BIOGRAFIA

Fausto Silva nasceu em Porto Ferreira, no interior de São Paulo, filho do economista Amauri Corrêa da Silva e da professora de idiomas Cordélia Moraes Corrêa da Silva. Passou a infância em várias cidades do interior paulista. Em Araras, cidade que lhe rendeu sua primeira experiência com rádio, foi coroinha – algo que chegou a despertar certo interesse pela carreira religiosa. Ainda adolescente, mudou-se com a família para Campinas, onde estudou no tradicionalíssimo Colégio Culto à Ciência, escola fundada com a ajuda de Campos Salles (que se tornaria depois presidente da República) e por onde passaram nomes como Santos Dumont e o poeta Guilherme de Almeida, além de atores como Carlos Zara e Regina Duarte.

Na época, Faustão queria mesmo ser jogador de futebol do Guarani. Mas não conseguiu. Trabalhou nas rádios “Cultura” e “Brasil” em Campinas e, mesmo com o a veia jornalística, ingressou na Faculdade de Direito da PUC-SP. Abandonou o curso quando estava prestes a se graduar, já que desejava ser repórter esportivo. Sua experiência no gramado o ensinaria a sair de situações complicadas e aprimorar o poder de improvisação, habilidade exigida durante os dois anos em que também cobriu Política e Cidades (durante este período, chegou inclusive a assumir a cobertura e tragédias como os incêndios nos Edifícios Andraus e Joelma, em São Paulo).

Embora o começo da carreira de Faustão tenha sido salpicado por experiências diversas inclusive em jornal impresso, tendo trabalhado por mais de dez anos no “O Estado de S. Paulo”, foi na TV que se consagrou: em 1984 estreou o programa “Perdidos na Noite” (uma referência ao filme de muito sucesso nos anos 1970 estrelado por Jon Voight e Dustin Hoffman), na emissora Gazeta, chamando a atenção do público e de produtores de TV. Seis meses depois, passou para a Rede Record, de onde partiu para mais dois anos na TV Bandeirantes. Era o começo de um estrondoso sucesso. Em 1989, foi, enfim, contratado pela gigante Rede Globo.

Estreou na emissora carioca entrevistando personalidades em um quadro chamado “Camarote do Faustão”, no carnaval daquele mesmo ano. No mês seguinte, assumiu o cargo de apresentador do “Domingão do Faustão” - uma estratégia da Rede Globo para brecar a audiência então inabalável de Silvio Santos aos domingos. Com um programa de variedades, musicais, brincadeiras e participação de famosos, não demorou a chegar à liderança no horário. Finalmente, outras emissoras copiariam a fórmula do apresentador. Entretanto, Faustão já se tornava o queridinho do final de semana e dono do maior salário da televisão brasileira.

Suas incursões não se limitaram ao jornalismo nem a programas de entretenimento. Em 1991, no auge da popularidade, Faustão se aventurou no cinema: fez uma comédia ao lado de Sérgio Mallandro que acabou ignorada pela crítica e público, o “Inspetor Faustão”. Diante da experiência ruim, teve postura prudente em participações posteriores. Chegou a aparecer em seis novelas, mas nunca interpretando outro papel que não fosse o de apresentador.

Fausto evita ao máximo falar sobre a vida pessoal: mantém mulher e filhos longe dos holofotes o quanto pode. Foi casado por 11 anos com a ex-modelo e artista plástica Magda Collares com quem teve uma filha, Lara. Atualmente, é casado com a ex-modelo e jornalista Luciana Cardoso, 27 anos mais nova do que ele e mãe de seus outros dois filhos, João Guilherme e Rodrigo. Possui quatro irmãs, entre elas, Leonor Corrêa, que já foi apresentadora e hoje é diretora de TV.

Em abril deste ano, Faustão foi abalado pela morte do pai. O enterro foi em um sábado e no dia seguinte Fausto apresentou o programa ao vivo, diretamente dos estúdios da Globo na capital paulista. Na ocasião, o apresentador fez questão de agradecer ao público e a equipe pela força, afirmando em rede nacional que aquele era o dia mais difícil de sua carreira. Nos últimos tempos, abandonou o estilo “gordinho simpático” que tentou compor no início da trajetória na televisão submetendo-se a uma cirurgia para redução do estômago. Perdeu quase 40 quilos.

Apesar de parecer um sujeito “boa-praça”, Faustão é conhecido na intimidade como autoritário. Não suporta erros da equipe de produção e ao longo dos últimos anos, tem rompido com amigos de longa data. Uma dessas separações foi com a diretora Lucimara Parisi, que, por cerca de 30 anos, havia sido o seu braço de direito. Ela foi demitida por telefone, em comunicado transmitido por um membro da equipe. A briga teria começado porque a funcionária considerava que estava com atribuições em excesso e havia pedido para que as tarefas fossem compartilhadas. O resultado teria sido uma redução de salário e isolamento. Antes dela, Caçulinha – músico com quem Faustão tinha uma relação de mais de 20 anos – foi demitido por criticar o programa.

A mesma indelicadeza apontada por funcionários e ex-funcionários da Rede Globo foi, muitas vezes, observada em relação à forma como ele trata o próprio público. Muitos consideram que Faustão exagera no linguajar popularesco e assume, muitas vezes, posturas preconceituosas na televisão. Entre as gafes cometidas em alguns de seus milésimos programas, estão a superexposição de um menino, deficiente físico e mental (que sofria com uma doença que impedia o seu crescimento normal, a chamada síndrome de Seckeel), em seu programa e, ainda, a apresentação do sushi erótico - em que a comida japonesa era servida sobre o corpo de uma mulher nua em plena tarde de domingo. Depois de ouvir reprimendas públicas, abandonou quadros como o do sushi erótico.

Filmes:

1991: “Inspetor Faustão e o Mallandro”

Participações em Novelas:

1992: “Deus nos Acuda”
1998: “Torre de Babel”
1998: “Pecado Capital”
1999: “Suave Veneno”
2005: “A Lua Me Disse”
2008: “A Favorita”

Programas

1983: “Balancê” (Rádio Globo)
1984: “Perdidos na Noite” (TV Gazeta e posteriormente TV Record)
1986: “Perdidos na Noite” (TV Bandeirantes)
1987: “Safenados e Safadinhos” (TV Bandeirantes)
1989: “Domingão do Faustão" (TV Globo)