Viúva de Ricardo Boechat compartilha texto deixado pelo jornalista
Jornalista, de 66 anos idade, morreu no início de fevereiro em uma queda de helicóptero; Texto de Boechat foi recitado por Veruska em celebração a ele
Por iG São Paulo |
Veruska Seibel, viúva de Ricardo Boechat, atualizou sua conta do Instagram neste domingo (24) ao compartilhar o último texto escrito pelo marido. A radialista leu a obra em uma cerimônia que celebrou a memória do jornalista .
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A publicação da Viúva de Ricardo Boechat é um registro do exato momento em que ela leu o texto. Na internet, Veruska recebeu condolências e apoio de seus seguidores.
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Na legenda da publicação, ela compartilhou a obra na íntegra: “Dizem os sábios que os primeiros registros a respeito do amor surgiram ainda na pré-história. Os estudiosos admitem que, em algum momento, por volta de 1.500.000 antes de Cristo, esse sentimento sublime aflorou no coração de nossos mais remotos ancestrais, ou foi por eles, então, percebido".
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"Desde então, a força do amor vem inspirando os homens em suas mais profundas crenças e criações. Sua densidade infinita levou-nos à devoção de deuses, concebidos ante a certeza de que algo tão elevado só poderia ter surgido de instância divina".
"Na nossa escala de valores, naquilo que cultivamos, geração após geração, ele é a fonte e a razão da própria vida. Sem o alimento que ele fornece, nem religiões, nem artes, nada, enfim, existiria. Esse protagonismo, entretanto, merece uma provocação".
"O tempo nos fez, também, evoluir. E aquilo em que nos transformamos permite que nos perguntemos se o amor, a despeito do tanto que é e sempre foi, seria, de fato, a mais elevada expressão do que somos como espécie. Será o amor o sentimento que mais nos caracteriza? Aquele que melhor nos distingue dos outros seres da Natureza? Se ele surge espontaneamente; se não depende de nossas decisões quando floresce ou morre, pode, então, estar no topo dos valores que reverenciamos? Nada contra o amor, claro. Sou um apaixonado crônico. Mas penso que essa primazia não cabe a ele e, sim, à solidariedade. Este é, também, um sentimento. E um sentimento que não existe sem o amor. Mas a solidariedade vai além. É o sentimento associado à ação. É o que floresce como amor, porque somos o campo fértil dessa semente, mas que prospera se estendemos a mão ao próximo, àquele que precisa de nós. É o ato racional, e, por isso mesmo, essencialmente humano. É o gesto de estender a mão, de acolher o semelhante, de dividir o pão. Sermos solidários é demonstrar capacidade de transformar o amor em atos. É fazermos jus ao que temos de melhor.”
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Ricardo Boechat , jornalista da Band , morreu após uma queda de helicóptero no último dia 11 de fevereiro. A aeronave caiu sobre um caminhão no km 22 da rodovia Anhanguera, no sentido Jundiaí, próximo ao pedágio Jabaquara, na Grande São Paulo. O piloto da aeronave também morreu.