"Saí da zona de conforto", diz Mano Brown sobre 'Mano a Mano'

Segunda temporada do podcast estreia dia 24/03 e promete "abrir mentes e compartilhar conhecimento"

Foto: Reprodução/Spotify 17.03.2022
Mano a Mano estreia segunda temporada dia 24/03

"Salve rapá, salve massa!". Mano Brown promete surpreender ainda mais na segunda temporada do 'Mano a Mano'. Com estreia marcada para o próximo dia 24, o podcast pretende trazer mais debates sobre a sociedade e uma conversa "de companheiro para companheiro", além de ser "o mais natural possível". 


Em entrevista coletiva sobre o podcast, Mano Brown disse que pretende continuar a trazer conversas e debates essenciais para o público mais jovem e periférico. "Não pode ser uma conversa de professor para aluno, tem que ser de companheiro para companheiro. Tem gente mais jovem que eu que sabe mais que eu, Emicida é um, Djonga é outro", conta. 

Das entrevistas, o rapper comentou que pretende chamar a ex-presidente Dilma Rousseff para o podcast. "Tá no radar. Para mim, ela é uma das mulheres mais injustiçadas da história do Brasil", disse. Na coletiva, Mano Brown também comentou sobre o episódio com o ex-presidente Lula (PT), mais ouvido no Spotify em 2021. 

Na ocasião, Mano Brown usou o político para falar da "falta de memória da população brasileira". "O Lula é um exemplo, o cara que teve quase 80% de aceitação e acabou preso, um dia você tá no topo, outro dia no fundo de uma cela. O cara era herói do povo e em 10 anos acabou sendo o bandido", comenta. "Isso é o Brasil, memória curta, temos que saber que mundo a gente vive, não é lindo, muitas vezes é bélico. É uma guerra filosófica, ideológica e muitas vezes física", explica. 

Mano Brown também disse que o político, pré-candidato à presidência em 2022, deveria investir na educação dos jovens, caso venca as eleições. "Vai ser imperdoável se ele não fizer isso: trazer faculdade e escola para o povo, ele tem que fazer isso. Seria imperdoável se os próximos governantes, seja de que lado for, falar que vai melhorar e não colocar escola, se fizer isso, é um safado", afirma.

"A escola toda, do pré até a faculdade, até o pós, assim o Brasil vai ser um país riquíssimo se isso acontecer, exportar inteligência para o mundo", comenta Brown. 

Novos convidados, novos debates

Foto: Reprodução/Spotify 17.03.2022
Mano Brown cria debates com o podcast


Mano Brown também contou que já entrevistou figuras muito pedidas pelos fãs, como o rapper Emicida e que pretende entrevistar o cantor Seu Jorge. "Jorge tem muito a acrescentar sobre cinema, brasileiros fora do Brasil, negros fora do Brasil. Como é ser negro lá fora", disse. 

Ele inclusive fez uma brincadeira sobre o podcast com Emicida: "foi sensacional a gravação, passou voando. O Emicida com '80 anos', eu com 51, foi interessante. A experiência de vida que ele tem, ele é um oráculo". 

O rapper também conta que tentou entrevistar na primeira temporada e na segunda Pelé. "Nós chamamos, ele tá doentinho e logo no começo do projeto, no meio da pandemia. Tinha vários fatores inviáveis, mas está no projeto, rei do futebol, do meu time", conta. 

Sobre os entrevistados desta temporada, além de Emicida, ele também antecipou que o público irá ouvir o neurocientista Sidarta Ribeiro. "Foi excelente, de utilidade pública, um cara essencial para o momento que a gente vive, sobre o uso da maconha, do CBD para tratar doenças, da parte de alimentação, todos esses assuntos foram abordados. As convicções da gente existem para serem questionadas", diz. 

"Não ouvi nenhum podcast, é tudo de ida, não ouço a volta"

Desde o começo do projeto com o Spotify, Mano Brown não ouviu nenhum episódio que gravou. Ele diz que se "resguarda para ficar o mais natural possível". "Sou um leigo e represento os leigos falando com pessoas entendidas dos assuntos. Então eu falo com as pessoas que eu prefiro me colocar em um lugar que sou o que sei menos, então faço perguntas, que servem para outras pessoas", diz. 

O rapper também diz que mudou a imagem que o público tinha dele. "Mostrei um Mano Brown estudioso, interessado em assuntos fora do óbvio. Uma coisa que me perturbava eram as pessoas me colocarem em um lado marginal e que eu era uma pessoa ignorante e intransigente. Muita gente se surpreendeu, vendo eu abordar os assuntos", conta.

"Até esses que acham que eu sou um pensador, acham que eu sou limitado. A partir do momento que você busca saber, você sabe, você já é uma coisa nova. O erro tá aí, não querer estudar, não querer saber", afirma. 

Mano Brown, aos 51 anos, diz que segue com um bom diálogo com os mais jovens, mas que também alcança os mais velhos. "Tenho um diálogo legal com a galera jovem e com os mais velhos, que me lançaram e esperam uma continuidade do que começaram. Sou abordado por idosos, casais, brancos e também mais jovens que questionam. É muito legal juntar tantas gerações, difícil fazer isso, acho que só o futebol consegue", diz.