Glória Pires
47 anos (23/08/1963)
Rio de Janeiro (RJ)
Glória Pires tornou-se atriz global ainda criança. Destacou-se logo e começou a ser convidada para papéis cada vez mais importantes, como em “Dancin Days”, “Direito de Amar”, “Vale Tudo” e “Mulheres de Areia”. São 29 trabalhos na TV entre novelas, minisséries e especiais, 13 filmes e mais de 10 prêmios. Foi casada com Fábio Jr., com quem teve Cléo Pires, e desde 1988 está com Orlando Morais, com quem teve Antonia, Ana e Bento.
Ler biografia completaFilha da produtora e empresária Elsa Marques Pires e do ator e comediante Antônio Carlos Pires, Glória Pires não tinha como fugir da vida artística: fez o seu primeiro trabalho em 1968, aos cinco anos de idade, participando da abertura da novela “A Pequena Órfã”. Logo em seguida, foi convidada a integrar o elenco das crianças do orfanato. Entretanto, no primeiro dia de gravação, a pequena sofreu uma hemorragia nasal que a afastou da trama. Depois, quando a protagonista Patrícia Ayres foi retirada da novela por problemas contratuais, Glória teve outra chance de mostrar seu talento. Já que as imagens com Patrícia já tinham sido gravadas, Glória – que conseguia imitar a voz e o sotaque paulistano da personagem principal – ficaria responsável pelas falas até que a atriz principal voltasse.
Em 1971, Glória fez teste para a novela “O Primeiro Amor”, dirigida por Paulo José, mas acabou reprovada por Daniel Filho e Rosana Garcia ficou com o papel. Sua carreira começou no ano seguinte ao lado de Francisco Cuoco e Fábio Mássimo no “Caso Especial Sombra de Suspeita”. Aos nove anos fez sua primeira novela, “Selva de Pedra”, de Janete Clair, interpretando Fatinha. Participou de pequenos papéis e fez “ponta” em programas humorísticos nos anos seguintes. Assumiu novamente um personagem mais denso em “Duas Vidas”, de 1976, também de Janete Clair.
Mas foi em 1977 que, desiludida com as oportunidades e sem ter certeza de que queria seguir a carreira, Glória decide “dar um tempo” na profissão. No ano seguinte, porém, 1978, foi escolhida por Daniel Filho entre 200 candidatas para interpretar uma problemática adolescente em “Dancin' Days”, novela que lançou moda e mudou hábitos no Brasil. Em 1979, participou do especial “O Homem Pálido”, ao lado de Corona e Sebastião Vasconcellos. No mesmo ano assumiu um papel de destaque em “Cabocla”, de Benedito Ruy Barbosa, onde conheceu seu futuro marido Fábio Júnior. O ano de 1980 seria marcado pelas novelas “Água Viva” e “As Três Marias” (cuja participação na novela estava amarrada a um acordo com a Globo para participar de seu primeiro longa, “Índia, A Filha do Sol” - primeiro filme de Fábio Barreto).
Pouco tempo depois do nascimento de Cléo Pires, sua filha com o cantor e ator Fábio Junior, Glória retornou às novelas em “Louco Amor”. Também em 1983 foi convidada a interpretar a esposa do escritor Graciliano Ramos em “Memórias do Cárcere”. A novela “Partido Alto” fecharia o ano. No aniversário de 20 anos da Rede Globo, Glória ainda seria uma das principais atrações da emissora incorporando como ninguém mais poderia a protagonista Ana Terra, de “O Tempo e o Vento”, uma adaptação da obra de Érico Veríssimo. Em 1986, apostou no cinema, com “Besame Mucho” e, um ano depois, viveu Rosália na novela “Direito de Amar”.
Passou por folhetins de grande sucesso, como “Vale Tudo” (1988) e “Mico Preto” (1990), e foi definitivamente aprovada pelo público ao incorporar as gêmeas Ruth e Raquel em “Mulheres de Areia”, de 1993. Em “Memorial de Maria Moura”, de 1994, Glória Pires interpretou a protagonista da trama e, diante do sucesso de audiência, a minissérie foi exportada para outros países – foi finalista do The New York Festival. Glória, por sua vez, levou o prêmio de melhor atriz de TV da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Em 1995, Glória brilharia no filme indicado ao Oscar “O Quatrilho”, de Fábio Barreto, levando o prêmio de melhor atriz nos festivais de Havana e Cinema de Viña Del Mar.
Em 1996, Glória participou da novela “O Rei do Gado” e gravou o filme “O Guarani”. No ano seguinte, viveu Nice em “Anjo Mau”. Diante do ritmo frenético de trabalhos até então, mudou-se para os Estados Unidos em busca de paz e privacidade. Mesmo assim, voltou em 1999 ao horário nobre com “Suave Veneno” e nas telas do cinema com “Pequeno Dicionário Amoroso”. Em 2001, faria outro filme de grande sucesso: “A Partilha”.
