para outras partes do corpo, principalmente para os ovários, as trompas, a bexiga e o intestino.
A partir do diagnóstico, a atriz foi em busca de um médico especialista e começou o acompanhamento profissional para que, apesar da doença, ela fosse capaz de manter a qualidade de vida e seguir sua vida pessoal e profissional normalmente. Com o seu alcance nas redes sociais, ela pôde escutar muitos relatos parecidos com o seu, trocar experiências e levar informações para outras garotas sobre a doença.
Larissa enfatiza a união entre as mulheres por meio da menstruação ao relembrar dos tempos de escola, em que as amigas, muitas vezes, ficam até com os ciclos menstruais em sincronia. “Quantas vezes eu senti essa união das meninas em prol de alguma garota que estava menstruada e precisava de ajuda ou até de pegar um absorvente com a outra. É um movimento [de união] que aprendemos desde muito cedo”, observa.
Ela vê, com otimismo, sua geração, e as mais novas também, falando com muito mais facilidade sobre suas dores e discutindo sobre menstruação sem tabu. “Hoje sabemos o quanto é importante ouvir o nosso corpo e se sentir confiante”, celebra.