Mangueira 'perfuma' avenida com essência usada por esposa de Cartola
Escola de samba homenageou Dona Zica, o cantor, Jamelão e o mestre-sala Delegado
Para lembrar Cartola (junto ao intérprete Jamelão e ao mestre-sala Delegado, ícones da história da escola), a Mangueira “perfumou” a Marquês de Sapucaí na noite desta sexta-feira, primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, com a mesma essência que costumava ser utilizada por Dona Zica, mulher do cantor e compositor e também ícone da verde e rosa, antiga integrante da Velha Guarda da escola de samba.
Na missão de lembrar Dona Zica (o nome é o pseudônimo de Euzébia Silva do Nascimento), o carnavalesco Leandro Vieira e a equipe do barracão da “Estação Primeira”, atuante na Cidade do Samba, na Zona Portuária da capital fluminense, providenciaram 40 litros do perfume proveniente da flor de laranjeira. Zica morreu em 2003, mas o produto está à venda no mercado até hoje e é utilizado por milhares de mulheres Brasil afora.
No Sambódromo, o cheiro é liberado pela terceira alegoria, “As rosas não falam”, uma reunião de referências a Cartola. Vieira também desenhou um tripé, que antecede o carro, para lembrar a principal imagem que o público tem do artista e Dona Zica: os dois lado a lado e enamorados entre si.
O carnavalesco, responsável pelo triplo tributo que a Mangueira presta este ano, resolveu emoldurar o casal ícone numa espécie de “relicário”. O tripé está inserido no segundo setor do desfile, todo em lembrança de Agenor de Oliveira (o nome real de Cartola, utilizado para intitular o enredo “Agenor, José & Laurindo”).
A Mangueira é a segunda escola a cruzar a Avenida nesta sexta, quando as escolas de samba do Rio retomam suas apresentações após sucessivos adiamentos por causa da pandemia da Covid-19. Antes, a Imperatriz abriu a noite, que prossegue com Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor.