'Rock in Rio': artistas driblam proibição de comentar política

Palavras de ordem, alfinetadas e público ajudaram a dar tom de protesto para as apresentações

Cantores não podem declarar voto nos palcos

Por ser ano eleitoral, os artistas que se apresentam no "Rock in Rio" não podem declarar o voto no palco por configurar 'showmício' pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, Roberto Medina, fundador do festival, não recomenda e afirma que o local é para celebração, não polarização.

Sandro Vox/Agência O Dia

Mas teve protesto

Logo na abertura do Palco Sunset, a banda Black Pantera tocou a música "Fogo nos Racistas" e ao final do show abriu espaço para o público gritar "ei Bolsonaro, vai tomar no c*". Os artistas da banda também fizeram críticas ao genocídio do povo negro e à necropolítica.

No Palco Mundo, Sepultura deixou o público mandar o recado

O público da banda de metal, acompanhado de uma orquestra, gritou ao fim de uma das músicas "ei, Bolsonaro vai tomar no c*", além de "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula". O áudio da transmissão da Multishow não cortou os protestos da plateia.

Show do Racionais foi todo político

Ao som de "Negro Drama", os rappers fizeram uma homenagem às vítimas da violência policial e do racismo nos últimos anos. Entre os nomes, Genivaldo Santos, morto por agentes da Polícia Federal, e Moïse Kabagambe, espancado por três homens na Barra da Tijuca, foram homenageados. Nas fotos, também havia a idade das vítimas quando foram mortas.

Show de Racionais com protesto

Durante a apresentação, boa parte do público aproveitou e entoou o coro de "Ei Bolsonaro, vai tomar no c*". O show foi repleto de referências às periferias do Rio e de São Paulo.

Matuê

No Palco Sunset, a apresentação do trapper teve um momento político. Ele aproveitou para discursar sobre as eleições. "Não é sobre lado A ou lado B, é sobre humanidade. A respeito da humanidade, eu tenho para dizer isso aqui ó", disse ao mostrar um skate com as palavras "Fora Bozo". As câmeras do Multishow cortaram o protesto.

Criolo também abriu espaço para protestos

Entre algumas músicas e nas falas sobre as periferias de São Paulo, Criolo abriu espaço para o público gritar "ei Bolsonaro, vai tomar no c*". Após os gritos, o rapper afirmou: "Que a gente possa celebrar, então, outro amanhã, de outro jeito".

João Gomes também deu voz ao povo

Após o show do cantor de forró e piseiro no palco Itaú, João Gomes foi atender fãs e aproveitou para puxar o coro de "ei Bolsonaro, vai tomar no c*", sem efetivamente xingar o presidente da República.

Emicida cutucou Roberto Medina

No show de domingo (4), Emicida aproveitou para cutucar a fala de Medina sobre os protestos em palco. "Tinha um pessoal falando que não era de bom tom falar de política, em cima do palco, no festival. Mas se eu tô vivo aqui é porque, há trinta anos, o "Racionais" decidiu ser política na música também", afirmou.

Emicida relembrou das eleições

O público resolveu mandar Bolsonaro "tomar no c*" e Emicida aproveitou a situação para instigar a plateia. "Mais alto...Preciso ouvir o que vocês estão falando", disse. Ele agradeceu e afirmou: "Dia 2 de outubro, por favor, façam isso na urna".

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