“Desejos de Mulher” (2002) e “Belíssima” (2005) trariam novamente Glória Pires às telas, ao mesmo tempo em que a atriz continuava investindo no cinema, com filmagens de “E Se Eu Fosse Você” - longa que teve mais de 4 milhões de expectadores – e “O Primo Basílio”. Em 2007 fez parte do elenco de “Paraíso Tropical”, tentou se refugiar em Paris, mas em 2008 já estava de volta para as filmagens de “E Se Eu Fosse Você 2”. Finalmente, em 2009, começou a gravar “Lula, o Filho do Brasil”, interpretando a mãe de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2010, apareceu também na película “É Proibido Fumar” e retornou de vez à terra natal para comemorar seus 40 anos com uma biografia e prepara-se para a novela “Insensato Coração”, de Gilberto Braga, que estreia em 2011.
Glória Pires chegou a namorar o filho de Chico Anysio, Anizinho (Nizo Neto), na década de 1970. Entretanto chamou atenção do público ao se casar com Fábio Jr, com quem teve Cléo Pires. A atriz contracenou com o cantor e ator na novela “Cabocla”, em 1979, e a partir de então levou um relacionamento que se estendeu até 1983. Em 1988 oficializou seu segundo casamento, com o cantor Orlando Morais, com quem vive até hoje e tem três filhos: Antonia (1992), Ana (2000) e Bento (2004).
Exatamente dez anos depois de se casar pela segunda vez, Glória enfrentou uma das maiores dificuldades de sua vida. O boato de um caso entre o marido e a filha Cléo Pires, em 1999, espalhou-se pelo Brasil. Sônia Abrão - então na Rádio Capital - teria colocado no ar uma entrevista com um suposto enfermeiro do hospital Albert Einstein que afirmava que Glória foi internada após tentar suicídio. A família se exilou por um ano em Los Angeles, nos Estados Unidos, para evitar que a filha Cléo sofresse perseguição nas ruas e na escola. Seu marido, por sua vez, processou diversos veículos de comunicação.
Para sua biografia, “40 anos de Glória”, a atriz falou abertamente sobre o assunto considerado tabu na vida da atriz e de sua família – e cujo resultado foi o fortalecimento do relacionamento com o marido -, além de apontar algumas questões polêmicas, como o uso de drogas durante a época de “Dancin' Days” (ela afirma que nunca foi viciada, embora andasse ao lado de muita gente que estava dependente) e sua relação conturbada com a atriz e diretora Norma Bengell.
Televisão
1968: “A Pequena Órfã”
1970: “Faça Humor, Não Faça Guerra”
1972: “Selva de Pedra”, “Caso Especial, Sombra da Suspeita” e “Chico em Quadrinhos”
1973: “Chico City”, “Satiricom” e “O Semideus”
1976: “Duas Vidas”
1978: “Dancin' Days”
1979: “Cabocla”
1980: “As Três Marias” e “Água Viva”
1983: “Louco Amor”
1984: “Partido Alto”
1985: “O Tempo e o Vento”
1987: “Direito de Amar”
1988: “Vale Tudo”
1990: “Mico Preto”
1991: “O Dono do Mundo”
1993: “Mulheres de Areia”
1994: “Memorial de Maria Moura”
1996: “O Rei do Gado”
1997: “Anjo Mau”
1999: “Suave Veneno”
2002: “Desejos de Mulher”
2005: “Belíssima”
2007: “Casseta & Planeta, Urgente!” e “Paraíso Tropical”
Cinema
1981: “Índia, a Filha do Sol”
1984: “Memórias do Cárcere”
1995: “O Quatrilho”
1996: “O Guarani”
1987: “Besame Mucho”
1988: “Jorge, um Brasileiro”
1999: “Pequeno Dicionário Amoroso”
2001: “A Partilha”
2006: “Se Eu Fosse Você”
2007: “O Primo Basílio”
2008: “Se Eu Fosse Você 2”
2009: “É Proibido Fumar”
2010: “Lula – O Filho do Brasil”
Prêmios
1978: Troféu APCA de Atriz Revelação por “Dancin' Days”
1988: Troféu APCA de Melhor Atriz por “Vale Tudo”
1991: Troféu APCA de Melhor Atriz por “O Dono do Mundo”
1993: Troféu APCA e Troféu Imprensa de Melhor Atriz por “Mulheres de Areia”
1995: Troféu APCA, Festival de Cinema de Havana e Festival de Cinema de Viña Del Mar de Melhor Atriz por “O Quatrilho”
1996: Prêmio Contigo de Melhor Vilã por “O Rei do Gado”
2007: Prêmio Contigo por “Se Eu Fosse Você” de Melhor Atriz; Troféu Mário Lago em Melhores do ano - Domingão do Faustão pelo conjunto da obra; Personalidade do Ano em Isto é Gente por “Paraíso Tropical”.
2008: Prêmio Contigo de Melhor Atriz Coadjuvante por “O Primo Basílio”
2009: Troféu APCA e Festival de Brasília na categoria Melhor Atriz por “É Proibido Fumar”
2010: Prêmio do Festival Sesc Melhores Filmes por “É Proibido Fumar” na categoria Melhor atriz