Festival do Nicho 54 celebra o cinema negro brasileiro

A 6ª edição do Festival Negro de Cinema acontece entre os dias 9 e 16 de novembro, no Centro Cultural São Paulo e no Instituto Moreira Salles

Foto: Humberto Maruchel
Festival do Nicho 54 celebra o cinema negro brasileiro

De 9 a 16 de novembro, acontece a 6ª edição do Festival Negro de Cinema NICHO NOVEMBRO, organizado pelo Instituto NICHO 54. A programação é gratuita e inclui a exibição de 12 filmes no Centro Cultural São Paulo (CCSP), na Rua Vergueiro, e no Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista.

A cerimônia de abertura será no dia 9 de novembro, no jardim suspenso do CCSP, com a exibição do filme “Ernest Cole: Achados e Perdidos”, do cineasta haitiano Raoul Peck, vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival de Cannes de 2024.

O festival celebra a diversidade da produção nacional, com exibições de curtas e longas, tanto contemporâneos quanto antigos, de ficção e documentários de cineastas de diferentes regiões do Brasil. Entre os destaques estão a homenagem ao cineasta Rogério de Moura, falecido este ano, com a exibição de sua obra “Bom Dia, Eternidade” (2006), além dos filmes “Othelo, o Grande” e “Um É Pouco, Dois É Bom”.

“O tema desta edição é ‘alegria como motor político’, refletindo o contexto das eleições municipais. Em um ano de eleição, as emoções da sociedade vão além do pragmatismo da agenda dos candidatos. O festival busca, nesse momento de tensão e disputa, proporcionar uma experiência de celebração e encontros, com a alegria como elemento central”, afirma Fernanda Lomba, diretora-executiva do NICHO 54 e diretora artística do festival.

Edição de 2023 do festival Nicho 54 Lúcia Lima/divulgação

Painéis e debates

Nos dias 15 e 16, o festival oferecerá painéis gratuitos, abordando temas relevantes para realizadores negros no cinema. No dia 15, o destaque é o painel com Laurence Lascary, produtora francesa do novo filme de Raoul Peck, “Ernest Cole: Lost and Found”, com tradução para o português. No dia 16, Grace Passô e Julia Alves apresentarão o work in progress do filme “Amores”, e Lucas H. Rossi falará sobre o processo de criação de “Othelo, o Grande”. As senhas serão distribuídas a partir das 13h no 3º andar.

O encerramento do festival contará com a apresentação da cantora e compositora Xenia França, no dia 16, na Sala Adoniran Barbosa do CCSP. Os ingressos gratuitos estarão disponíveis nas bilheterias online e física.

Confira os lançamentos que serão exibidos no festival:

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“Meu Amigo Pedro Mixtape”, de Lincoln Péricles
São Paulo, 2024, 9’, Livre

O diretor revisita memórias registradas desde as primeiras câmeras e microfones a que teve acesso, construindo um filme em formato de mixtape de rap, misturando sons e imagens do cinema brasileiro e desnaturalizando as representações de trabalho.

“Tijolo por Tijolo”, de Victória Álvares e Quentin Delaroche
Recife, 2024, 102’, Livre

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No Ibura, periferia do Recife, Cris sente que tudo está por um fio. Ela e o marido perderam os empregos no início da pandemia de Covid-19, assim como a casa em que viviam com três filhos pequenos, por risco de desabamento. Grávida do quarto filho e em busca de uma laqueadura, Cris trabalha como micro-influenciadora digital enquanto tenta reconstruir a casa e reestruturar a vida.

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“Samuel Foi Trabalhar”, de Lucas Litrento e Janderson Felipe
Maceió, 2024, 17’, 10 anos

Na véspera de deixar a informalidade e ser contratado, Samuel é assombrado pelo seu instrumento de trabalho: a fantasia de engenheiro.

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“Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer”, de Felipe André Silva
Recife, 2022, 24’, 16 anos

Alexandre acaba de sair da prisão. Solitário e introspectivo, ele encontra algum conforto na amizade com Robson, seu colega de trabalho.

“À Noite Todos os Gatos São Pardos”, de Matheus Moura
Belo Horizonte, 2024, 18’, 12 anos

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A noite em Belo Horizonte é uma cápsula do tempo que relativiza a passagem, turva os sentidos e ressignifica o futuro na vida de Júnior, um jovem ansioso por se emancipar de tudo.

“Othelo, o Grande”, de Lucas H. Rossi
Brasil, 2023, 83’, Livre

Sebastião Bernardes de Souza Prata, conhecido como Grande Otelo, foi um dos maiores atores e comediantes do Brasil, utilizando sua visibilidade para moldar sua própria narrativa e discutir o racismo institucional que enfrentou ao longo de oito décadas, duas ditaduras e mais de uma centena de filmes.

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Público aplaude a uma sessão do Nicho 54 em novembro passado Lúcia Lima/divulgação
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