Quando os relatos de assédio contra Harvey Weinstein começaram a pipocar, muitas pessoas que já haviam trabalhado com ele foram perguntadas a respeito de seu comportamento. Uma dessas pessoas foi Uma Thurman, que fez “Pul Fiction” e “Kill Bill” um e dois com o produtor. Em novembro, quando questionada a respeito, ela disse que esperaria estar “menos furiosa” para dar sua opinião. “Quando eu estou com raiva, eu geralmente me arrependo da maneira como me expresso”, explicou.
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Agora, quase três meses depois, Uma Thurman está pronta para falar. Em uma longa entrevista para o New York Times publicada nesse sábado (03), ela declarou: “eu usei a palavra raiva, mas eu estava mais preocupada em não chorar, para dizer a verdade”. Agora, ela conta sobre os abusos que sofreu, tanto diretamente do produtor, quanto no set de “Kill Bill”.
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Ela reconta um encontro com Harvey Weinstein em um hotel em paris, depois de “ Pulp Fiction ” (1994). Usando os mesmos modos que diversas outras mulheres já descreveram, ele a convidou ao seu quarto de hotel e começou a falar sobre trabalho, até que decidiu tirar a roupa e ficar nu na sua frente. Thurman contou que não se sentiu ameaçada, apenas achou a atitude estranha. Da segunda vez, porém, as coisas não foram assim. Em outro encontro pouco tempo depois, ela a atacou, pressionou e tentou agarrá-la a força. Ela relembra que chegou a dizer para ele que “se ele se comportasse assim com outras pessoas, ia perder sua carreira, sua reputação e sua família”.
Os dois voltaram a se encontrar em 2001, antes de começar a gravar “Kill Bill”. Ela contou o acontecido a Quentin Tarantino , diretor do filme e que teve boa parte de sua filmografia produzida pela Miramax de Weinstein, e eles confrontaram o magnata do cinema. Ele então se desculpou pelo ocorrido anos antes.
Kill Bill
Uma Thurman também relatou dificuldades com o próprio Tarantino e a produção do filme durante a gravação de “ Kill Bill ”. A atriz revelou que, durante uma cena em que dirige um carro, ela inicialmente se recusou a fazer. Pressionada por Tarantino, ela acabou filmando a tal cena e sofreu um acidente. Quinze anos depois das gravações, ela confessa que fez sua própria investigação até conseguir as imagens que mostram sua dificuldade ao dirigir o veículo e a batida final. “Eu senti uma dor cortante e pensei ‘Meu Deus, nunca mais vou andar’”, confessou. Depois disso, Thurman tentou conseguir as imagens e teve séries discussões com Tarantino a respeito disso.
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Por fim, Uma Thurman também confessou que foi estuprada quando tinha 16 anos. Depois de conhecer um jovem ator de 20 anos ela foi a seu apartamento, mas não quis ter relações sexuais com ele, que então forçou o ato.