Um dos destaques da programação da CCXP Worlds desta sexta-feira (04) foi o painel da Globoplay. Apresentado por Fabiana Karla, o papo girou em torno dos vilões das novelas e contou com a presença de Claudia Raia, Mariana Ximenes e Alexandre Nero.
Fabiana Karla começou o debate questionando se os atores preferem atuar como mocinhos ou vilões. "Prefiro vilã... porque as vilãs são as donas da ação, é quem organiza tudo, quem pensa. Por isso é tão bom fazer vilão. E vilão é só ruim? Claro que não, tem o outro lado da moeda. E assim, quando a gente torna os vilões carismáticos, o público acaba apaixonando por eles", disse Claudia Raia.
"Também prefiro vilão", disse Mariana Ximenes. "Acho que o vilão traz as grandes reviravoltas, aborda também as questões morais. Ele tem a licença de subverter as questões lógicas".
Alexandre Nero, por sua vez, brincou: "Eu gosto de fazer mocinho porque eu já sou vilão na vida real", disse ele, que completou. "Mas agora sério, o vilão entra no imaginário popular, ele tem a liberdade de fazer qualquer coisa. Eu fico imaginando, qualquer absurdo que seja, o vilão pode fazer. O mocinho não pode, ele tem que dar exemplos".
Fôlego para "Nos Tempos do Imperado"
Durante o papo, Alexandre Nero foi levado a 'divulgar' a novela "Nos Tempos do Imperador" ao falar de seu personagem, que é um vilão. A trama iria estrear em março de 2020, mas foi adiada devido à pandemia da Covid-19.
"Eu acho que [meu personagem] é um vilãozão, mas é novela das 18h00... então acho que ele será mais acometido. Tudo tem que ser pensado com a faixa de horário. É um vilão de sua época, as pessoas vão ficar bem indignadas com ele. Ele é um homem bem agressivo, a agressividade, em certo grau, quando é distante, ela chega a ser até circense. O problema é quando essa agressividade começa a tomar cargos públicos, como Odorico Paraguaçu, que era um vilão caricato, que todos davam risada. Ninguém imaginava que um homem daquele podia estar no governo. Então assim, é engraçado, desde que seja ficção, desde que não vire governador, presidente", disse Nero, fazendo referência ao atual governo.
Com as gravações interrompidas, até o momento, não há data para a obra voltar à programação da Globo.
Sofrência por interpretar vilão
Ao falar sobre perrengues que já passaram nas ruas por interpretar vilões, os atores não pestanejaram. "Quando eu fazia 'Torre de Babel', em 1998, o Enzo fazia natação e eu não podia levar ele na aula, a primeira vez que eu levei, quando eu entrei, todas as mães saíram com seus bebês. eu fiquei sozinha na piscina com o Enzo no colo", disse ela em tom humorado.
Já Alexandre Nero relembrou seu personagem em "Fina Estampa", que batia na esposa. "No motorista, que batia na Dira, as pessoas ficavam olhando feio para mim na rua".
Já Mariana Ximenes falou sobre como o público recebeu Ciara, de "Passione": "Eu estava gravando no meio da rua, passou um onibus lotado e alguém jogou umas bolinhas de papel na minha cabeça. Outra vez uma velhinha chegou para mim e disse: 'Não faz isso com o Totó'".
Por fim, Alexandre Nero enalteceu o talento das mulheres. "Vilões homens você conta em uma mão e olhe lá, as grandes vilãs são mulheres. Quando eu disse que sou um intruso aqui, é porque as grandes personagens, as vilãs que marcaram época foram mulheres".