Como funciona o júri do Carnaval? Saiba o que faz uma escola campeã

Apuração acontece nesta terça-feira (26) no Rio de Janeiro e em São Paulo; veja!

Primeiro, a escolha do júri

As ligas das escolas de samba, tanto do Rio quanto de São Paulo, escolhem jurados a partir do notável conhecimento acadêmico, artístico ou profissional do Carnaval. Além disso, os jurados recebem ajuda financeira para assistir os desfiles na madrugada. Após o Carnaval, as escolas se reúnem na liga e decidem a suspensão ou manutenção dos convidados.

Reprodução/Custódio Coimbra 20.04.2022

Como são dadas as notas

Já notou que nenhuma escola recebe menos que 9? Esse é o mínimo a ser dado, as notas variam de nove até dez, com casas decimais. Todas as notas, seja em São Paulo ou no Rio, são justificadas por escrito, com critérios técnicos.

Reprodução - 16.04.2022

Punições em São Paulo

Em cada desfile, há punições que as escolas devem prestar atenção. Em São Paulo, há um número mínimo de 2 mil componentes em cada escola. A ala das baianas deve ter ao menos 50 integrantes e a comissão de frente seis. Escudos de times de futebol e propaganda política são proibidos. O tempo mínimo é de 55 minutos e máximo de 65 para desfilar. Caso a escola quebre as demandas, pode ser punida na nota final.

Reprodução/Montagem 19.04.2022

Punições no Rio de Janeiro

Já na Sapucaí, as escolas podem ser punidas por motivos diferentes. É necessário ter um mínimo de 200 ritmistas na bateria e pelo menos 60 baianas agrupadas. Pode haver punição caso a agremiação traga animais ou tenha integrantes nus. O mínimo de tempo é de 60 minutos e máximo de 70.

Quesitos julgados

Nos dois desfiles, o júri avalia nove quesitos. No fim, quatro notas em cada quesito são distribuídas e a de menor valor é descartada na soma final de cada área. Apesar dos mesmos nomes, a forma de julgar as escolas muda em cada região.

Reprodução/Liga das Escolas de Samba de São Paulo

Harmonia

No Rio, o julgador deve analisar se o canto do samba-enredo é feito por todas as alas em consonância com o intérprete. Já em São Paulo, a harmonia é analisada a partir da integração dos componentes com o samba-enredo, o ritmo da bateria e se as coreografias são feitas corretamente. Todos devem cantar!

Samba-enredo

Em São Paulo, o jurado analisa se a letra transmite o enredo proposto. A melodia deve provocar a vontade de evoluir, dançar e cantar. No Rio, o jurado analisa separadamente, na letra, riqueza poética, beleza e adaptação à melodia, analisada pelas características rítmicas do samba e a harmoniza musical.

Bateria

No Rio, o júri analisa como a cadência combina com o samba-enredo, a conjugação dos sons emitidos pelos instrumentos e a versatilidade do grupo. Já em São Paulo, é analisado o desempenho dos ritmistas para acompanhar o samba-enredo e a ousadia na performance musical, com bossa, paradinha, breque, apagão, convenção e virada.

Alegoria

Neste quesito, os carros alegóricos são julgados. A beleza e a relação com o enredo são analisados. Em São Paulo, as escolas de samba são obrigadas a desfilar com cinco alegorias. No Rio, há os sub-quesitos de concepção e realização, se o carro é pertinente ao enredo e se está bem feito.

Comissão de Frente

O júri paulista julga movimentos obrigatórios, como saudação ao público e apresentação da escola. Jurados dão nota para a fantasia e a exigência do número de componentes. No Rio, a coreografia, a fantasia e o impacto ao público contam pontos.

Enredo

Escolas ganham pontos se o tema escolhido é bem contado na avenida, com a ajuda das alas e alegorias. É avaliado se o júri e o público entendem a apresentação facilmente. No Rio, há os sub-quesitos concepção e realização, da ideia apresentada até a capacidade de compreensão do enredo através dos elementos visuais.

Reprodução - 16.04.2022

Fantasia

Neste quesito, se separa realização e concepção no Rio, analisando a criatividade, uso das cores, acabamento e como ela combina com o enredo. Em São Paulo, se avalia a beleza e significado das fantasias, jurados também analisam se a fantasia corresponde ao apresentado em desenhos da escola.

Reprodução/Instagram - 29.03.2022

Mestre-sala e porta-bandeira

Neste quesito, é analisado o entrosamento dos dois na coreografia, os movimentos e as fantasias. No Rio, também se analisa a harmonia e a coordenação, que deve evidenciar a integração do casal.

Evolução

No Rio, o júri analisa a fluência da apresentação e penaliza buracos, correrias e retrocessos das alas. Além disso, pontuam caso há espontaneidade, criatividade, empolgação e vibração dos componentes, como a uniformidade do desfile. Em São Paulo, o critério é o mesmo.